USDA divulga primeiras estimativas para safra norte-americana de soja

Os contratos futuros da soja na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam mais uma vez em baixa, rompendo um suporte importante para o vencimento maio em um dia de muitas notícias baixistas.

Os principais vencimentos registraram uma queda de 11 a 11,50 centavos, com o março/17 fechando a US$ 10,11 ½, o maio/17 a US$ 10,22 ½ e o julho/17 a US$ 10,31 ½ o bushel.

Segundo Ginaldo de Sousa, da Labhoro Corretora, o histórico de queda veio ao longo de toda a semana e a recuperação esperada para hoje, em função do feriado de segunda-feira (20 de fevereiro), não ocorreu.

No Brasil, a colheita avança de maneira rápida, com mais 45% da soja colhida no momento. Na Argentina, por sua vez, o clima é favorável e ideal para as lavouras. Além disso, a questão do dólar no Brasil também pesa para a formação de preços.

O USDA, por sua vez, divulgou hoje o Outlook da nova safra americana, com previsão de plantio de 88 milhões de acres para a soja, 5 milhões de acres a mais do que a área plantada na safra atual. O milho, por sua vez, teve uma área reduzida de 94 milhões de acres para 90 milhões de acres. Estes fatores, considerados negativos para o mercado, contribuíram para a queda nas cotações.

A partir dessas estimativas, os Estados Unidos têm potencial para chegar a 125 milhões de toneladas na safra 2017/18, 15 milhões de toneladas a mais do que na safra atual. Somado a América do Sul, o número total de produção de soja poderia ser de quase 300 milhões de toneladas.

O Outlook também divulgou uma estimativa da média de preço de US$9,60/bushel para a próxima safra, o que Ginaldo considera “um número razoável”. Ele destaca que a sua opinião “não é baixista e, sim realista”: “se não houver problemas climáticos que venham mudar a redução do plantio, vamos ter, seguramente, preços mais baixos”, disse.

Perspectivas

Com as safras se confirmando na América do Sul, a tendência do mercado é seguir em queda até o final de abril. Ginaldo acredita que neste momento, a soja, de acordo com os fundamentos, já deveria estar abaixo dos US$10,00, mas os fundos ficaram comprados e carregaram essa posição apostando em problemas climáticos na América do Sul. No entanto, “a tendência do mercado, hoje, é romper os US$ 10,00”, disse.

A China continua comprando nos Estados Unidos porque os prêmios estão mais baixos do que na América do Sul. No entanto, os produtores, em breve, terão de vender seus produtos no Brasil e, consequentemente, os prêmios poderão sofrer uma queda.

A comercialização do Brasil, por sua vez, “não está tão atrasada”, mas o número de soja colhida e de soja comercializada é praticamente o mesmo – ou seja, a comercialização não evoluiu nos últimos 15 dias.

Com isso, os produtores que decidirem segurar a sua soja podem encontrar, mais a frente, um custo mais alto e preços mais baixos.

 

Fonte: Notícias Agrícolas

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