As projeções de queda da colheita de grãos nesta safra 2017/18, que está em fase de plantio, se refletiram nas primeiras estimativas do Ministério da Agricultura para o Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuária do país no próximo ano. Segundo divulgou na terça-feira o Departamento de Crédito e Estudos Econômicos da Pasta, o VBP do setor totalizará R$ 506.2 bilhões em 2018, 5,1% menos que o recorde previsto para este ano (R$ 533.2 bilhões).
Para o conjunto de 21 produtos agrícolas que compõem o levantamento, a retração prevista é de 8,3% na comparação, para R$ 333.4 bilhões. Das principais culturas, a que deverá registrar maior queda é o milho, cuja área plantada tende a ser menor em 2017/18 e que deverá ter produtividade mais baixa em razão do clima menos favorável, como já indicaram a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Para o cereal, o ministério prevê VBP de R$ 39.5 bilhões no próximo ano, 15,7% abaixo do montante estimado para este ano.
Também em virtude de efeitos climáticos adversos, a soja, carro-chefe do agronegócio brasileiro, poderá amargar diminuição do valor da produção em 2018. Segundo o ministério, o resultado chegará a R$ 109.4 bilhões, contra quase R$ 116 bilhões em 2017. Com fortes colheitas e clima favorável na safra 2016/17, soja e milho deverão encerrar este ano com valores recordes da produção.
Outra baixa importante prevista para o ano que vem é para a cana. Com as cotações do açúcar em patamares mais baixos, o Ministério da Agricultura projeta VBP de R$ 65 bilhões para a cultura, 9,6% abaixo do montante calculado para 2017, que deve crescer expressivos 30,6% em relação ao resultado do ano passado, consolidando uma importante recuperação, depois de pelo menos três anos difíceis.
Para os cinco principais produtos da pecuária nacional, o ministério estima um VBP conjunto de R$ 172.7 bilhões no próximo ano, 1,6% mais que o total projetado para 2017. O ministério prevê aumentos para as três carnes (bovina, suína e de frango).
Fonte: Valor Econômico