Uma variedade brasileira de trigo, pelo segundo ano consecutivo, acaba de ser lançada para ser cultivada em solo boliviano. Trata-se da TBIO Sossego, que integra o portfólio da empresa brasileira de melhoramento genético Biotrigo Genética.
A nova cultivar foi aprovada pela Associação dos Produtores de Oleaginosas e Trigo (Anapo) da Bolívia, visando às diversas características agronômicas, com destaque para a excelente reação à Brusone, uma das doenças mais agressivas do trigo.
O lançamento foi realizado no dia 27 de julho passado, durante a 25ª edição do Dia Nacional do Trigo, na Bolívia. Promovido pela Anapo, o evento reuniu mais de dois mil triticultores daquele país.
Participaram também cerca de 70 empresas, entre fornecedores de insumos, prestação de serviços agrícolas, centros de pesquisa, instituições financeiras, fornecedores de maquinário, indústrias, entre outros.
BRUSONE
A Brusone é uma das doenças mais agressivas na cultura do trigo, afetando diretamente a produtividade do cereal, a lucratividade do agricultor e ainda é um dos motivos para que a Bolívia tenha de importar mais de 70% da demanda total para atender ao consumo interno.
Na safra passada, foram semeados 109 mil hectares de trigo, com um rendimento médio de 1,57 tonelada por hectare e uma produção de 170 mil toneladas. Em 2018, a área foi mantida e a perspectiva é de que os resultados de rendimento sejam melhores se as chuvas retornarem.
MELHOR PRODUTIVIDADE
Conforme o gerente de Planejamento e Gestão da Anapo, Jaime Hernandez Zamora, implantar tecnologias resistentes à doença na Bolívia são fundamentais, já que o clima do país oferece um ambiente mais favorável à ocorrência da doença.
“O principal objetivo é melhorar a produtividade do trigo no país e buscar a autossuficiência na produção do cereal. É por meio de cultivares resistentes que a Bolívia poderá aumentar a produção, o potencial de rendimento e a qualidade do trigo na Bolívia”, disse Zamora.
Para se tornar autossuficiente, a Bolívia precisaria produzir pelo menos 700 mil toneladas de trigo ao ano.
A tecnologia foi apresentada no evento na presença do diretor da Biotrigo Genética, o Ph.D. em melhoramento genético André Cunha Rosa, e do supervisor comercial da empresa, Bruno Leonardo Alves.
GENÉTICA É A MELHOR ESTRATÉGIA
Segundo Rosa, como a aplicação de fungicidas é pouco eficiente para o controle da doença, a genética é atualmente a melhor estratégia de controle.
“Nosso programa de melhoramento genético está desenvolvendo pesquisas em conjunto com a Kansas State University (EUA) e a Unidade de Pesquisa da Anapo, na Bolívia, para criar tecnologias cada vez mais eficazes no controle da doença que é potencialmente importante para vários países do Mercosul”, informa o executivo.
Ele ainda relata que “são poucas as cultivares de trigo com resistência comprovada à Brusone no mundo, entre elas o TBIO Mestre, já cultivado em solo boliviano e o TBIO Sossego, cuja semente será multiplicada já nessa safra”.
PACOTE FITOSSANITÁRIO
Cultivada também em solo brasileiro, desde a safra de 2017, a TBIO Sossego é conhecida por seu amplo pacote fitossanitário.
“Como o próprio nome indica, o TBIO Sossego oferece maior segurança ao produtor. A cultivar tem ciclo médio, ampla adaptação, excelente sanidade foliar para enfermidades como ferrugem e manchas foliares, excelente nível de resistência as doenças de espiga, segurança quanto ao acame e desgrana, além de apresentar elevado potencial de rendimento e qualidade industrial”, informa Rosa.
A cultivar TBIO Sossego é indicada para aberturas de semeadura em lavouras de baixo e médio investimento em todas as regiões tritícolas da Bolívia, justamente pela resistência à Brusone, mais comum nas primeiras semeaduras.
OUTRA CULTIVAR
A TBIO Mestre, por sua vez, já disponível comercialmente na Bolívia, tem ciclo médio e porte médio e é classificado como moderadamente resistente a acamamento e à Brusone.
No país vizinho, a indicação também é para fechamento de semeadura, pois tem enfrentado bem as condições de pouca chuva, comuns neste período.
Para mais informações, acesse www.biotrigo.com.
Fonte: Biotrigo Genética com edição d’A Lavoura