Soja: Preços atingem o maior patamar nominal desde abril com maior demanda da indústria

Soja

Os preços no mercado interno registraram os maiores níveis nominais, desde abril deste ano, na última semana, informou o CEPEA. “As indústrias brasileiras estiveram mais ativas nas aquisições da soja em grão na semana. Esse cenário elevou a disputa entre compradores domésticos e externos da oleaginosa”, indicaram os pesquisadores, em relatório.

De 13 a 20 de julho, o indicador Esalq/BM&FBovespa Paranaguá registrou uma alta de 3,20%, para R$ 149,47/saca de 60 kg na quinta-feira, 20, a maior cotação nominal desde 10 de abril deste ano (R$ 150,71/saca). O indicador CEPEA/ESALQ Paraná subiu 2,70% na mesma base de comparação, para R$ 139,73/saca no dia 20, também a maior cotação nominal desde 13 de abril deste ano (R$ 140,00/saca). Na média das regiões acompanhadas pelo Cepea, os preços da soja subiram 2,80% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e também no de lotes (negociações entre empresas).

Ainda segundo o CEPEA, as negociações para exportação foram limitadas pela baixa quantidade de volumes disponíveis para embarques entre julho e agosto. “Observa-se maior liquidez nos contratos para entrega em setembro deste ano”, indicaram os pesquisadores. Além disso, os prêmios de exportação para embarque setembro estão mais atraentes para os vendedores do que os para embarque agosto. Segundo dados compilados pelo CEPEA, no Porto de Paranaguá (PR), a indicação do comprador para o prêmio de exportação do grão com embarque agosto era de menos US$ 0,80/bushel, enquanto vendedor falava em menos US$ 0,60/bushel. Já o prêmio indicado pelo comprador para o embarque em setembro era de mais US$ 0,10/bushel, enquanto a ideia de vendedor estava em mais US$ 0,20/bushel.

Os preços do farelo de soja também subiram nesta semana, segundo os pesquisadores. “Além das influências da alta da matéria-prima e da valorização externa do derivado, a demanda pelo produto brasileiro segue aquecida, tanto por parte de compradores domésticos quanto de externos”, informou o CEPEA. Na média das regiões monitoradas pelo Cepea, as cotações do farelo de soja registraram alta de 2,20% entre os dias 13 e 20 de julho.

As cotações do óleo de soja caíram, influenciadas pela retração de grande parte dos compradores. Segundo o CEPEA, embora haja necessidade de adquirir novos volumes do produto a médio prazo, o maior processamento para suprir a demanda por farelo deve elevar a oferta de óleo de soja. Com isso, o preço do óleo de soja bruto e degomado na região de São Paulo (com 12% de ICMS incluso) recuou 1,30% entre os dias 13 e 20 de julho.

Com base nos preços da soja, do farelo e do óleo de soja negociados em São Paulo, o CEPEA indicou um aumento de 12,18% na margem de esmagamento no período. “O farelo de soja registrou participação de 68,80% na margem de lucro das indústrias, a maior desde fevereiro de 2021”, indicaram os pesquisadores.

Milho

As negociações de milho seguem em ritmo lento no Brasil, visto que compradores estão à espera de novas quedas dos preços com o avanço da colheita, segundo informações do CEPEA. Vale lembrar que, agora, todos os estados produtores da segunda safra de milho já iniciaram a colheita. O estado de São Paulo era o único que ainda não havia iniciado as atividades. No mercado externo, o fim do acordo de exportação de grãos pelo Mar Negro e os ataques que ocorreram na cidade portuária de Odessa, na Ucrânia, devem restringir ainda mais os embarques naquele território.

Fonte: CEPEA
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