União Europeia discute cotas para o Mercosul

A oferta agrícola que a União Europeia (UE) pretende fazer ao Mercosul continua causando turbulências entre os países-membros mais protecionistas, apesar de as cifras que circulam em Bruxelas serem bem modestas.

Agora, as indicações são de que a UE quer oferecer ao Mercosul uma cota de 78 mil toneladas para carne bovina com tarifa menor. O mesmo volume havia sido criticado por países produtores como França e Irlanda no ano passado, mesmo sendo inferior a uma suposta oferta de 85 mil toneladas, número que circulou em Bruxelas recentemente, e menos que as 100 mil toneladas que os europeus chegaram a prometer ao Mercosul em 2004.

Por sua vez, a UE estaria pronta a oferecer ao Mercosul cota de 600 mil toneladas de etanol por ano, algo que negociadores europeus pelo momento tampouco confirmam ou desmentem. A percepção é de que há neste momento um braço de ferro entre a diretoria de Comércio, que pretende oferecer mais ao Mercosul, e a de Agricultura, que vai na direção oposta.

O próprio gabinete do presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, tenta fazer a arbitragem sobre a oferta, que deve ser discutida na sexta-feira pelos países-membros e provavelmente apresentada ao Mercosul na próxima semana em Brasília.

Negociadores europeus têm alertado diferentes setores na UE de que não se pode achar que um acordo de livre comércio não terá impacto sobre produtores locais. Mas a própria agricultura europeia tende a se beneficiar, podendo exportar com preferências produtos com valor agregado para o Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.

A Comissão Europeia insiste na ideia de que o anúncio de um pré-acordo no fim do ano com o Mercosul seja prioridade. Ao mesmo tempo, pecuaristas da Irlanda fazem pressão para que seu governo vete um acordo com o bloco do Cone Sul.

 

Fonte: Valor Econômico

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