Soja: semana termina com preços em queda

A análise diária do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da última sexta-feira (9/11) mostrou que a semana acabou com preços em queda no mercado da soja. Além disso, o analista Luiz Fernando Pacheco, da T&F Consultoria Agroeconômica, afirmou que existe também um desinteresse por parte dos vendedores.

“Mesmo com Chicago subindo 2,13%, superando com sobras a pequena queda de 0,06% do dólar, o preço da soja caiu 0,09% para R$ 85,28/saca nos portos devido à queda nos prêmios, que recuaram US$ 0,21/bushel para dezembro, ou 9,5%”, disse o analista.

No entanto, os prêmios para a próxima safra subiram US$ 0,08/bushel para os embarques de fevereiro e março, US$ 0,07 para abril e US$ 0,10 para maio (mês de referência para a soja brasileira). Com isso, a queda mensal dos preços de exportação da soja no Brasil alcança 0,54% em novembro.

“Já os preços no interior subiram 0,35% para R$ 79,43/saca no interior, devido a um pequeno aumento na demanda por farelo de soja, cujos preços haviam caído muito nas últimas duas semanas e se recuperaram em algumas praças. No mês, o preço já subiu 0,30%, segundo o Cepea”, afirmou Pacheco.

No Rio Grande do Sul, os preços ainda estão nos níveis de R$ 81,00 e R$ 82,00 no disponível no interior e R$ 86,00 no porto. “Para os negócios de safra nova até existem compradores, mas não vendedores. O produtor quer R$ 80,00 no interior (como já teve), mas as ofertas estão muito abaixo disso; então, ele prefere esperar”, disse o analista da T&F.

“O farelo de soja em Santa Catarina até subiu 0,76% em Chapecó na semana, mas tinha caído 7,04% no mês, acompanhando a queda do seu principal concorrente, o milho, junto às fábricas de ração e granjas locais”.

Preço do milho sobe em novembro

A pesquisa diária do Cepea registrou alta de 0,81% na média das cotações do milho da BM&F na sexta-feira, elevando para 5,3% a alta no mercado futuro. Segundo Pacheco, os estoques estão muito grandes.

“No mercado físico, a alta do dia foi de 0,34% e a do mês foi de 4,57% na principal praça de referência do país, Campinas. Na ronda dos estados, porém, a alta não foi uniforme e nem suficiente para muitos vendedores se disporem a entregar seu produto, que teve fluxo maior, corretamente, nos estados do Centro–Oeste, especialmente Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, a fim de reduzir os estoques antes que a colheita da nova safra se inicie (prevista para janeiro)”.

Pacheco informou que no Rio Grande do Sul saíram negócios pontuais a R$ 38,00 no interior e sem nenhuma ocorrência de negócios futuros. Na região da Serra, os preços estão registrados em R$ 37,0 (há 40 dias era R$ 40,00/R$ 41,00). Além disso, houve uma procura melhor de milho desde quarta-feira (7/11), mas com os compradores não querendo pagar mais do que R$ 38,00.

“Em Santa Catarina os preços também caíram bastante (cerca de R$ 5,00/saca) nos últimos 40 dias e, por isso, os vendedores resistem em aceitar os novos preços. Por outro lado, os compradores parecem estar mais abastecidos e oferecem não mais do que R$ 35,00/saca mais ICMS, incentivados pelos lotes vindos do Mato Grosso do Sul”, afirmou o analista.

“No Paraná, o milho é o que tem movimentado mais o mercado no momento, com grande quantidade em estoque ainda. O produtor tem procurado fazer venda do produto para já ir esvaziando um pouco do armazém para chegada da soja”.

 

Fonte: Agrolink

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