Apenas 192.000 hectares desmatados na Amazônia desde 2008 foram usados para a produção de soja, informa a Associação Brasileira das Indústrias e Óleos Vegetais (Abiove), que cita dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
O número representa uma pequena fatia (de menos de 3%) dos 9.1 milhões de hectares desmatados na Amazônia nesse período. O dado faz parte do monitoramento da Moratória da Soja, que avalia o impacto da cultura nos 116 municípios com produção superior a 5.000 hectares.
Com isso, a Abiove conclui que a Moratória da Soja, que proíbe a compra do grão produzido em áreas desmatadas após 2008, tem cumprido seu papel.
Entre 2002 e 2008, os municípios com produção de soja desmatavam, em média, 10.600 quilômetros quadrados por ano. Depois da moratória, a taxa de desflorestamento caiu para cerca de 3.000 quilômetros quadrados ao ano.
“A iniciativa é o exemplo mais bem sucedido do mundo de conciliação do desenvolvimento da produção agrícola de larga escala com a sustentabilidade ambiental, em seu quesito mais crítico, o desflorestamento zero”, indicou o Diretor de Sustentabilidade da Abiove, Bernardo Pires, em nota.
Além disso, a associação destaca que o pacto não freou a produção legalizada, que aumentou 5 milhões de hectares, para 6.6 milhões de hectares, entre as safras 2007/08 e 2021/22. Segundo a Abiove, a soja ocupa menos de 2% da área total do bioma Amazônia, de 420 milhões de hectares.
Formam o grupo de trabalho da Moratória da Soja a Abiove, a Associação Nacional de Exportadores de Cereais (ANEC) e organizações da sociedade civil.