Suíno vivo: demanda fraca pressiona preços na semana

As cotações do suíno vivo seguem pressionadas no Brasil. Resultado de uma soma de fatores, a procura por animais enfraqueceu nos últimos dias, interrompendo o movimento de alta no primeiro trimestre no ano.

Segundo o analista de Safras & Mercado, Allan Maia, a demanda segue enfraquecida e, com isso, os frigoríficos seguem tentando evitar uma grande formação de estoques. “Por conta dos desdobramentos da operação Carne Fraca o mercado segue muito especulado e sem grandes espaços para uma recuperação”, disse.

Segundo o levantamento de preço realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, houve desvalorização em cinco praças. O maior recuo ocorreu em Santa Catarina, onde a bolsa fechou com preço em aberto por duas semanas consecutivas, encerrando a R$ 3,70/kg no fechamento da segunda-feira (3).

O setor, que já enfrentava dificuldades na segunda quinzena de março e no período da quaresma, se deparou com a operação Carne Fraca, da Policia Federal, denunciando irregularidades em frigoríficos.

Segundo a APCS (Associação Paulista dos Criadores de Suínos) o mercado ainda mostra “sinais de especulação e fortes desinformações entre os elos da cadeia”.

Mas, apesar dos compradores aproveitarem do momento para enxugar estoques e promover a queda nos preços, na visão do presidente da ACSURS (Associação dos Criadores de Suínos do Estado), Valdecir Folador, o setor vai passar praticamente “ileso, apenas com pequenos arranhões”.

Desde a operação, o preço do suíno vivo no estado caiu de R$ 0,20 a R$ 0,30 por quilo. Contudo, as quedas nos custos de produção superam o recuo nos preços, mantendo rentabilidade na atividade. “Dentro de mais duas a três semanas o setor irá se recuperar, com os preços corrigindo, mesmo porque a oferta e demanda está bastante ajustada”, disse Folador.

Para o presidente da ACCS (Associação Catarinense de Criadores de Suínos),  o cenário de preços será mais favorável após o período de Quaresma.

Exportações

Segundo levantamentos da Associação Brasileira de Proteína Animal, as exportações de carne suína in natura tiveram retração de 3,4% no desempenho do setor em março em relação ao terceiro mês de 2016, com total de 54.800 toneladas (contra 56.700 toneladas no ano passado).

Já em receita, houve um aumento de 39,5%, com US$ 138.3 milhões neste ano (frente a US$ 99.1 milhões no ano anterior). A receita em reais obtida com os embarques, inclusive, foi a maior desde novembro do ano passado, quando o montante foi recorde, considerando-se a série da Secex.

>> Confira a cotação completa do suíno.

 

Fonte: Notícias Agrícolas

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