Soja: Mercado fecha com mais de 25 centavos de alta na CBOT com demanda, fundos e clima nos EUA

Os contratos futuros da soja fecharam em alta de mais de 25 centavos nos principais vencimentos na CBOT. O contrato setembro/16, referência para o mercado disponível, fechou cotado a US$ 10,23 ¾, enquanto o novembro/16, referência para a nova safra dos EUA, fechou a US$ 10,09 ¼ o bushel.

Segundo analistas, uma conjunção de fatores garantiram essa alta expressiva. Embora, a maioria deles siga afirmando que apesar da estimativa baixista de uma safra de 110 milhões de toneladas divulgada pelo USDA na última sexta-feira (12), as informações de uma demanda forte vêm ganhando espaço no mercado.

“Uma grande parte do mercado acredita que as estimativas do USDA foram exageradas e acha, mesmo que ele revisará os números de produtividade das safras de milho e soja nos próximos meses. Outro ponto importante que também dá suporte aos preços foi a forte demanda e a redução dos estoques de passagem da soja”, disse Andrea Sousa Cordeiro, analista da Labhoro Corretora.

E é acreditando na força da demanda que os fundos, ainda segundo Andrea, evitam liquidar parte de suas posições compradas. Inclusive, ao longo do dia, segundo o portal Agriculture.com, o movimento de alta foi estimulados pelas compras por parte desses fundos, que aproveitaram os preços mais baixos para se reposicionoar e aproveitar os bons momentos.

Clima

O clima também chamou atenção do mercado. Chuvas fortes nos Estados Unidos foram registradas no último final de semana e teriam atingido, segundo o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, lavouras de soja em fase de florescimento e poderiam trazer algumas perdas, mesmo sendo pontuais. Apesar disso, as ameaças severas ainda parecem estar distantes, com a safra se encaminhando bem para a conclusão da temporada.

Além disso, essas condições climáticas já estariam também prejudicando os embarques de soja no Golfo do México – principal canal de exportação do produto americano – e esse, ainda segundo os analistas internacionais, também foi um fator que motivou as altas neste início de semana. No terminal, os prêmios pagos pela oleaginosa americana têm variado entre US$ 0,91 e US$ 1,04 para as posições de entrega em setembro e outubro sobre os preços praticados em Chicago.

Após o fechamento, o USDA divulgou o seu relatório de acompanhamento de safras, mantendo e em 72% o percentual das lavouras de soja em boas ou excelentes condições, em 19% em condições regulares e 7% em condições ruins ou muito ruins.

O USDA nformou ainda que 95% das lavouras estão em fase de florescimento contra 91% da semana passada e 93% na média. 80% das lavouras está na fase de formação de vagens, contra 69% na semana anterior e 75% na média.

Esmagamento

A NOPA (Associação Nacional dos Processadores de Oleaginosa dos EUA) informou os números do esmagamento de soja em julho. O volume foi de 3.91 milhões de toneladas, dentro das expectativas do mercado, de 3.88 milhões a 4.08 milhões de toneladas, porém, abaixo das 3.95 milhões de toneladas processadas no mês anterior. Em julho de 2015, o volume também foi de pouco mais de 3.95 milhões de toneladas.

Mercado Brasileiro

No Brasil, os preços da saca de soja acompanharam as boas altas registradas na CBOT e registraram ganhos de 0,25% a 14,29% nas principais praças de comercialização. O destaque ficou por conta de Campo Novo do Parecis e Tangará da Serra, ambas em Mato Grosso, que registraram a maior alta, 14,29%, com a saca cotada a R$ 72,00.

Nos portos, também foram registradas boas altas. Em Paranaguá, a saca da soja no mercado disponível subiu 1,22% para R$ 83,00 e 2,53% para R$ 81,50 em Rio Grande. Já no mercado futuro, altas de 1,28% e 1,92%, para R$ 79,00 e R$ 79,50, respectivamente.

Milho encerra o dia em forte alta na BM&F, mas preços voltam a ceder no mercado físico 

A segunda-feira (15) foi positiva para os contratos futuros do milho na BM&F, que encerraram o dia em alta de 1,20% a 2,30% nos principais vencimentos. O setembro/16 fechou cotado a R$ 44,45/saca, enquanto o novembro/16 fechou a R$ 44,82/ saca.

Segundo o diretor da Foco Investimentos, Marcos Hildebrandt, o movimento positivo das cotações chega depois de alguns pregões de queda, com o mercado procurando um movimento de correção técnica. “Quem estava vendido, recomprou para garantir seu lucro”, disse. “Já com relação aos fundamentos, ainda não conseguimos observar nenhuma alteração”.

E as altas aconteceram mesmo com a leve alta do dólar. A moeda norte-americana se manteve em queda durante todo o dia, mas se recuperou no final do dia para fechar em leve alta de 0,11%, cotado a R$ 3,1885 para venda, depois de registrar uma mínima a R$ 3,1562.

Segundo Marcos Hildebrandt, no mercado físico brasileiro, o movimento de ligeiras quedas continua sendo registrado. “O produtor, que não estava vendendo, passou a vender um pouco mais e, ao mesmo tempo, a pressão compradora também diminuiu. O mercado estava totalmente a favor do vendedor, agora, está um pouco mais equilibrado”, disse o analista da Foco.

No interior do País, as praças em que os preços não mantiveram sua estabilidade, registraram quedas de 2,39% – como Assis, em São Paulo, para R$ 40,05 – até 4,75% – em Itapeva, também no estado paulista, para R$ 39,08/ saca.

Já no porto de Paranaguá, a saca subiu 3,13%, para encerrar o dia cotada a R$ 33,00. Em Santos, estabilidade a R$ 35,50.

“Mesmo com a nova redução na produção estimada pela Conab para a safra 2015/16 de milho, os preços do grão seguiram em baixa nos últimos dias no mercado brasileiro. A pressão veio, principalmente, da postura retraída de compradores e da desvalorização do dólar. Do lado da oferta, apesar do avanço da colheita, o volume disponível segue restrito”, informaram os pesquisadores CEPEA, em nota.

Bolsa de Chicago

Em Chicago, os contratos futuros do milho subiram mais de 1% e foram, entre outros fatores, motivados pelas altas da soja que superaram os 25 centavos. Assim, o vencimento setembro/16 fechou cotado a US$ 3,26 ½, enquanto o dezembro/16 terminou o dia cotado US$ 3,37 o bushel.  O movimento de compras especulativas e mais o dólar em baixa no exterior também foram fatores de suporte para os preços do cereal nesta sessão, bem como os fortes embarques semanais norte-americanos reportados pelo USDA.

Após o fechamento, o USDA divulgou o seu relatório semanal de acompanhamento de safras e manteve em 74% o percentual das lavouras de milho em boas ou excelentes condições. 19% das lavouras  estão em condições regulares e 7% em condições ruins ou muito ruins.

O USDA informou também que 21% das lavouras do cereal estão na fase do milho dentado, contra 9% na semana anterior, 18% no mesmo período do ano passado e os mesmos 21% na média dos últimos cinco anos.

 

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