O Fórum da Cultura do Trigo na Expodireto Cotrijal, realizado nesta quarta-feira (7/3), deixou claro um consenso: é preciso aumentar a área para aumentar a lucratividade do produtor de trigo, e para isso, a melhor saída seria a exportação. Três dos maiores especialistas do tema debateram o futuro desta cultura no Brasil.
O especialista pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) Luiz Carlos Pacheco apresentou sugestões para um planejamento com metas para os próximos dez anos. Analista sênior da T&F Consultoria Agroeconômica, Pacheco detalhou como seria possível aumentar e escoar a produção via exportação, desde que fossem planejados os plantios de acordo com os destinos posteriores e a partir deles.
O analista sugeriu que esse planejamento poderia seguir o exemplo russo. “A Rússia fez um projeto de 20 anos para expandir as exportações. Em 2001, exportava 1.2 milhão de toneladas de trigo e fez um planejamento para exportar 35 milhões em 20 anos. Em 15 anos, ou seja, cinco anos antes do planejado, já atingiu 45 milhões de toneladas”, disse Pacheco.
“É uma coisa pensada, planejada e pautada para que acontecesse. Tenho certeza que se nós, no Rio Grande do Sul, fizermos isto também, vamos reativar o plantio e a área de trigo que merecemos”.
Outro palestrante foi o economista-chefe da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Antônio da Luz, que descreveu aspectos preocupantes dos custos de se plantar trigo no estado. Ele comparou os valores com os de outros países, afirmando que há necessidade de se viabilizar o lucro do produtor.
“Nós sempre teremos problemas de comercialização enquanto o nosso custo de produção for mais alto que o do restante do mundo, que é o que vem acontecendo”.
O pesquisador em Sistemas de Produção da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Trigo), João Leonardo Fernandes Pires, destacou que o trigo é importante até mesmo para a soja, que é a cultura preferida dos produtores.
“Nós temos discutido, ao longo da Expodireto, a importância do trigo para a própria soja, que é a vedete, e vai continuar sendo, mas ela não pode viver sozinha. O trigo é uma cultura que sabemos fazer, que tem tecnologia, e tem cada vez mais diminuído a sua área de produção. Mas tratamos aqui, em específico, sobre uma possibilidade de usar o trigo para exportação”, afirmou Pires.
Fonte: Agrolink
