Soja: preços começam semana em queda no Brasil e safra nova perde os R$ 80,00 em Paranaguá

Os contratos futuros da soja na Bolsa de Chicago fecharam em alta, recuperando uma parcela das perdas de sexta-feira. Os principais vencimentos registraram ganhos de 1,75 a 2,25 centavos. O novembro/18 fechou cotado a US$ 8,58 ½ e o janeiro/19 a US$ 8,72 ½ o bushel.

Os contratos futuros do farelo de soja na CBOT voltaram a fechar em leve baixa, com exceção do março/19 que fechou em alta. Os principais vencimentos registraram quedas de US$ 0,10 a US$ 0,30. O dezembro/18 fechou cotado a US$ 312,80 e o janeiro/19 a US$ 315,00 a tonelada curta.

“O mercado não tem muito o que fazer, nem para cima e nem para baixo”, disse Ginaldo de Sousa, diretor da Labhoro Corretora, para resumir o comportamento dos preços da soja na Bolsa de Chicago. A segunda-feira (22/10), segundo o executivo, foi de um mercado muito tranquilo, com poucos negócios e à espera por novidades.

O mercado segue atento (enquanto um novo fator não aparece para movimentar as cotações) à evolução da colheita nos EUA e ao plantio no Brasil. O ritmo no Meio-Oeste americano melhorou nos últimos dias com condições climáticas mais favoráveis.

No entanto, as preocupações com a qualidade dos grãos norte-americanos em função das condições das últimas semanas no Corn Belt deram, segundo Ben Potter, analista de mercado da Farm Futures, algum suporte aos preços neste início de semana.

E as últimas previsões climáticas mostram que o tempo mais quente nas regiões produtoras americanas deve se manter por pouco tempo, com as temperaturas mais baixas podendo chegar do meio para o final desta semana. Já as chuvas para os próximos dias, de acordo com o NOAA, o serviço oficial de clima do governo americano, deverão ser de moderada intensidade.

Outro fator de suporte para os preços nesta segunda-feira em Chicago foram os bons números dos embarques semanais divulgados pelo USDA.

Na semana encerrada em 18 de outubro, os EUA embarcaram 1.148.566 toneladas da oleaginosa, contra estimativas que variavam de 900.000 a 1.2 milhão de toneladas. O volume é ligeiramente menor do que o da semana anterior e leva o total acumulado no ano comercial a 5.936.483 milhões de toneladas, ainda bem abaixo do mesmo período do ano anterior, quando os embarques superavam as 9.8 milhões de toneladas.

Colheita nos EUA

O USDA em seu boletim semanal de acompanhamento de safras mostrou um bom avanço da colheita nos EUA. Entretanto, principalmente para a soja, há um atraso em relação ao ano passado e a média dos últimos anos. Na última semana, a colheita da soja foi de 38% para 53% da área plantada, contra 67% de 2017 e 69% da média plurianual. A expectativa do mercado era de 52%.

Greve dos caminhoneiros na Argentina

A partir de quarta-feira (24/10) milhares de caminhões voltarão aos acostamentos das principais rodovias da Argentina, às estações de serviço e aos acessos às grandes cidades, já que os transportadores de grãos estarão em greve.

Trata-se de uma greve liderada pelos donos dos caminhões, pequenos e médios empresários, que vão protestar contra os custos do setor.

A paralisação, que deverá ter a participação de cerca de 100.000 caminhões, conta com o apoio da Federação de Transportadores Rurais (Fetra), que conta com 310 delegações em todo o país, embora tenha mais poder no Pampa úmido, onde a maior parte dos cereais e oleaginosas é produzida.

Mercado interno

As cotações no Brasil cederam nesta segunda-feira em boa parte das principais praças de comercialização do país. Além da pouca movimentação de Chicago, o dólar fechou em queda e ajudou a pressionar os preços no interior e nos portos do país.

Com as baixas, a saca da soja da safra nova chegou a vir abaixo dos R$ 80,00 e fechou cotada a R$ 79,00, em queda de 1,25% no porto de Paranaguá, enquanto no mercado disponível recuou 1,66% para R$ 89,00. Em Rio Grande houve queda de 0,44% no mercado disponível, para R$ 90,00, e de 0,87%, para R$ 91,00 para embarque em novembro.

Os negócios, dessa forma, seguem parados no Brasil. Ao lado dos preços em baixa, motivados em sua maior parte pela queda do câmbio, está o tabelamento dos fretes e a insegurança dessa medida afeta tanto compradores, quanto vendedores.

Milho fecha em alta em Chicago

Os contratos futuros do milho na Bolsa de Chicago fecharam em alta. Os principais vencimentos registraram ganhos de 2,25 a 2,50 centavos. O dezembro/18 fechou cotado a US$ 3,69 ½ e o março/19 a US$ 3,81 ¾ o bushel.

Os contratos futuros do trigo na CBOT fecharam em baixa. Os principais vencimentos registraram quedas de 6,75 centavos. O dezembro/18 fechou cotado a US$ 5,08 e o março/19 a US$ 5,27 ½ o bushel.

Segundo analistas internacionais, o mercado espera por novidades que possam movimentar de forma mais intensa as cotações. Porém, segue pressionado pela melhora do clima no Meio-Oeste americano, que permitiu uma retomada dos trabalhos de colheita da safra 2018/19.

O mercado em Chicago também registrou uma ligeira correção técnica dos preços, depois de cair mais de 1% na semana passada, encontrando combustível nos números bons dos embarques semanais norte-americanos.

Os embarques semanais de milho foram de 949.168 toneladas na última semana e ficaram dentro do intervalo das expectativas do mercado, de 900.000 a 1.2 milhão de toneladas.

Ao contrário da soja, o total de milho embarcado pelos EUA já é bem maior que o total do ano passado, nessa mesma época, ao somar 7.823.167 toneladas. Na temporada anterior, o volume era de pouco mais de 4.5 milhões de toneladas.

Colheita nos EUA

O USDA informou que houve uma evolução de 39% para 49% na colheita nos EUA, em linha com o que o mercado vinha esperando. No ano passado, nesse período, a colheita estava em 37% e, na média dos últimos cinco anos, em 47%.

Mercado brasileiro

No Brasil, o dólar começou a semana em baixa. Com isso, as cotações do milho na BM&F acompanharam a movimentação da moeda americana e também recuaram neste primeiro pregão da semana. O vencimento novembro liderou as baixas e fechou em queda de 1,27%, cotado a R$ 34,95 por saca. Os demais vencimentos cederam entre 0,17% e 0,34%.

Já no interior do país, os preços se mantiveram estáveis na maior parte das praças de comercialização, com pontuais exceções. Em Tangará da Serra/MT, a saca do milho subiu 2,13% para R$ 24,00, enquanto Sorriso/MT perdeu 7,89% para R$ 17,50. A saca base Campinas foi cotada a R$ 34,97, em queda de 1,38%. No porto de Rio Grande, a saca para embarque agosto/19 se manteve a R$ 35,00, estável.

 

Fontes: Reuters, SNA e Notícias Agrícolas

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