O volume de cana processada pelas unidades do Centro-Sul totalizou 44.88 milhões de toneladas na primeira quinzena de julho. O resultado é 6,50% inferior às 48 milhões de toneladas registradas no mesmo período na safra 2017/2018.
Da moagem total, apenas 38,40% da matéria-prima foi destinada à fabricação de açúcar, contrastando significativamente com os 50,41% registrados na mesma data de 2017.
Como consequência, a produção de açúcar diminuiu 23,30% na quinzena, totalizando 2.39 milhões de toneladas. A de etanol, por outro lado, aumentou 26,24%, totalizando 2.39 bilhões de litros, contra 1.89 bilhão de litros produzidos em igual período do ciclo 2017/2018.
No caso do biocombustível hidratado, o aumento foi ainda maior; sua produção atingiu a 1.60 bilhão de litros, a maior produção quinzenal da série histórica. Esse resultado representa um crescimento de 52,71% em relação ao mesmo período de 2017.
A produção de anidro, por sua vez, totalizou 790.74 milhões de litros nos primeiros quinze dias de julho, com queda de 6,53% em relação aos 845.95 milhões de litros produzidos na mesma quinzena do ano anterior.
No acumulado desde o início da safra até 16 de julho, a produção de açúcar atingiu 12.14 milhões de toneladas. Já o volume de etanol alcançou 13.45 bilhões de litros, sendo 4.08 bilhões de litros de anidro e 9.37 bilhões de litros de hidratado.
“Caso não tivesse ocorrido mudança no mix das usinas, a produção acumulada de açúcar já teria superado as 15 milhões de toneladas. A retração de 57,40 kg de açúcar por tonelada de cana processada verificada em 2017/2018 para 45,39 kg nessa safra permitiu uma redução próxima a 3.2 milhões de toneladas na produção até o momento”, disse Antonio de Padua Rodrigues, diretor Técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA).
Nos primeiros quinze dias de julho deste ano, a produção de etanol de milho totalizou 24.68 milhões de litros. Desde o início da safra até 16 de julho foram produzidos 187.80 milhões de litros, representando um aumento de 163% em relação ao volume produzido em igual período do ano passado.
Produtividade e qualidade da matéria-prima
A qualidade da matéria-prima processada nos primeiros quinze dias de julho, medida por meio da concentração de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR), aumentou 7,70%, atingindo a 145,47 kg por tonelada em 2018 contra 135,07 kg por toneladas na mesma quinzena do último ano. No acumulado até 16 de julho, o indicador de qualidade totalizou 131,86 kg de ATR por tonelada, mantendo a alta de 5,10% em relação ao valor da safra 2017/2018.
Dados preliminares apurados pelo Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), a partir de uma amostra comum de 81 empresas, indicam que houve uma sensível retração de 4,27% na produtividade agrícola do canavial colhido na primeira quinzena de julho em comparação ao mesmo período da safra 2017/2018 (81,91 toneladas por hectare nesse ano, contra 85,56 no ciclo anterior). Os dados efetivos para o mês de julho serão confirmados no próximo levantamento.
Vendas de etanol
O volume total de etanol comercializado pelas unidades do Centro-Sul totalizou 1.2 bilhão de litros nos primeiros quinze dias de julho, crescimento de 16,68% em relação à mesma quinzena do ano anterior (1.03 bilhões de litros), sendo 91.55 milhões destinados à exportação e 1.11 bilhão ao mercado doméstico.
Esse crescimento se deve, mais uma vez, à expansão das vendas do hidratado no mercado doméstico, as quais alcançaram 767.48 milhões de litros na primeira metade de julho. Esse volume representa um expressivo aumento de 39,46% sobre o valor registrado em igual período de 2017 (550.31 milhões de litros).
A exemplo das semanas anteriores, esse resultado positivo das vendas retrata a maior competividade do biocombustível nos postos. Dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) compilados pela UNICA mostram que em seis Estados, São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Mato Grosso, Goiás e Rio de Janeiro, abastecer com o etanol é economicamente muito vantajoso em comparação à gasolina. Estes Estados agregam cerca de 65% da frota nacional de veículos leves.
Com base no levantamento de preços realizado pela ANP na última semana (15 a 21 de julho), o hidratado atingiu uma paridade média de 59,9% em São Paulo, o que representa o percentual mais competitivo nos últimos oito anos (para mais informações, acesse o relatório de acompanhamento semanal de preços ao consumidor disponível no link http://www.unicadata.com.br/listagem.php?idMn=93).
Em relação ao anidro, o volume comercializado no mercado doméstico alcançou 341.23 milhões de litros na primeira quinzena de julho, montante inferior aos 407.08 milhões de litros comercializados na mesma quinzena de 2017.
Como consequência, as vendas acumuladas de etanol pelas usinas desde o início da safra 2018/2019 até 16 de julho, já atingiram a 7.74 bilhões de litros, com 351.57 milhões de litros exportados e 7.38 bilhões de litros comercializados internamente, crescimento acumulado de 12,45% na comparação com o ciclo 2017/2018.
Reuters