Os números do USDA, mais uma vez, surpreenderam o mercado e os contratos futuros negociados na Bolsa de Chicago terminaram o dia em baixa. Ao longo do pregão, o mercado foi recuperando parte dessas quedas.
Os principais vencimentos recuaram de 9 a 9,50 centavos, com o novembro/17 conseguindo fechar acima dos US$ 9,50.
O boletim mensal de oferta e demanda mostrou um aumento de produção e produtividade da safra americana, enquanto o mercado esperava por números menores e pesou severamente sobre as cotações. “É uma safra grande em área, grande em tecnologia e grande em recuperação”, disse a analista da Labhoro Corretora, Andrea Cordeiro. “O diferencial será a competitividade do Brasil e da Argentina versus essa safra norte-americana”.
A produtividade subiu para 56,57 sacas por hectare contra 56,02 sacas/ha do boletim de agosto. A produção foi revisada para 120.59 milhões de toneladas. No boletim do mês passado, a estimativa foi de 119.23 milhões de toneladas. Ambas as projeções ficaram acima das expectativas do mercado. Para o rendimento, se esperava algo entre 53,4 e 56,47 sacas por hectare e para a colheita, entre 113.73 e 120.21 milhões de toneladas.
Por outro lado, bons números da demanda continuam a ser confirmados esta semana e tem sido, como sempre, o principal pilar de sustentação dos preços. “O mercado segue com uma demanda muito forte. As mínimas não se manterão por muito tempo. Preços próximos a US$ 9,00 por bushel atraem os compradores e promovem a ausência dos vendedores”, disse o consultor Ênio Fernandes, da Terra Agronegócios.
Da safra velha, o USDA reduziu os estoques finais para menos de 10 milhões de toneladas, além de trazer números maiores para as exportações americanas de ambas as safras. Além disso, trouxe ainda uma revisão positiva das importações chinesas de soja para as duas temporadas.
O consultor Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting disse que tem afirmado há meses que a demanda mundial é maior do que a estimada pelo USDA e parece que agora ele está se alinhando à realidade. Assim, disse Brandalizze, “ainda vemos as cotações oscilando entre US$ 9,50 e US$ 10,00”.
Ainda nesta terça-feira, o USDA divulgou uma nova venda de 130.000 toneladas de soja da safra nova e o volume, somente nestes primeiros dois dias desta semana, já passa das 500.000 toneladas.