Após quatro anos registrando aumento de área, produtores reduziram o plantio de trigo em 2024. As desvalorizações ao longo de 2023 e perdas no campo diminuíram a rentabilidade e o apetite do produtor de aumentar a área em 2024. O lado positivo é que a produtividade registrou uma recuperação parcial no ano, mantendo a oferta em linha com a observada em 2023. A demanda, por sua vez, se manteve firme, resultando em necessidade de importação.
Dados da Conab indicam que a área na safra 2024 foi 11,90% menor do que a anterior, totalizando 3.061 milhões de hectares. Já a produtividade foi estimada em 2.634 quilos por hectare, 13% maior que a da temporada passada. Assim, a produção da safra de 2024 foi estimada em 8.064 milhões de toneladas, ligeira queda de 0,40% em relação à de 2023.
Quanto aos preços, levantamento do CEPEA mostra que registraram ligeiras quedas no 1º trimestre de 2024. No 2º trimestre, as cotações encontraram suporte nas valorizações externa e do dólar e também nas preocupações relacionadas ao plantio de trigo no Sul do Brasil. Vale lembrar que o Rio Grande do Sul atravessou uma catástrofe climática, que gerou expectativa de menor cultivo e/ou de impossibilidade de cultivo em parte do estado.
O período de entressafra também era motivo de sustentação de preços. Os maiores preços médios de 2024 foram registrados pelo CEPEA em julho, impulsionados pela menor disponibilidade de trigo e pela demanda aquecida. Porém, nos meses seguintes, as importações crescentes acabaram exercendo pressão sobre as cotações, contexto que se prolongou até final do ano. A partir do final do 3º semestre, o avanço da colheita e os estoques favoráveis nos moinhos reforçaram a pressão sobre os preços domésticos.