Soja
Com muitas lavouras do Rio Grande do Sul prejudicadas pelas enchentes, a produção e as exportações de soja do Estado devem cair, limitando a disponibilidade nacional. Antes dessa tragédia, agentes de mercado consultados pelo CEPEA acreditavam que a maior produção de oleaginosa do RS poderia compensar, ainda que em partes, a redução na colheita em regiões do Centro-Oeste e do Sudeste do Brasil, atingidas por estiagem na safra 2023/24.
Segundo pesquisadores do CEPEA, essas incertezas têm estimulado a comercialização envolvendo a soja no mercado spot nacional. Compradores domésticos mostram interesse em garantir seus estoques, e, como a procura externa por soja e derivados está aquecida, o CEPEA verifica certa disputa entre demandantes brasileiros e estrangeiros.
Como resultado, os preços subiram para os maiores patamares desde a primeira dezena de janeiro deste ano. Quanto aos embarques, na parcial de 2024 (de janeiro a abril), o Brasil exportou 36.79 milhões de toneladas de soja, um recorde para o período e 10% superior ao volume escoado no mesmo comparativo do ano passado, segundo a Secex.
Milho
Os preços do milho estão mais firmes neste começo de maio. Segundo pesquisadores do CEPEA, muitos produtores se afastaram do mercado e aqueles ativos pedem preços maiores. Estes vendedores estão atentos a impactos do clima sobre importantes regiões produtoras.
Segundo pesquisas do Cepea, enquanto no Rio Grande do Sul as chuvas em excesso prejudicam e até mesmo comprometem lavouras, no Centro-Oeste e no Sudeste, as elevadas temperaturas e o tempo seco têm preocupado agentes.
Do lado da demanda, compradores tentam adquirir novos lotes do cereal a preços menores, fundamentados na possibilidade de aumento na oferta, por conta da colheita da segunda safra em Mato Grosso e Goiás, prevista para se iniciar ainda neste mês, e da consequente necessidade de vendedores liberarem os armazéns.