Ministra da Agricultura afirma que fertilizantes precisam ser excluídos do regime de sanções

Em reunião com representantes das Nações Unidas e dos governos dos países americanos, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, defendeu que os fertilizantes sejam excluídos do regime de sanções, a exemplo do que ocorre com os alimentos.

Em nota, ela indicou que reprimir o comércio desses insumos afeta a produtividade do campo, reduz a disponibilidade de alimentos, reforça a tendência inflacionária das principais commodities e, como consequência, ameaça à segurança alimentar, especialmente dos países mais vulneráveis.

“Temos de encontrar meios de evitar que medidas destinadas a punir comportamentos específicos, aplicadas por um grupo de países, acabem por afetar as cadeias alimentares mundiais”, disse Tereza Cristina, que também preside a Junta Interamericana de Agricultura (JIA).

“Não podemos, sob o pretexto de pressionar pela solução de um problema, criar um ainda maior, com o agravamento da situação da fome que, segundo estimativas da FAO, afeta mais de 800 milhões de pessoas no mundo.”

Segundo o ministério, o assunto será encaminhado para a Organização das Nações Unidas (ONU), por meio da Organização das Nações Unidas Para Alimentação e Agricultura (FAO).

Ações

Ainda segundo a Pasta, a ministra apresentou outras ações para que, de forma coordenada, seja possível mitigar os impactos negativos da atual crise de preços dos insumos, em especial de fertilizantes.

Além de intensificar a pesquisa científica em busca de inovações tecnológicas que permitam fortalecer a eficiência e a sustentabilidade da agropecuária, Tereza Cristina sugeriu aumentar o intercâmbio de informações sobre os mercados agrícolas globais.

Nesse contexto, ela propôs ampliar, por exemplo, o escopo do Sistema de Informação de Mercados Agrícolas do G-20 (o AMIS) e incluir dados sobre fertilizantes, o que representaria importante contribuição para a transparência e estabilidade dos mercados.

Segurança alimentar

No mesmo evento, dentro do tema fertilizantes, o secretário de Agricultura dos Estados Unidos da América, Tom Vilsack, defendeu esforços para a inovação, tecnologia e sustentabilidade para uma maior produção desse insumo.

“A invasão Russa está acelerando o aumento dos preços não só das commodities agrícolas como também de energia e metais, o que impacta a segurança alimentar de países menos desenvolvidos. Por isso, é importante fazermos o que pudermos para estimular planos maiores para as plantações nos próximos meses”, disse.

“Precisamos de mercados transparentes e compensação de preços para produzir. Isso é vital para reforçar os suprimentos, enviando uma mensagem para os produtores plantarem mais e mantendo o comércio global eficaz.”

O encontro, realizado de forma virtual, também debateu as preocupações com a segurança alimentar diante do desafio de uma nova agenda global em agricultura.

Tereza Cristina disse que, enquanto maior região exportadora líquida de alimentos, as Américas podem capitanear respostas coletivas e coordenadas a esses desafios.

 

 

Fonte: Broadcast Agro

Equipe SNA

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