Décimo-primeiro colocado no ranking da produção leiteira do Brasil, o Estado do Rio de Janeiro precisa firmar parcerias para aumentar os incentivos destinados aos pequenos produtores e avançar no setor. É o que defende o vice-presidente da Sociedade Nacional de Agricultura Joel Naegele.
“O Rio obteve um grande incremento na instalação de unidades processadoras, porém não houve aumento substancial na produção”, diz.
Naegele acrescenta que os índices atuais justificam a urgência de mais investimentos.
“Há um grande número de produtores com fornecimento de até cem litros por dia, representando cerca de 70% da produção total. Logo a seguir temos 15% de produtores com até 200 litros diários. O Rio está na décima primeira posição entre os estados produtores, com 500 mil litros ao dia, e precisa importar perto de 70% das suas necessidades no setor”, observa o vice-presidente da SNA.
Segundo ele, com o suporte da atual tecnologia e também da assistência técnica, “os produtores certamente poderiam dar um salto importante na produção de leite no estado”. No entanto, assinala que a falta de investimentos é um dos reflexos da “total falta de compromisso das prefeituras com a área rural”.
Para o vice-presidente da SNA, apesar dos avanços no setor, “o Brasil ainda tem um grande caminho a percorrer”.
NÚMEROS DO SETOR
No âmbito global, o vice-presidente da SNA informa que o Brasil está em 5º lugar entre os cinco maiores produtores do mundo.
“A liderança é da Índia, com 137.5 bilhões de litros; EUA com 84.3 bilhões; Paquistão com 41.6 bilhões e China com 33.9 bilhões”. Dados da SCOT Consultoria informam que, de 2000 até 2012, a produção de leite no Brasil passou de 19.7 bilhões de litros para 32.5 bilhões, com crescimento significativo.
Recentemente, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA), da Esalq/USP, anunciou que o preço do leite pago ao produtor seguiu estável no mercado nacional pelo terceiro mês consecutivo. O valor médio em agosto, de R$ 1,0119/litro (líquido – sem frete e impostos), foi apenas 0,08% inferior ao de julho, mas 6,11% abaixo do de agosto/13, em termos reais (descontando-se a inflação – IPCA de julho/14), na “média Brasil”.
O preço bruto (que inclui frete e impostos) foi de R$ 1,0978/litro em agosto – um pequeno recuo de 0,14% em relação a julho e 4,9% inferior ao de agosto/13, em termos reais.
Estas médias são calculadas a partir do volume captado nos estados da Bahia, Goiás, Minas, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo, em julho de 2014. No geral, a estabilidade nos valores ainda é reflexo da demanda pouco aquecida pelos derivados lácteos, em grande parte das regiões acompanhadas pelo Cepea.
O desempenho do setor no País no primeiro semestre foi avaliado recentemente pelo boletim “Ativos da Pecuária de Leite”, divulgado pela Superintendência Técnica da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em parceria com o Cepea. Clique aqui e leia a reportagem.
Por equipe SNA/RJ
