Usinas de cana desaceleram moagem no fim de novembro por chuvas, diz Unica

O processamento de cana no centro-sul do Brasil na segunda quinzena de novembro desacelerou ante o início do mês, devido a chuvas, mas ficou maior que no mesmo período do ano passado, com dezenas de usinas ainda ativas tentando prolongar a temporada de moagem, informou nesta terça-feira a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica).

A moagem de cana na segunda metade de novembro atingiu 18,74 milhões de toneladas, abaixo dos 25,6 milhões de toneladas na primeira metade do mês, mas acima do volume de 15,77 milhões da segunda quinzena de novembro de 2014.

“Neste ano a redução (de moagem no fim do mês) se deve principalmente às chuvas registradas na maior parte das áreas canavieiras”, disse em nota o diretor-técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues.

Ele lembrou que em 2014 a moagem na segunda metade de novembro também foi fraca, com um final mais precoce da safra, em um ano de prejuízos causados por uma seca histórica.

A Unica contabilizou apenas 47 usinas com atividades encerradas ao fim de novembro, contra 137 unidades com safra finalizada na mesma data de 2014.

“Devido ao baixo aproveitamento de moagem no último mês, grande parte das unidades produtoras estão postergando a data de encerramento anteriormente programada para a safra 2015/16”, explicou a Unica.

Esse maior interesse das usinas, além de uma recuperação dos canaviais, vem permitindo que a safra atual supere os volumes processados na temporada passada.

No acumulado desde até 1º de dezembro, o processamento de cana somou 563,3 milhões de toneladas, alta de 1,64 por cento em comparação a 554,22 milhões de toneladas no mesmo período do ciclo anterior, informou a Unica.

AÇÚCAR E ETANOL

As usinas também enfatizaram ainda mais a produção de etanol na última quinzena, aparentemente em decorrência do tempo úmido, que prejudica a destinação da cana para a produção de açúcar.

O chamado “mix” de produção na segunda quinzena de novembro ficou em 67 por cento de destinação de matéria-prima para etanol, contra 62 por cento na quinzena anterior e 63 por cento um ano antes.

Com isso, a produção de açúcar despencou para 704 mil toneladas na segunda quinzena de novembro, queda de 41 por cento em relação à quinzena anterior e de 7 por cento na comparação anual.

Já a produção total de etanol atingiu 881 milhões de litros na última quinzena contra 1,19 bilhão de litros na primeira quinzena de novembro e 814 milhões um ano antes.

Dentro desta produção do biocombustível, as usinas aumentaram o interesse na produção de etanol anidro (misturado à gasolina), com menor proporção de hidratado (usado diretamente nos carros flex).

“As estatísticas de vendas indicam um recuo na demanda por etanol hidratado”, destacou Padua.

Segundo o Cepea, os preços do etanol hidratado registram queda no mercado do interior de São Paulo há três semanas.

“A produção de anidro continua em ritmo acelerado”, complementou Padua, destacando que houve grandes volumes de desidratação de etanol hidratado, para produção de anidro.

A produção quinzenal alcançou 428 milhões de litros de etanol anidro e 453 milhões de litros de hidratado, proporção de quase 1 litro para 1 litro. Um ano antes, a proporção era de quase 2 litros de hidratado para cada litro de anidro.

 

Fonte: Reuters

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