USDA afirma que ainda é “muito cedo” para contabilizar perdas climáticas na soja argentina

Representantes do setor agrícola nos EUA decidiram não seguir outros comentaristas de mercado, que falam em menores expectativas para a safra da Argentina, dizendo que “é muito cedo” para apontar baixas na produção. E mesmo que a temperatura esteja em situação nada ideal para o desenvolvimento das lavouras de soja, trazendo notícias de plantas já danificadas.

O escritório do USDA em Buenos Aires publicou em um boletim que a estimativa de safra para o país permanece em 57 milhões de toneladas para 2017/18 – 800.000 toneladas a menos do que no ano passado. “Ainda é muito cedo para projetar uma produção mais baixa, já que a situação ainda está se desenvolvendo e mais informações estão para chegar”, aponta o boletim.

Condições podem se normalizar

A decisão foi publicada mesmo com o escritório reconhecendo que analistas locais já falam em produções entre 52 e 53 milhões de toneladas, e mesmo com as Bolsas de Buenos Aires e Rosário indicando reduções em suas estimativas de produção. A Bolsa de Buenos Aires disse ainda que o progresso de plantio foi paralisado em algumas áreas devido à falta de chuvas.

“As condições podem se normalizar se as chuvas ocorrerem em breve”, disse o escritório, embora reconheça ainda que “outros analistas acreditam que as chuvas podem não ser suficientes para reverter a situação”.

Folhas queimadas e plantas degradadas

O boletim sinalizou que os fatores em desenvolvimento podem trazer um número mais baixo para a produção final mais adiante. As altas temperaturas e a falta de chuvas durante dezembro e janeiro atrasaram o desenvolvimento de plantas e estressaram lavouras na parte norte da Argentina, bem como na província de Buenos Aires, com a janela ideal de plantio chegando ao final.

Em algumas áreas há relatos de que “as temperaturas significantemente altas estão danificando as lavouras, incluindo cinco dias contínuos de temperaturas por volta dos 35°C”. Na província de Buenos Aires há informações de que plantas se encontram degradadas e com folhas queimadas.

Debate sobre as chuvas

“A Argentina não recebeu tantas chuvas quanto seria necessário neste final de semana”, afirmou Terry Reily, da corretora Futures International. Tobin Gorey, do Commonwealth Bank of Australia, disse também que “as chuvas ficaram aquém das necessidades da Argentina”.

Mike Mawdsley, da First Choice Commodities, declarou que a temperatura “não está dentro do ideal, mas que não há preocupações suficientes para provocar alta nos contratos futuros da soja no momento”.

Dr. Michael Cordonnier, do Soybean and Corn Advisor, disse que as chuvas foram “um alívio temporário para uma seca que vem atingindo a região por um bom tempo”, e que “mais chuvas serão necessárias para recuperar a umidade do solo”. Contudo, ele acredita que as chuvas podem ajudar o plantio nas regiões que ainda estão atrasadas.

 

Fonte: Agrimoney

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