Vendas da safra 2014/15 de soja avançam no Brasil; dólar dispara negócios para 2015/16

A comercialização da safra 2014/15 de soja do Brasil avançou no último mês, terminando fevereiro com vendas de 40 por cento da produção estimada, segundo levantamento da consultoria AgRural.

Após negociações lentas em janeiro, o mês passado registrou um avanço de sete pontos percentuais nos acordos, com a alta dos contratos futuros da soja em Chicago e a valorização do dólar frente ao real estimulando a comercialização.

O dólar oscilou recentemente no maior valor frente ao real em mais de uma década, disparando até negócios da próxima safra (2015/16) no Centro-Oeste, com entrega daqui um ano. Lotes rodaram em Nova Mutum (MT) a 52 reais/saca e em Rio Verde (GO) a 57 reais e 19 dólares.

Apesar do avanço dos negócios da safra atual, ainda há atraso de 17 pontos na comparação com os 57 por cento da mesma época do ano passado.

“Menos incertezas em relação ao tamanho da safra também contribuíram para a retomada do ritmo”, disse a consultoria, que estima a produção brasileira em um recorde de 91,9 milhões de toneladas.

A região Centro-Oeste terminou fevereiro com 49 por cento de sua safra 14/15 vendida, ante 41 por cento há um mês e 67 por cento há um ano.

“No médio-norte de Mato Grosso, lotes com entrega em fevereiro e pagamento em abril trocaram de mãos a 52 reais em Sorriso. Em Primavera do Leste, no sul, os produtores estão cumprindo contratos e querem esperar por melhores preços, mas mesmo assim negócios foram reportados a 54 reais”, afirmou a AgRural, reportando vendas na região goiana de Rio Verde a 59 reais a saca.

A AgRural estimou que os produtores de soja do Brasil tinham colhido, até a última sexta-feira, 29 por cento da área total de 31,5 milhões de hectares.

“Apesar do avanço de nove pontos percentuais em uma semana –o maior desta temporada até agora–, os trabalhos continuam atrasados em relação à safra passada, quando o índice estava em 39 por cento”, disse a consultoria, repontando que há também atraso ante a média de cinco anos, de 33 por cento.

Problemas climáticos que afetaram o plantio estão agora repercutindo no atraso dos trabalhos. A colheita também chegou a ser prejudicada por chuvas intensas em alguns períodos.

Em algumas localidades, especialmente na região da BR-163 em Mato Grosso, a falta de diesel causada pela greve dos caminhoneiros chegou a interromper a colheita, notou a AgRural, confirmando reportagens da Reuters.

 

Fonte: Reuters

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