Sucesso da produção exige gestão empresarial planejada, diz analista do Sebrae

planejamento da produção de leite em curto, médio e longo prazo auxilia na gestão empresarial, porque nele são indicados os objetivos que se esperam atingir, a partir de ações traçadas, considerando os aspectos e agentes que influenciam no processo produtivo. Foto: Shutterstock/Divulgação SIS-Sebrae
Planejamento da produção de leite em curto, médio e longo prazo auxilia na gestão empresarial, porque nele são indicados os objetivos que se esperam atingir, a partir de ações traçadas, considerando os aspectos e agentes que influenciam no processo produtivo. Foto: Shutterstock/Divulgação SIS-Sebrae

O planejamento da produção de leite em curto, médio e longo prazo auxilia na gestão empresarial, porque nele são indicados os objetivos que se esperam atingir, a partir de ações traçadas, considerando os aspectos e agentes que influenciam no processo produtivo. É o que explica a analista de informação Kelly Rondelli Brito, do Sistema de Inteligência Setorial do Serviço de Apoio a Micro e Pequenas Empresas (SIS/Sebrae).

Segundo ela, na administração da produção de leite e derivados no campo devem ser trabalhados três tipos de planejamentos. “Em curto prazo, em geral de três a seis meses, são desenhadas metas de rápido alcance, que normalmente servem para levantar informações sobre o funcionamento e ajuda no controle da fazenda”, cita a analista.

Em médio prazo, de um a dois anos, “já é possível estipular melhorias no processo produtivo e indicadores de acompanhamento”. “No planejamento em longo prazo, de três a cinco anos, pressupõem-se mudanças mais profundas na rotina, pleno funcionamento e gestão de indicadores”.

Quando não há a realização do planejamento em médio e longo prazo, “o empresário pouco conseguirá realizar profundas mudanças com plena gestão e controle delas para atingir as metas programadas”.

“Não quer dizer, nesse caso, que não seja possível traçar objetivos audaciosos, mas a probabilidade de que isso ocorra com muitos riscos envolvidos é grande como, por exemplo, o controle adequado dos recursos. Também há a possibilidade de não conseguir alcançar os objetivos”, alerta Kelly.

 

GERENCIAMENTO DO TEMPO

Conforme a analista de informação do SIS/Sebrae, o produtor deve gerenciar melhor o tempo, associando-o com as informações e indicadores de possíveis falhas.

“Antes de iniciar quaisquer que forem as melhorias no processo produtivo, é preciso que o gestor rural desenhe os processos já presentes em sua fazenda. Levantado todo o processo, é importante destacar as atividades principais e quais os resultados esperados dessa atividade. Com isso, sugerem-se indicadores para cada uma delas.”

 

“Antes de iniciar quaisquer que forem as melhorias no processo produtivo, é preciso que o gestor rural desenhe os processos já presentes em sua fazenda”, ressalta a analista de informação do SIS/Sebrae, Kelly Rondelli Brito. Foto: Divulgação
“Antes de iniciar quaisquer que forem as melhorias no processo produtivo, é preciso que o gestor rural desenhe os processos já presentes em sua fazenda”, ressalta a analista de informação do SIS/Sebrae, Kelly Rondelli Brito. Foto: Divulgação

Neste momento, de acordo com Kelly, também é fundamental que o gestor levante os gargalos no processo, ou seja, que aspectos criam barreiras para alcançar suas metas.

“Após estabelecer metas em curto, médio e longo prazo, deve ocorrer o engajamento das pessoas envolvidas no processo para que todas possam registrar as informações e dados de cada etapa da produção leiteira.”

Kelly relata que muitos gestores estão conseguindo implementar essa rotina de gestão, com o apoio de ferramentas tecnológicas para facilitar o registro desses dados, o armazenamento e, posteriormente, a análise das informações.

“Com a sistematização dessa rotina, as falhas ficarão mais evidentes e passíveis de ajustes e melhorias. Não se assuste se surgirem outras falhas no processo produtivo do leite. É natural e esperado que elas apareçam, contudo, o gestor estará munido de informações capazes de apontar ações de melhorias.”

A analista ainda ressalta que é importante que o pecuarista de leite se lembre: “A gestão do tempo, somada à qualidade do produto, eleva o produtor aos mais altos níveis de competitividade, porque uma boa gestão permite fazer mais com menos, configurando-se em novas oportunidades de mercado”.

 

PAPEL DO PROPRIETÁRIO

Kelly destaca que o papel do proprietário, em todo o processo de produção de leite, é de suma importância: “O proprietário rural possui um papel de gestor, ou seja, ele é capaz de olhar sua fazenda como uma empresa de maneira macro e contar com as demais pessoas para a lida diária. É o gestor rural quem deve tomar à frente de decisões e propor melhorias por meio do engajamento de seus colaboradores. Aqui, o lema “os olhos do dono é que engordam o gado”, literalmente, contribui para melhoria na gestão”.

 

PLANOS DE LOGÍSTICA

Traçar planos de logística também é fundamental para o sucesso da produção de leite, mas é necessário destacar que o produtor pode, sim, encontrar entraves pelo caminho, principalmente no que diz respeito ao transporte do produto por rodovias brasileiras em péssimas condições de tráfego, o que pode prejudicar no tempo de entrega.

“Os produtores rurais, além de se preocuparem com os aspectos internos da fazenda, devem contar com fatores exógenos, que impactam no processo de comercialização de seus produtos. Um exemplo claro disso é a condição desfavorável da malha rodoviária, fator que compõe o processo de logística para a busca e entrega dos produtos aos distribuidores”, reforça a analista de informação do SIS/Sebrae.

De acordo com Kelly, é sabido que “esse assunto seria de responsabilidade dos gestores públicos, mas o produtor rural é um dos agentes na cadeia produtiva mais interessados em manter a entrega com qualidade e, infelizmente, precisa se envolver para buscar melhorias”.

A analista ensina que a maneira mais ágil e sólida de conseguir melhorias dos governantes é a união dos produtores em cooperativas: “Dessa maneira, a força do grupo ganha espaço nas decisões de investimento para que reparos e melhorias nas estradas possam ser realizados”.

 

ORIENTAÇÕES

Caso você tenha se interessado em adotar práticas de gestão de tempo em sua propriedade, siga as recomendações do Sistema de Inteligência Setorial do Sebrae/SC:

  • Busque capacitação para aprender as técnicas oferecidas pela Embrapa para aumentar sua produção de leite. O Centro de Produções Técnicas (CPT) disponibiliza este tipo de curso. Confira aqui!;
  • Realize o cadastro na Embrapa Gado de Leite no projeto GisLeite, para que o produtor utilize o software e obtenha maiores informações pertinentes a produção de leite;
  • Participe de feiras sobre inovações tecnológicas e de produção de leite, para ter acesso alguma melhoria que você pode implementar, tais como: TecnoleiteAgro leite e Mega Leite;
  • Sebrae disponibiliza cursos na modalidade EAD e gratuitos que capacitam o empresário a gestão da fazenda, como em área de: planejamento, finanças, compras e cooperativismo.

Para mais informações, acesse o Boletim de Tendências do SIS/Sebrae “Gestão do tempo: performance na produção de leite” em ow.ly/b7LB306e8be (link encurtado).

 

Por equipe SNA/RJ

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