Transgênicos garantem sustentabilidade em 90% das áreas plantadas

 

Os Organismos Geneticamente Modificados (OGMs) começaram a ser utilizados na agricultura brasileira há 25 anos. Atualmente, os transgênicos, segundo especialistas do setor, são capazes de garantir sustentabilidade em 90% das áreas plantadas de soja, milho e algodão no País, e asseguram a produção de vacinas para aves, suínos e bovinos.

“Hoje a taxa de adoção da transgenia na soja supera os 96%; no milho e no algodão é de quase 90%. Há dois tipos de transgênicos na agricultura: o que oferece resistência a insetos e o que confere tolerância a herbicidas”, explicou Paulo Barroso, presidente da Comissão Técnica Nacional da Biossegurança (CTNBio), do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.

“Na pesquisa científica, os transgênicos evoluíram muito. Hoje é possível ativar ou desativar genes de uma planta para aumentar o teor de vitaminas e aminoácidos essenciais ou para eliminar substâncias indesejáveis”, informou Barroso durante entrevista para o chefe-geral da Embrapa Territorial, Evaristo de Miranda, no canal AgroMais.

Essa mesma tecnologia que permite a introdução, nas plantas, de um gene efetivo contra insetos, oferece proteção em relação às principais pragas, tornando seu controle mais eficiente; reduz as pulverizações e aplicações de inseticidas e promove a economia de combustíveis e água.

Plantio direto

Já os OGMs resistentes a herbicidas viabilizam o plantio direto em mais de 30 milhões de hectares, favorecem a conservação do solo e da água e diminuem a pegada de carbono. Os ganhos de produtividade reduzem a necessidade de abertura de novas áreas, evitando desmatamentos.

“Transgênicos com tolerância a herbicidas evitam o manejo agressivo do solo praticado no cultivo tradicional. No plantio direto há um controle bastante efetivo das plantas daninhas, sem a necessidade de se fazer o manejo agressivo do solo e utilizar herbicidas que podem ser mais danosos”, reforçou Barroso, acrescentando que os OGMs oferecem viabilidade econômica para a produção.

Redução de CO2

“É uma tecnologia que veio para ficar. Com o uso dos transgênicos, se utiliza menos defensivo, pois a própria planta produz sua defesa. Com isso, temos um ganho nas emissões de C02”, destacou Evaristo de Miranda.

“Somente em 2018 tivemos uma redução de 23 milhões de toneladas de CO2,  segundo dados de um relatório mundial, e isso equivale a retirar de circulação 15 milhões de carros. É um ganho muito grande para a atmosfera, e também para o solo.”

Polêmicas

Por outro lado, essa tecnologia, ao longo dos anos, levantou muitas questões a respeito de ética e segurança para os consumidores.

Nesse sentido, ressaltou o presidente da CTNBio, “quase todos os países do mundo criaram comissões de biossegurança para orientar as pesquisas no setor, definir normas e avaliar a segurança dos produtos derivados da tecnologia do DNA recombinante, seja para questões de consumo humano e animal ou de proteção do meio ambiente”.

E a CTNBio está inserida nesse contexto. “Não trabalhamos com hipóteses e sim com fatos. Hoje há muitos transgênicos beneficiando agricultores, o meio ambiente e a população brasileira”, enfatizou Barroso, que destacou o uso de transgênicos até mesmo nas atuais vacinas contra a Covid-19.

Saúde e alimentação

“O primeiro produto transgênico utilizado no Brasil foi a insulina humana, ainda na década de 80. A tecnologia também permitiu a produção do hormônio do crescimento humano, além de vacinas como a da hepatite B.

Hoje, o DNA recombinante é utilizado também nas atuais vacinas contra a Covid-19. Elas são transgênicas, e no que se refere a esse aspecto, passam pela avaliação de segurança da CTNBio”, disse o executivo. Segundo ele, os fármacos “fazem parte da nova leva de OGMs e estarão cada vez mais presentes no cotidiano nas pessoas”.

Para Barroso, a próxima revolução do setor acontecerá na área de alimentos. “Haverá diversos produtos com uma qualidade nutricional ainda melhor, como o café sem cafeína, milhos com maior teor de vitaminas e minerais, ou seja, uma nova onda está vindo. A técnica da edição genômica, por exemplo, vai trazer muitos benefícios para consumidores, agricultores e indústrias”.

 

 

Fonte: AgroMais

Equipe SNA

 

 

 

 

 

 

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