Vendas de máquinas continuam em alta

As vendas de máquinas agrícolas no mercado doméstico confirmaram as expectativas e voltaram a registrar alta expressiva em fevereiro, apesar do pequeno número de dias úteis do mês (18). Segundo dados divulgados ontem pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), as vendas somaram 3.235 unidades – 16,2% mais que em janeiro e com resultado 33,5% superior ao de fevereiro do ano passado.

As exportações também apresentaram um desempenho melhor, 740 unidades, com aumentos de 55,1% em relação a janeiro e de 18,8% sobre fevereiro de 2016. Com isso, a produção e o nível de empregos no segmento também continuaram a reagir. A produção chegou a 4.631 unidades, com incrementos de mais de 50% nas duas comparações, e o número de postos de trabalho registrou avanço de 10,8% sobre fevereiro do ano passado e alcançou 17.038.

 

 

Assim, informou a Anfavea, no primeiro bimestre as vendas domésticas chegaram a 6.018 unidades – 49,9% mais que em igual período de 2016. As exportações subiram a 1.217 unidades (aumento de 27%), com destaque para as vendas à Argentina, cuja safra de grãos também se desenvolve bem e a produção foi 62,9% maior.

Apesar de comemorados, esses saltos se tornaram possíveis graças aos pífios resultados que marcaram o primeiro bimestre do ano passado, como pontuaram o presidente da Anfavea, Antonio Megale, e a vice-presidente responsável pela área de máquinas, Ana Helena Correa de Andrade, em encontro com jornalistas na capital paulista.

“Exceto em 2016, tivemos vendas superiores a seis mil unidades no primeiro bimestre desde 2006. Temos de voltar a patamares maiores”, disse Megale. “O importante é que esse crescimento tenha continuidade e que as vendas sejam recolocadas em uma trajetória da qual nunca deveriam ter saído”, completou Ana Helena. E para garantir essa continuidade, reforçou a executiva, é fundamental que não falte crédito aos produtores rurais.

Nesse contexto, a Anfavea confirmou que já estão no BNDES os R$ 2.5 bilhões adicionais prometidos pelo governo para o Moderfrota – linha de crédito oficial com juros subsidiados pelo Tesouro Principal. Fonte de financiamento para a compra de máquinas no país, o Moderfrota contava inicialmente com R$ 5 bilhões no Plano Safra 2016/17. Tendo em vista a demanda aquecida, “herdou” de outras linhas do plano com demanda menor a complementação citada e, na semana que vem, deverá receber mais R$ 1 bilhão. A depender do ritmo de contratações, poderá ter mais R$ 500 milhões até 30 de junho.

Para o Plano Safra 2017/18, que vai começar em julho próximo, a indústria já sinalizou que R$ 11 bilhões poderá ser um bom valor. Mas, como ponderou Ana Helena, esse pleito poderá mudar até a definição do plano, a depender do comportamento da demanda.

 

Fonte: Valor Econômico

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