A Argentina está a um passo de aprovar o primeiro trigo transgênico do mundo, que já passou com êxito por várias etapas de avaliação técnica. O trigo HB4 foi desenvolvido pela Universidade Nacional do Litoral e pelo Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Técnicas. Sua patente foi adquirida pela empresa Bioceres.
No entanto, a aprovação final foi suspensa até a decisão do presidente Mauricio Macri, porque a Secretaria do Agronegócio alertou sobre a possível perda de mercados de exportação de mais de US $ 1 bilhão por ano para o trigo tradicional como possível resistência social aos transgênicos.
A própria empresa e a Secretaria de Ciência que endossou a transgênese, acreditam que logo alcançarão sua aprovação, ainda que de certa forma restrita a uma solução de consenso entre os atores envolvidos.
“Procuramos obter o estatuto de difusão não comercial não regulamentada, que tem o apoio das autoridades, sobre a segurança da cultura, mas com o compromisso de não o espalhar ou vendê-lo até que os países de destino aceitem isso”, disse Francisco Ayala, chefe de produto da Bioceres.
Em outras palavras, segundo Ayala, isso permitiria à empresa obter marketing em um futuro ainda não determinado.
Ayala acrescentou que existem procedimentos semelhantes iniciados no Uruguai, no Paraguai e no Brasil, bem como perante o órgão competente dos Estados Unidos (FDA, Food and Drug Administration), mas que a aprovação no país de origem é vital.
Enquanto isso, Lino Barañao, secretário de Ciência, disse ao SciDev.Net que “mais cedo ou mais tarde tem de ser aprovado, mas o que não queremos é causar danos porque temos liderança mundial”.
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