Soja: mesmo com maior custo, renda do produtor deve aumentar em 2020

O ano de 2019 foi positivo para os produtores de soja do país, e 2020 também deve contar com um cenário favorável, informou nesta terça-feira a consultoria Datagro. Segundo a empresa, a soja no mercado físico teve rentabilidade média de 8,42%, já descontada a inflação de 4,38% (índice IPC da Fipe).

“Entendendo rentabilidade como a variação mensal acumulada, como se fosse um ativo financeiro, descontada a inflação, o resultado ficou praticamente estável em relação a 2018, com 8,36%”, indicou a consultoria.

Em 2017, a rentabilidade foi de -10,24% e, em 2016, de -9,53%. “Apesar do resultado positivo em 2019, o número ainda ficou abaixo dos 12,22% de 2015”, indicou a Datagro.

Ainda segundo a consultoria, a média dos preços da oleaginosa no ano passado no Brasil ficou praticamente estável, a R$ 75,15 a saca de 60 quilos, 0,50% abaixo dos R$ 75,49 por saca de 2018.

“O pico durante o ano foi registrado em dezembro a R$ 83,11. Porém, em função da alta na taxa de câmbio, o preço médio em dólares registrou um recuo em 8%, passando de US$ 20,69 para US$ 19,04 a saca”, informou a consultoria.

Já as melhores épocas para venda foram entre agosto e dezembro, com pico em dezembro, disse o coordenador da Datagro Grãos, Flávio França Júnior.

Em relação à lucratividade, que mede a relação bruta entre a receita média obtida e o custo de produção da oleaginosa, a safra passada registrou um resultado positivo em praticamente todas as áreas de plantio direto levantadas pela consultoria.

Entre importantes municípios produtores de soja do País, Rio Verde (GO) alcançou 44% de lucratividade, abaixo dos 52% do ano anterior. Cascavel (PR), por sua vez, teve ganho médio de 33%, contra 49% em 2018, e Rondonópolis (MT), 20%, contra 28% no ano anterior.

Para 2020, França Júnior disse que o cenário ainda deve ser favorável. “Mesmo com maiores custos de produção, a expectativa positiva para a produtividade, e combinando com preços provavelmente elevados, a tendência é que a renda dos produtores avance pela 14ª safra consecutiva em 2020”.

 

Estadão Conteúdo

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp