Transgênicos: ‘Ainda há muita desinformação’, diz diretor da SNA

O diretor da SNA Helio Sirimarco

Há dez anos o Brasil legalizava a produção de sementes transgênicas de soja. De lá para cá, o que se viu foi um mercado em franca expansão. E a tendência é de mais crescimento, de acordo com recente estudo da consultoria Céleres. “É um processo irreversível”, afirmou o diretor da Sociedade Nacional de Agricultura, Helio Sirimarco.

“Os mercados já se adaptaram a essa realidade, mas ainda há muito desconhecimento e desinformação a respeito do assunto”, advertiu Sirimarco, que citou como exemplo a lagarta helicoverpa, descoberta recentemente na Bahia, que atacou as plantações de algodão e que está se espalhando pelo centro-oeste.

“O ministério do Desenvolvimento Agrário soltou uma nota dizendo que essa lagarta teria surgido em decorrência de sementes transgênicas, o que é um absurdo, pois diversos especialistas já disseram que essa praga não é brasileira.”

Ainda sobre a falta de informação em relação aos transgênicos, o diretor também criticou o comportamento do consumidor atual.

“O brasileiro, em geral, não tem o costume de ler os rótulos das embalagens dos alimentos para saber o que está consumindo.”

Polêmicas à parte, o certo é que os transgênicos estão cada vez mais presentes nos supermercados e na mesa do brasileiro. Pesquisa da BBC Brasil indica que alimentos como feijão, milho, salmão, soja, pão, bolos, biscoitos e óleo de cozinha podem conter organismos geneticamente modificados (OGMs).

Na opinião de Sirimarco, a soja e o milho transgênicos são as commodities com maior crescimento no país. Citando o estudo da Céleres, o diretor afirmou que as lavouras de soja transgênica devem cobrir 26,9 milhões de hectares na safra 2013-2014, com expansão de 8,9% sobre levantamento realizado em abril de 2013.

“Isso equivale a 92,4% da estimativa de área plantada para a soja no Brasil”, destacou, acrescentando que, no caso do milho, “a área total ocupada será de 12,9 milhões de hectares, ou seja, um aumento de 11,7 milhões de hectares em comparação à safra 2008-2009 – primeiro ano em que a biotecnologia foi adotada para o milho”.

Vantagens

Ao defender a utilização dos OGMs, Sirimarco lembrou que os transgênicos representam um custo menor com maior produtividade no campo, em razão da utilização de sementes mais resistentes que demandam uma quantidade menor de herbicidas.

“Uma lavoura de soja convencional pode necessitar de até cinco aplicações de herbicida, enquanto que uma lavoura transgênica de soja ‘Roundup Ready’ precisa de apenas uma aplicação”, explicou o diretor.

Leia aqui, na íntegra, o relatório da Céleres sobre transgênicos.

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