Soja: preços no Brasil têm dificuldade para reagir e vendas da nova safra não chegam a 20%

Os contratos futuros da soja negociados na CBOT fecharam em queda, com os principais vencimentos registrando baixas de 2,75 a 3 centavos. O janeiro/18 fechou cotado a US$ 9,93 e o maio/18 a US$ 10,14 ¾ o bushel.

“O clima, de um modo geral, está mais tranquilo na América do Sul, e o mercado agora está negociando clima em última instância. Mas, há ainda o lado técnico, com a atuação dos fundos”, disse analista Camilo Motter, da Granoeste Corretora de Cereais.

Porém, volta a dizer que as condições melhores sendo observadas no Brasil e na Argentina podem ter sido os principais fatores a manter o tom negativo das cotações na CBOT. “O dólar mais forte lá fora e uma queda do petróleo também ajudaram nesta conformação”, disse.

O caminhar de lado dos futuros da oleaginosa se dá pela falta de problemas efetivos na nova safra da América do Sul e as informações já conhecidas de oferta e demanda, principalmente com a conclusão da colheita da safra dos Estados Unidos.

“Os mapas climáticos atualizados para esta semana trazem a permanência de uma padrão bastante úmido no Centro do Brasil. As regiões de São Paulo, Minas Gerais, oeste da Bahia, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do sul serão favorecidas com índices pluviométricos acumulados de 25-100 mm (…) Na Argentina, as chuvas também se concentram apenas no oeste do país, e totais pluviométricos expressivos não são observados para o centro e leste argentino, no mesmo período”, mostram informações apuradas pela AgResource Brasil.

O USDA anunciou nesta terça-feira (28/11), a venda de 130.000 toneladas de soja da safra 2017/18 para destinos não revelados.

Mercado Interno

Os preços da soja no Brasil continua acompanhando o mercado na Bolsa de Chicago e nesta terça-feira (28), as cotações terminaram mais um dia com pouca ou nenhuma movimentação e alguma variação.  Além disso, o dólar voltou a recuar e foi mais um fator de limitação para os preços.

A moeda americana terminou o dia em baixa de 0,36%, cotada a R$ 3,2087 para venda, no menor valor desde 20 de outubro. No mês, a queda acumulada se aproxima dos 2%.

Dessa forma, a saca da soja disponível se manteve a R$ 74,00 no porto de Paranaguá, enquanto cedeu 0,68% para R$ 73,00 em Rio Grande. Já a saca da safra nova foi cotada a R$ 74,30 no terminal paranaense, também estável, e a R$ 75,50 no gaúcho, registrando queda de 0,66%.

No interior do País, os destaques foram Sorriso/MT, onde a saca recuou 4,35% para R$ 55,00, além de algumas outras praças de Mato Grosso, onde as quedas ficaram perto de 1%. Já no Oeste da Bahia, a baixa foi de R$ 2,78% para R$ 61,25.

Já no Sul do Brasil, os preços permaneceram sem alterações nas praças do Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina pesquisadas pelo Notícias Agrícolas.

Com essa dificuldade de reação das cotações no mercado nacional, as vendas seguem muito lentas, principalmente as da safra nova, com os produtores ainda reticentes e atentos ao desenvolvimento das lavouras não só aqui no Brasil, mas na América do Sul de uma forma geral, e às especulações sobre a possibilidade de um La Niña.

“Da safra velha, ainda há um volume razoável para ser comercializado, bem maior do que em anos anteriores. Da safra nova, mais lenta ainda e, quando se fala em La Niña, os produtores optam por esperar dezembro e janeiro”, disse o Camilo Motter.

Segundo os últimos números da agência Safras & Mercado, 19,1% da safra 2017/18 já foram comercializados, contra 25% do ano passado, nessa mesma época, e 41% da temporada 2015/16 e frente à média de 29% dos últimos cinco anos. Com relação a safra 2016/17, são 88% já vendidos, contra 94% de média histórica.

Milho: Cai em Chicago com os altos estoques nos EUA e mercado parado

Os contratos futuros do milho negociados na CBOT fecharam em queda, com os principais vencimentos registrando baixas de 2 a 2,50 centavos. O dezembro/17 fechou cotado a US$ 3,36 ¼ e o março/18 a US$ 3,49 ¾ o bushel.

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