Vendas de máquinas agrícolas tendem a reagir em 2016

Após dois anos seguidos em queda, as vendas domésticas de máquinas agrícolas devem reagir em 2016, ainda que o crescimento previsto seja modesto. A expectativa da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) é de uma alta de 2% na comercialização do setor este ano, para 45.800 máquinas.

“Houve uma suspensão de compras e um ‘represamento’ de tecnologia em 2015. Mas o produtor rural sabe que para manter sua lucratividade precisa de ganhos de produtividade, e isso se dá especialmente com a tecnologia de máquinas”, diz Luiz Moan Yabiku Junior, presidente da Anfavea. Entre as colheitadeiras, destaca ele, a tendência é de um “bom volume de vendas”.

Desde 2014, o segmento amarga tombos, na esteira das incertezas políticas que contaminaram a economia brasileira e reduziram o nível de confiança dos agricultores.

O ano de 2015 fechou com expressiva queda de 34,5% na comercialização de máquinas agrícolas no País, para 44.900 unidades (entre tratores, cultivadores, colheitadeiras e retroescavadeiras). O resultado se seguiu à queda de 17,3% em 2014. “Os fundamentos econômicos [do agronegócio] não justificam essa queda de vendas, mas sim a crise política”, avalia Moan.

As vendas do último trimestre de 2015 foram bastante negativas, influenciadas pela suspensão em meados de outubro do PSI Rural (Programa de Sustentação do Investimento), que financiou praticamente 90% das máquinas vendidas no ano passado, lembra Moan.

Somente em dezembro, a comercialização de máquinas agrícolas no Brasil caiu 45,9%, para 2.200 unidades. Mas um cenário de retomada das linhas de financiamento, inclusive do Moderfrota, deve contribuir para a sustentação das vendas este ano, prevê o executivo.

Na frente de produção, a Anfavea também espera uma alta de 2,3%, em relação ao ano passado, para 56.600 unidades. Em 2015, o volume de máquinas fabricadas no País recuou 32,8%, para 55.300 unidades. Para as exportações, depois da baixa de 27,2% em 2015, a Anfavea projeta um avanço de 7%, de 10.000 para 10.700 unidades.

Entretanto, Moan destaca que os primeiros meses de 2016 ainda devem ser de queda ou empate nas vendas, uma vez que os resultados do primeiro trimestre do ano passado foram “mais relevantes”. “O crescimento do PIB do País também será fundamental para o aumento da confiança do setor”, acrescenta.

 

Fonte: Valor Econômico

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