Soja: mercado intensifica queda em Chicago

Os contratos futuros da soja na Bolsa de Chicago (CBOT) voltaram a fechar em baixa. Os principais vencimentos registraram quedas de 10,50 a 10,75 centavos. O novembro/18 fechou cotado a US$ 8,52 ¼ e o janeiro/19 a US$ 8,66 o bushel.

Os contratos futuros do farelo de soja na CBOT também voltaram a fechar em baixa. Os principais vencimentos registraram quedas de US$ 2,00 a US$ 2,20. O dezembro/18 fechou cotado a US$ 315,70 e o janeiro/19 também fechou cotado a US$ 316,20 a tonelada curta.

O mercado segue se ajustando à espera do novo boletim mensal de oferta e demanda que será divulgado pelo USDA e as expectativas indicam aumento nas estimativas da instituição para a safra e os estoques norte-americanos, segundo analistas e consultores internacionais.

Ainda assim, apesar do foco maior estar sobre o novo boletim do USDA, os analistas da consultoria internacional Allendale, Inc. também seguem no radar outros fatores a serem observados.

“O relatório é o que mais chama a atenção agora, mas a chegada de um furacão aos EUA, que já castigou parte da Flórida; um ritmo mais lento do que o esperado para a colheita, e mais chuvas chegando ao Meio-Oeste dos EUA também estão sendo considerados pelo mercado neste momento”, diz o relatório da consultoria.

O excesso de chuvas na semana passada reduziu o ritmo da colheita de milho e soja nos Estados Unidos, enquanto o aumento do nível da água fechou pelo menos três eclusas no rio Mississippi, uma importante via para o transporte de grãos do Meio-Oeste para o Golfo.

Meteorologistas previram mais chuvas nesta semana no Meio-Oeste, incluindo Iowa e Minnesota, antes de uma pausa no meio da semana.

No rio Mississippi, três eclusas entre Davenport (Iowa) e Quincy (Illinois) – 16, 17 e 20 – já estavam fechadas na terça-feira devido ao aumento do nível da água e pelo menos outras três próximas provavelmente serão fechadas, segundo informação de uma autoridade.

Os números do boletim semanal de acompanhamento de safras do USDA divulgado no final da tarde de ontem mostrou 32% da área de soja já foi colhida, contra 23% da semana anterior, 34% do ano passado e 36% de média dos últimos cinco anos. A expectativa do mercado era de 39%.

A AgResource Mercosul (ARC) já alerta que, apesar de atrasos, não haverá perdas significantes para a produção da soja, em nível nacional. O milho já entra em uma situação mais delicada, onde problemas de excesso hídrico acentua os danos por doenças de final de ciclo, segundo os analistas de mercado da ARC.

Milho: mercado fecha em queda em Chicago especulando números mais altos do USDA

Os contratos futuros do milho na Bolsa de Chicago voltaram a fechar em baixa. Os principais vencimentos registraram quedas de 1,50 a 1,75 centavos. O dezembro/18 fechou cotado a US$ 3,62 ¾ e o março/19 a US$ 3,74 ¾ o bushel.

Os contratos futuros do trigo na CBOT fecharam em baixa. Os principais vencimentos registraram quedas de 2,75 a 4,50 centavos. O dezembro/18 fechou cotado a US$ 5,10 ½ e o março/19 a US$ 5,31 ¼ o bushel.

A pressão continua a vir dos ajustes antes do novo boletim mensal de oferta e demanda do USDA que será divulgado nesta quinta-feira (11/10) e que pode trazer um aumento expressivo da produção e dos estoques norte-americanos.

Além disso, o mercado observa e ainda reflete também os últimos números do USDA sobre a evolução da colheita dos EUA na última semana, que passou de 26% a 34%. No ano passado, nesse mesmo período, o percentual era de 21% e a média para o período era de 26%. O mercado esperava algo próximo de 33%.

Apesar desse bom avanço, as chuvas continuam chegando ainda em volumes expressivos no Corn Belt e chamam a atenção do mercado. É esse fator, de acordo com analistas internacionais, que ajuda a dar algum suporte às cotações neste momento em que há pressão das expectativas para o USDA.

As previsões para a próxima semana também começam a indicar tempo mais seco para o Meio-Oeste americano que, em se confirmando, poderia permitir uma retomada no ritmo dos trabalhos de campo.

Preços no Brasil

A quarta-feira foi mais um dia de baixas também para os preços do milho no mercado brasileiro. Na BM&F, apesar da alta do dólar de mais de 1%, as cotações recuaram de 0,80 a 1,73% nos principais vencimentos, com o novembro/18 terminando o dia cotado a R$ 36,85 por saca. O março/19 a R$ 37,95.

Já no mercado físico, as cotações permanecem estáveis em quase todas as principais praças de comercialização do País, com exceção de algumas poucas, como Sorriso/MT, Brasília/DF e Castro/PR, onde os preços também recuaram. As quedas chegaram aos 5%, como no caso do município mato-grossense, onde a saca foi cotada a R$ 19,00.

No porto de Paranaguá, a saca para embarque agosto/19 também permaneceu sem alteração e encerrou os negócios cotada a R$ 38,00.

 

Fontes: Notícias Agrícolas, Reuters e SNA

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