Suinocultores catarinenses encontraram nas enzimas uma forma de tentar superar a crise do milho. Com isso, é reduzida a quantidade de ração que os animais precisam comer. Atualmente, produzir um quilo de suíno está mais caro do que o preço pago ao suinocultor, como mostrou o Bom Dia Santa Catarina desta sexta-feira (26 de agosto).
A alimentação representa 70% dos custos de produção na suinocultura. Por isso, produtores e cooperativas têm investido em tecnologia para tentar reduzir os custos. Uma das alternativas encontradas é o uso de enzimas, que são suplementos que passaram a fazer parte da dieta dos animais.
Em uma propriedade de Campos Novos, no Oeste, com 2.200 suínos, a primeira tentativa para diminuir a dependência do milho e da soja foi usar o trigo na alimentação. Porém, os resultados não agradaram. Então, a cooperativa adotou a suplementação da dieta com as enzimas. A quantidade de ração diminuiu, o que reduziu os custos sem perder qualidade.
“A enzima entra justamente para melhorar a digestibilidade, melhorar a absorção”, explicou o médico-veterinário Marcelo Bresola.
Alto custo
Na semana passada, as agroindústrias reajustaram em R$ 0,10 o preço pago pelo quilo do suíno. Mas isso praticamente não fez diferença para o produtor. Isso porque o valor pago pelo quilo está em R$ 3,30 e o custo para produzir chega a R$ 3,80.
“Faz mais de um ano que está desse jeito. Está cada vez piorando mais”, lamentou o suinocultor Alecir Toigo.
Enquanto a remuneração do produtor só caiu de um ano para o outro, o farelo de soja e o milho, que são a base da alimentação, tiveram alta recorde.
Para o presidente dessa cooperativa Coopercampos, de Campos Novos, Luiz Carlos Chiocca, o produtor tem feito sua parte e agora é esperar a reação do mercado. A esperança está nas exportações e nas vendas de fim de ano.
“Que venham a adquirir produto da suinocultura e venham a amenizar um pouco a crise que nós estamos vivendo”, disse o presidente.
Fonte: G1