O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) revisou para baixo sua estimativa sobre a produção brasileira de café este ano. O país pode ter colhido 53,1 milhões de sacas de 60 quilos, o que corresponde a uma queda de 600 mil sacas em comparação o número anterior. Conforme o USDA, a queda deve-se principalmente a ajustes na produção de Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Espírito Santo.
A produção de café arábica está projetada pelo USDA em 39,2 milhões de sacas, enquanto a produção robusta pode ter alcançado 13,9 milhões de sacas. “A colheita terminou em outubro e, de acordo com a indústria, a qualidade geral da safra de 2013 é pior do que no ano anterior”, informa o USDA.
Problemas climáticos, como períodos de seca em janeiro e fevereiro e chuvas durante maio e julho em muitas áreas de cultivo, prejudicaram a qualidade dos grãos.
Em setembro passado, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), do Ministério da Agricultura, apresentou sua terceira estimativa oficial sobre a safra de café. A produção foi revisada para 47,54 milhões de sacas, 1,05 milhão de sacas a menos em comparação com a projeção de maio de 2013.
O custo de produção do café em Guaxupé, no sul de Minas Gerais, maior região produtora do país, foi estimado em US$ 187,56 por saca. O valor corresponde a um crescimento de 12% ante 2012 (US$ 167,37 a saca), principalmente por causa do aumento dos custos fixos e despesas depois da colheita.
O USDA manteve o consumo brasileiro de café em 21,15 milhões de sacas, 2,6% maior ante o ano anterior (20,62 milhões de sacas). A exportação brasileira de café foi revisada para baixo, para 30,66 milhões de sacas, queda de 340 mil sacas ante a estimativa anterior. O estoque final foi projetado em 7,97 milhões de sacas, alta de 910 mil sacas em comparação com dados de maio (7,06 milhões de sacas).
PREÇO
Enquanto o Custo Operacional Total (COT) do café arábica apresentou aumento de 3% nos primeiros oito meses de 2013, os preços pagos aos produtores pela saca acumularam queda de 11,84% no período, prejudicando as margens de lucro do setor. A informação está no boletim Ativos do Café, elaborado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em parceria com a Universidade Federal de Lavras (UFLA).
A perda dos cafeicultores foi consistente. Em janeiro, a saca de 60 kg do produto foi comercializada, em média, a R$ 317,48. Já em agosto o valor da saca caiu para R$ 279,83, destaca o boletim. De todas as regiões analisadas, apenas o município de Luís Eduardo Magalhães, na Bahia, conseguiu cobrir o custo de produção.
O aumento da oferta mundial de café influenciou o ritmo dos preços da commodity. A produção mundial na safra 2012/2013 atingirá 145,2 milhões de sacas, um crescimento de 9,6% em comparação com a safra anterior. As informações têm como base os números do Bureau de Inteligência Competitiva do Café, vinculado ao Centro de Inteligência em Mercados (CIM) da UFLA. A previsão para a safra levou em conta estudo sobre oferta e demanda do produto elaborado pela Organização Internacional do Café (OIC).
A publicação mostra, ainda, que os Custos Operacionais Efetivos (COE) da cafeicultura brasileira aumentaram 4,04% entre janeiro e agosto deste ano. Este valor corresponde ao aumento médio ponderado entre os custos do café arábica e do café conillon.
Dois fatores foram decisivos para o aumento de custos: o reajuste salarial dos trabalhadores e os preços dos insumos agrícolas. Os custos com defensivos apresentaram aumento médio de 2,33% para as regiões produtoras de café arábica e de 16,22% para as áreas onde predomina o café conillon.
Fonte: RuralBr Agricultura