Soja: Preço em alta só nos portos brasileiros

As cotações da soja registraram ontem (18.07) um dia de comportamentos mistos no mercado físico brasileiro, o que é explicado pelos prêmios de exportação do farelo e do óleo, que caíram 26,6% e 4,35%. Segundo os índices do CEPEA (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), o preço de exportação subiu 0,59% e o do mercado interno caiu 0,41%.

Segundo o analista Luiz Fernando Pacheco, da T&F Consultoria Agroeconômica, os prêmios da soja em grão também caíram 3,67%, mas as tradings estão cobertas até agosto e podem esperar esta onda passar: “As indústrias, por sua vez, estão com seus armazéns abarrotados de soja, mas não comprada e devem negociar dia a dia, cada lote; e alguns produtores ainda estão muito relutantes em aceitar os preços atuais, sempre acreditando que poderão subir mais”.

Ele destaca, que por razões de estrutura e logística, na Bahia acontece exatamente o contrário: “Lá a prioridade é a exportação, porque a maioria dos agricultores tem seus próprios armazéns e destinam seu produto para quem oferecer mais no momento. E as tradings já estão bem compradas, algumas saindo de mercado, deixando somente as indústrias (em menor número na região) como compradoras no curto prazo. Preços para pagamento longo tiveram grande baixa devido à saída dos compradores para exportação, com isso fábricas mudaram preço, para um pouco mais baixo”.

No mercado internacional, que pode influir no mercado brasileiro, o grande assunto do momento foi a possibilidade de acordo entre EUA e China. “Se ele sair, a tendência é que as cotações de Chicago voltem a subir e os prêmios  cair, como já aconteceu hoje. E os produtores brasileiros devem estar atentos a isto, porque a demanda por soja brasileira poderá diminuir (ou não aumentar, como se previa)”, disse Pacheco.

CBOT

Os contratos futuros da soja fecharam em alta pelo terceiro pregão consecutivo na CBOT. Os principais vencimentos registraram ganhos de 2,50 a 3 centavos. O agosto/18 fechou cotado a US$ 8,42 ¼ e o novembro/18 a US$ 8,57 ¾ o bushel.

Segundo a T&F Consultoria Agroeconômica, o anúncio de uma venda de 199.500 toneladas de soja da safra 2018/19 para o Paquistão, deu suporte para as cotações nesta quarta-feira.

A Consultoria AgResource destaca que o mercado permaneceu pressionado pela tendência especulativa criada sobre a retórica político-comercial do relacionamento EUA e China: “Durante as primeiras horas da manhã, até que um movimento de compra e reversão de algumas posições vendidas colocaram um sustento passageiro nos preços. No entanto, tal pontualidade foi dissolvida com o crescente medo de uma nova imposição comercial de Trump, ou Xi Jinping”.

“Apesar disto, já no fim da tarde de hoje, bem após o fechamento do mercado, a mídia norte-americana divulgou que o governo dos EUA estaria disposto a aliviar suas complexas demandas sobre as novas restrições de investimentos chineses. Tal medida pode indicar uma propensão de Trump na reabertura das negociações com a China. No quesito safra, os Estados Unidos encerram a temporada de plantio com um desenvolvimento ideal”, concluem os analistas da ARC.

Agrolink

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