Soja: Mercado no Brasil é pressionado pelas quedas do dólar e de Chicago

Os contratos futuros da soja na CBOT fecharam em leve baixa pelo quarto pregão consecutivo. Os principais vencimentos registraram quedas de 1,25 a 1,50 centavos. O agosto/19 fechou cotado a US$ 8,81¼ e o novembro/19 a US$ 8.99 o bushel.

Os contratos futuros do farelo de soja na CBOT também fecharam em leve baixa pelo quarto pregão consecutivo. Os principais vencimentos registraram quedas de US$ 0,50 a US$ 0,80. O agosto/19 fechou cotado a US$ 307,00 e o dezembro/19 a  US$ 312,80 a tonelada curta.

O foco do mercado é o clima dos EUA. O momento é de muita incerteza, com divergências entre os modelos climáticos e mudanças rápidas que são registradas nos mapas de previsões e que mantêm o mercado bastante inseguro, como disse o consultor Ênio Fernandes, da Terra Agronegócios.

Mais do que isso, o mercado também se mostra muito ansioso à espera dos novos números de área dos EUA. Segundo eles, além do clima, esse será o fator mais importante na determinação do tamanho real da safra norte-americana 2019/20.

Até que estes dados sejam divulgados no dia 12 de agosto, segue a volatilidade e a tentativa de um bom reposicionamento por parte dos participantes do mercado.

Mais do que isso, o desempenho fraco das vendas semanais para exportação dos EUA na última semana também limitaram as cotações na CBOT.

O boletim semanal de vendas para exportação do USDA mostrou números mais uma vez bastante fracos para a soja. Na semana encerrada em 11 de julho, os EUA venderam somente 127.900 toneladas da safra velha. O volume é 3% menor do que o da semana anterior, e 68% mais baixo da média das últimas quatro semanas. Da safra 2019/20, foram vendidas 198.400 toneladas. O volume das duas safras ficou bem abaixo das estimativas de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que variavam de 350.000 a 700.000 toneladas.

Em todo o ano comercial 2018/19, os norte-americanos já venderam 48.660.100 toneladas de soja, contra 57.640.000 toneladas no ano passado, nesse mesmo período. O USDA estima que os EUA exporte no ano comercial 46.27 milhões de toneladas.

Mercado Interno

Nesta quinta-feira (18), a leve queda registrada na Bolsa de Chicago parece ter se influenciado os preços no interior do Brasil. Nas principais praças de comercialização do interior do país, as cotações permaneceram inalteradas e com o volume de negócios ainda bastante limitado. As operações estão fracas tanto com o remanescente da safra velha, como com a oferta da safra 2019/20.

O mercado vem registrando apenas pequenas variações pontuais diante de uma busca por direção dos contratos futuros na Bolsa de Chicago e de incertezas que rondam também o mercado de câmbio neste momento. O quadro político interno aquecido, principalmente em função do avanço da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados, também mudou a tendência do dólar e o movimento pesa diretamente sobre os preços nacionais.

Somente nesta quinta-feira, a queda da moeda americana foi de 0,86%, para R$ 3,7293 e apesar da estabilidade dos preços no interior, com quedas apenas localizadas; nos portos as cotações recuaram. Em Paranaguá, a saca da soja no mercado disponível foi cotada a R$ 77,50, em queda de 0,64% e para agosto, foi cotada a R$ 78,00, em queda de 1,27%. Em Rio Grande, a saca foi cotada a R$ 77,50 e R$ 78,50, respectivamente, em baixa de 0,64% no mercado disponível e estável para agosto.

Em algumas praças, como Assis, em São Paulo, a saca caiu 0,57% para R$ 70,00, em São Gabriel do Oeste/MS, caiu 2,24%, sendo cotada a R$ 65,50 e em Sorriso/MT, caiu 1,59% para R$ 62,00.

Para o economista chefe da Infinity Asset, Jason Vieira, a tendência de queda do dólar a partir de setembro pode levar a divisa para os R$ 3,50 no final do ano e esse é um dos fatores na formação dos preços que merece atenção redobrada do produtor brasileiro neste momento. Segundo ele, os ajustes na reforma da Previdência e mais a possível alta dos juros nos EUA serão determinantes para a intensidade da queda do dólar.

E também nesta quinta-feira, os prêmios pagos pela soja brasileira registraram quedas consideráveis. As principais posições de entrega caíram entre 2,44% e 5,56%, e os prêmios passaram a valer entre US$ 0,80 e US$ 0,90 acima das cotações na Bolsa de Chicago.

Milho fecha em forte queda em função das previsões do tempo

Os contratos futuros do milho na CBOT fecharam em forte baixa. Os principais vencimentos registraram quedas de 11,50 a 11,75 centavos. O setembro/19 fechou cotado a US$ 4,24½ e o dezembro/19 fechou a US$ 4,29¾ o bushel.

Os contratos futuros do trigo na CBOT fecharam em forte baixa pelo quarto pregão consecutivo. Os principais vencimentos registraram quedas de 12 centavos. O setembro/19 fechou cotado a US$ 4,93½ e o dezembro/19 a US$ 5,05¼ o bushel.

Segundo Bryce Knorr da Farm Futures, os preços do milho continuaram a cair nesta na quinta-feira, depois que as previsões indicam um clima mais frio para a próxima semana. Apesar disso, boa parte do Corn Belt está enfrentando um calor excessivo no restante desta semana.

“O mercado já está focados nas previsões do tempo para a semana que vem, que deve ficar significativamente mais fria no Cinturão do Milho. Com isso, fez com que as cotações do milho tivessem uma queda de mais de 2,50% na quinta-feira”, disse Knorr.

Mercado Interno

No mercado físico Brasileiro, as praças pesquisadas pelo o Notícias Agrícolas registraram desvalorização pontuais  nas cotações do cereal. Na região de Sorriso/MT, a saca no mercado de balcão caiu 4,35%, sendo cotada a R$ 22,00, enquanto, a saca no mercado disponível terminou o dia cotada a R$ 23,50, em queda de 2,08%.

Em Palma Sola/SC, a saca registrou uma queda de 1,54%, cotada a R$ 32,00 . No município de Assis/SP, a queda foi de 2,50%, com a saca cotada a R$ 31,20. Em Brasília, a saca caiu 3,33%, sendo cotada a R$ 29,00.

Em seu boletim diário, a consultoria Agrifatto informou que no mercado interno, os compradores com necessidade do cereal, tentam comprar volumes no mercado spot a preços baixos. Entretanto, os vendedores estão sem pressa para vender e não cedem às pressões.

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