Suíno vivo: semana encerra estável, mas perspectivas são positivas para os próximos dias

Mais uma semana de preços estáveis no mercado independente de suíno vivo. Mesmo com o enxugamento da oferta, a dificuldade no escoamento da produção vem limitando as altas na matéria prima neste final de ano. A tendência típica do mercado de carnes é de melhores condições de demanda no último trimestre. O crescimento no consumo de carnes em função do volume maior de dinheiro disponível à população (décimo terceiro, férias, contratações temporárias), costuma impulsionar os preços do suíno vivo, porém, neste ano o padrão não se confirma.

O levantamento semanal de preços realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, apontou praças estáveis nesta semana. Em São Paulo, a bolsa de suínos segue com referência em R$ 77 a R$ 79/@ – equivalente a R$ 4,11 a R$ 4,21/kg vivo – condição bolsa.

Na praça de Minas Gerais, a Associação dos Suinocultores do Estado (ASEMG) informou que representantes de ambos os elos da cadeia suinícola determinaram a permanência do valor de comercialização do quilo do suíno vivo em R$ 4,20. Já em Santa Catarina a Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS) divulgou que a bolsa de suínos do estado permanece em R$ 3,90 o quilo do animal vivo no mercado independente.

Por meio de nota, os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), disseram que “mesmo com a oferta reduzida e as exportações em volumes elevados, a fraca demanda interna por carne não tem permitido reajustes nas cotações”.

Entre 31 de outubro e 9 de novembro, a carcaça especial perdeu 0,9%, sendo cotada a R$ 6,14 nesta semana. Já a carcaça comum desvalorizou 4%, no mesmo período, negociada a R$ 5,73/kg. No entanto, de acordo com o analista da Safras & Mercado, Allan Maia, “para o curto prazo, a tendência é de preços ligeiramente mais altos no país, devido à projeção de melhora no consumo”, disse.

Prejuízos

Em entrevista ao Notícias Agrícolas, o presidente da ACCS, Losivânio de Lorenzi, afirmou que em Santa Catarina há relatos de suinocultores que não “conseguem adquirir matéria prima por conta do inadimplência”. Mesmo com a redução nos custos, o setor ainda desembolsa cerca de R$ 4 para produzir o quilo do animal vivo. Para o presidente, uma recuperação das margens dos produtores exigirá uma mudança radical no cenário interno. “Não vemos um cenário de melhora para o setor no curto e médio prazo”, afirmou.

“Muitos estão tentando renegociar dívidas, mas não conseguem porque o banco já não libera mais crédito devido ao risco que existe na atividade. Os produtores independentes e mini integradores estão abandonando a atividade. Muitos frigoríficos compram os animais, mas não pagam, fazendo com que não haja viabilidade econômica na propriedade”, disse Lorenzi.

Exportações

Nas exportações, o analista da Safras ressalta que o desempenho de outubro superou a expectativa. Segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, divulgados na segunda (7), na parcial de novembro (três dias úteis), o Brasil exportou 11.700 toneladas de carne suína ‘in natura’, registrando média diária de 3.900 toneladas/dia. Esse resultado representa um aumento de 46,2% em relação ao volume de outubro.

No acumulado do ano, os embarques registraram um crescimento de 38,8% (527.300 toneladas) na comparação com o ano passado. No saldo cambial o resultado é de US$ 133.1 milhões, 23% superior ao acumulado de janeiro a outubro de 2015.

 

Fonte: Notícias Agrícolas

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