Soja: StoneX eleva estimativa da safra do Brasil em 2020/21 para 134 milhões de toneladas

A consultoria StoneX elevou a sua estimativa de produção da soja na safra 2020/21 para 134.02 milhões de toneladas, contra as 133.5 milhões de toneladas estimadas em março. Se confirmada, a produção será 7,60% superior à da temporada 2019/20, de 124.5 milhões de toneladas, o que representaria um novo recorde.

A estimativa da área plantada também foi alterada, de 38.364 milhões de hectares estimados no mês passado para 38.436 milhões de hectares. A consultoria informou, ainda, em comunicado, leve ajuste na estimativa da produtividade, de 3,48 toneladas por hectare no mês passado para 3,49 toneladas por hectare.

Segundo a StoneX, a colheita apresentou resultado positivos em Estados com ciclo de produção mais tardio, que foram beneficiados por chuvas a partir de janeiro. “O Rio Grande do Sul foi o principal responsável pela maior produção nacional, com 22.3 milhões de toneladas, consolidando o segundo lugar entre os maiores produtores”, indicou a especialista de inteligência de mercado do grupo, Ana Luiza Lodi, no comunicado. No levantamento anterior, a consultoria estimava a produção gaúcha de soja de 20.862 milhões de toneladas.

A consultoria destaca que outros Estados, como Maranhão e Piauí, também registraram aumento em seus números. Em compensação, em Mato Grosso, Paraná e São Paulo houve um ajuste para baixo na produção.

Com os ajustes na oferta, a StoneX estima agora um estoque final em 2020/21 de 4.38 milhões de toneladas contra 3.84 milhões de toneladas do relatório anterior, volume bastante superior à escassez observada no fim de 2019/20, quando os estoques eram de 160.000 toneladas. A consultoria manteve a estimativa de exportação em 82 milhões de toneladas (contra 82.97 milhões de toneladas em 2019/20) e de demanda doméstica em 48 milhões de toneladas (acima das 46.50 milhões de toneladas da safra passada). A consultoria indica, contudo, que as variáveis de demanda, especialmente as exportações, ainda podem sofrer mudanças significativas, amenizando a alta de estoques.

A consultoria StoneX reduziu em 4,50% a sua estimativa para a segunda safra de milho do Brasil na temporada 2020/21, o que acabou resultando também em corte da estimativa de produção total de milho do País na safra atual, para 105.06 milhões de toneladas. Em março, a estimativa foi de 108.5 milhões de toneladas. Na safra 2019/20, foram colhidas 102.5 milhões de toneladas.

Para a primeira safra do cereal, a consultoria elevou a estimativa de produção em 230.000 toneladas, para 25.63 milhões de toneladas, contra 25.4 milhões de toneladas estimadas no mês passado. “Estados que plantam mais tarde e onde a safra ainda está finalizando o desenvolvimento, como Maranhão e Piauí, foram beneficiados por condições climáticas favoráveis”, indicou em nota a analista de inteligência de mercado da StoneX, Ana Luiza Lodi.

A empresa ajustou para cima a estimativa de produtividade da safra de verão de 6,06 toneladas por hectare para 6,12 toneladas por hectare. A estimativa de área plantada foi mantida em 4.19 milhões de hectares. O volume de produção, se confirmado, ficaria abaixo do obtido na safra de verão do ciclo 2019/20, de 26.16 milhões de toneladas, em virtude de quedas anuais em importantes produtores do cereal como Rio Grande do Sul, Minas Gerais, São Paulo e Goiás.

Em relação à segunda safra do cereal ou safrinha, a StoneX diminuiu a sua estimativa de produção em 4,50%, de 81.3 milhões de toneladas estimadas em março para 77.6 milhões de toneladas. A StoneX destaca que mesmo com a redução da estimativa, a produção, caso confirmada, será recorde. No ciclo 2019/20, foram colhidas 74.35 milhões de toneladas na safrinha. A expectativa de produtividade também foi ajustada de 5,56 toneladas por hectare para 5,33 toneladas por hectare, enquanto a estimativa de área plantada foi reduzida de 14.63 milhões de hectares para 14.57 milhões de hectares.

Segundo a consultoria, os atrasos motivados pelo ciclo mais tardio da soja e pelo excesso de chuvas em fevereiro e março geraram impactos nas perspectivas de rendimento de importantes Estados produtores como Paraná, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. “O corte da estimativa de Mato Grosso ficou perto de 3 milhões de toneladas. Mesmo com essas revisões, a safra de inverno ainda não está definida, com o clima em abril, e mesmo em maio, sendo determinante”, indicou a Ana Luiza, na nota.

Com os ajustes feitos nas estimativas de oferta e manutenção dos dados de demanda, a previsão de estoque final em 2020/21 foi revisada de 13.1 milhões de toneladas para 9.66 milhões de toneladas, ainda acima dos estoques da safra 2019/20 (10.6 milhões de toneladas). A consultoria ressalta que os estoques abaixo de 10 milhões de toneladas tendem a reforçar o cenário de preços fortalecidos do cereal.

A StoneX manteve a estimativa de exportação de 35 milhões de toneladas no ciclo 2020/21, levemente acima do ciclo 2019/20 (34.89 milhões de toneladas) e demanda doméstica de 72 milhões de toneladas. “Assim como para a soja, a demanda ainda pode variar até o final do ciclo, mas as perspectivas são de crescimento importante no consumo doméstico”, indicou Ana Luiza.

Broadcast Agro 

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