Vendas de máquinas arrefecem

A redução do ritmo de recuperação do mercado doméstico de máquinas agrícolas nos últimos meses levou a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) a revisar para baixo sua projeção para o crescimento das vendas em 2017.

De acordo com o novo cenário traçado pela entidade, no total serão comercializados este ano 46.700 tratores de rodas e de esteiras, cultivadores motorizados, colheitadeiras de grãos, colhedoras de cana e retroescavadeiras (máquinas rodoviárias que representam uma ínfima parcela do total), ou seja,  2.800 unidades a menos que o previsto inicialmente.

Mesmo que esse total ainda represente um aumento de 6,9% em relação a 2016, executivos do segmento não escondem sua frustração com o comportamento das vendas.

Em evento realizado nesta semana em São Paulo, Paulo Herrmann, presidente da americana John Deere no Brasil, disse que o arrefecimento observado está ligado à queda dos preços dos grãos.

“Muitos agricultores estão repensando ou retardando investimentos”, disse o executivo. Essa cautela voltou a aparecer nas estatísticas de agosto da Anfavea.

Segundo a associação, foram vendidas no mês 4.046 máquinas, 3% mais que em julho, mas 11,4% menos que em agosto de 2016. Nos oito primeiros meses deste ano o total chegou a 29.284 unidades, 12,1% mais que em igual intervalo do ano passado.

Responsável pela área de máquinas agrícolas e rodoviárias, Ana Helena Correa de Andrade, vice-presidente da Anfavea, ponderou que as vendas foram elevadas em agosto de 2016, já que o mercado vinha de dois anos de quedas, e minimizou a tendência de retração que deverá dar o tom nos próximos meses.

Andrade disse que, em quantidade, o segundo semestre é mais fraco que o primeiro, porque é quando se concentram as vendas de colheitadeiras de grãos, mais caras, mas com menos mercado que os tratores, usados em um número maior de lavouras.

De qualquer forma, as vendas nos oito primeiros meses do ano ficaram 10 mil unidades abaixo da média da última década para o intervalo.

 

Fonte: Valor Econômico

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