Suinocultura vê exportação como estratégia para recuperar ritmo

O diretor de Consumo Interno da Abipecs, Jurandi Machado

Depois de enfrentar um primeiro semestre conturbado, o setor de suinocultura volta a apresentar expansão nas exportações da carne in natura. Dados divulgados pela Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs) mostram que, no mês de julho, o setor conseguiu retomar o crescimento, com faturamento 16,49% superior em relação ao mesmo período do ano passado, um rendimento de US$ 126,1 milhões.

Os embarques, que totalizaram 50,4 mil toneladas, tiveram incremento de 14% ante as 44,2 mil toneladas exportadas em julho de 2012. O preço médio das vendas externas também teve acréscimo no último mês. Com elevação de 2,19% em relação a igual intervalo do último ano, as comercializações fecharam com preço médio de US$ 2.501.

Na avaliação do diretor de Consumo Interno da Abipecs, Jurandi Machado, a recuperação do ritmo de vendas para o exterior deve sustentar os negócios do segmento. “Tivemos problemas no front externo e, resolvidas algumas dessas questões, acreditamos que as exportações irão se recuperar”, prevê.

O primeiro semestre foi marcado pela queda nas vendas e a imposição da barreira tarifária criada pela Ucrânia, maior importador da carne brasileira de suínos na época. No mês de março, o mercado ucraniano suspendeu temporariamente a compra do produto, alegando ter encontrado a bactéria listeria em lotes importados, e só retomou as negociações a partir de junho, após a retirada da suspensão temporária.

Segundo o diretor da Sociedade Nacional de Agricultura Fernando Pimentel, a suinocultura brasileira está suscetível às imposições e barreiras criadas pelos grandes compradores. “Hoje o setor é muito dependente da demanda de países da Europa, com destaque para a Rússia e a Ucrânia, que importam em maior quantidade a nossa carne. Quando surgem barreiras sanitárias, a cadeia se desestabiliza, o que acaba prejudicando os produtores de suínos e gerando transtornos enormes para o setor no Brasil.”

Ainda assim, a despeito dos altos custos de produção e da ampla oferta de frango e carne bovina, o mercado externo vem sendo encarado como peça-chave para a retomada do setor. “A projeção é que o consumo interno continue truncado e as exportações evoluam. Hoje, o Brasil exporta para mais de 60 países e a indústria vêm buscando instalar, nesses locais, plantas industriais para o beneficiamento da carne suína”, salienta Machado.

Pimentel acredita que a abertura de novos mercados e a busca de parceiros potenciais são essenciais para a recuperação do setor. “O melhor caminho é abrirmos mercados com novos países. A China é um mercado com potencial enorme, apesar de possuir uma política que segura a importação, pois investe na produção interna, precisamos explorar melhor essa parceria. Temos que investir nos países asiáticos, nos que não possuem restrição pela questão religiosa, para ampliarmos nossa atuação e ganharmos mais parceiros em potencial”, explica o diretor da SNA.

Principais destinos

A Rússia foi o principal destino da carne suína neste ano, responsável por 28,34% das exportações brasileiras. O segundo lugar ficou com Hong Kong, com 24,88%, seguida pela Ucrânia, com 11,72%. Em receita, os três primeiros países foram Rússia (31,75%), Hong Kong (23,28%) e Ucrânia (12,79%). No mês de julho, a sequência verificada foi a mesma. Rússia liderou o ranking das exportações em volume, com 26,57% , Hong Kong aparece em seguida, com 22,87%, e Ucrânia, com 17,28%.

Por Equipe SNA/RJ

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp