Soja: indústrias superam tradings no interior

Com a queda de 2% do dólar na semana, apesar da alta de 1,81% na sexta-feira e queda forte das cotações em Chicago, as tradings não puderam manter a competitividade nos preços que vinham tendo na disputa com as indústrias do Rio Grande do Sul. As informações foram divulgadas pela TF Agroeconômica.

“A grande deficiência de matéria-prima no estado está mantendo altos os preços da soja no interior do Rio Grande do Sul, especialmente em um momento de forte demanda por farelo (que já está mais caro que a soja) no mercado interno. O preço futuro subiu R$ 1,00 no porto de Rio Grande, para o embarque maio de 2021. O preço para junho também subiu R$ 0,70 para R$ 169,20.

No Paraná, os preços recuaram cerca de R$ 4,00 para as entregas futuras. A soja spot se manteve estável a R$ 150,00 no mercado de balcão. No mercado de lotes, os preços caíram R$ 1,00 para R$ 170,00 posto Ponta Grossa, para pagamento no final de janeiro, com o mesmo preço para pagamento no final de fevereiro. Para a soja futura, os preços recuaram R$ 4,00 para R$ 162,00 em Ponta Grossa para entrega e pagamento em abril.

Segundo a TF Agroeconômica, o mercado futuro esteve ativo no Brasil na sexta-feira. No mercado CFR/China, as tradings se contiveram, depois que as margens de esmagamento caíram devido à diminuição dos contratos futuros de farelo e óleo de soja chineses. Mas as compras das empresas estatais continuaram, com o interesse nos embarques de soja do Golfo dos EUA em agosto.

Preços

Os níveis dos prêmios foram de US$ 2,40/bushel sobre agosto CBOT, base CFR China. Para os embarques do primeiro mês, os prêmios se mantiveram estáveis, com os embarques da soja brasileira para fevereiro sendo ofertados a US$ 1,74-US$ 1,75/bushel março CBOT e o mesmo embarque do Golfo foi indicado a US$ 2,35/bushel sobre março CBOT.

O indicador CFR/China do embarque de fevereiro da opção mais barata foi cotado a US$ 1,68/bushel sobre março CBOT, equivalente a US$ 582,50 a tonelada, com queda de US$ 4,25 a tonelada em relação à cotação anterior.

Na origem, as atividades no mercado futuro de Paranaguá aumentaram na sexta-feira, com o embarque fevereiro negociado a US$ 0,80/bushel sobre CBOT base FOB; o embarque de março a US$ 0,50/bushel sobre março CBOT e os embarques abril e maio a US$ 0,47/bushel e US$ 0,53/bushel sobre maio CBOT, respectivamente. O preço para o embarque fevereiro subiu US$ 0,75 a tonelada para US$ 550,00 a tonelada.

Nos EUA, os prêmios permaneceram praticamente inalterados no dia, com os preços caindo US$ $ 4,00-US$ 5,00 a tonelada em toda a curva devido à queda dos contratos futuros.

As exportações totais de soja do Paraguai em 2020 totalizaram 6.62 milhões de toneladas, um aumento de 35% no ano, das quais cinco milhões de toneladas foram para a Argentina.

Esmagamento/EUA

A NOPA (Associação Nacional dos Processadores de Oleaginosas dos EUA) divulgou os números do esmagamento de soja em dezembro, informando que foram 4.99 milhões de toneladas. A expectativa do mercado, no entanto, era de 5.04 milhões de toneladas.

Em novembro, os Estados Unidos processaram 4.93 milhões de toneladas, e em dezembro de 2019, cerca de 4.76 milhões de toneladas.

Dólar

O dólar fechou em alta de 1,81%, cotado a R$ 5,3032 para compra e a R$ 5,3042 para venda.

Milho

Segundo a TF Agroeconômica, o milho permaneceu com preços inalterados, mas elevados, no mercado do estado do Rio Grande do Sul. Tudo continuou igual: comprador grande indicando R$ 83,00 no interior e vendedor indicando R$ 85,00. A queda de Chicago compensando a alta do dólar não afetou os preços internos no estado, que tem vida própria e dinamismo particular.

Em Santa Catarina, os preços subiram para R$ 85,00 no Meio Oeste do estado. A grande necessidade de matéria-prima e as elevações do dólar, que enxugam os estoques disponíveis de um lado e aumentam os preços da carne exportada de outro, permitiram aos compradores de Santa Catarina elevar para R$ 85,00 CIF indústrias o preço do milho, tanto o local como o importado, de outros estados. Mesmo assim, o valor do milho paraguaio continua competitivo e há ofertas disponíveis.

No Paraná, os preços recuaram R$ 2,00 para fevereiro. Preço de comprador do milho spot manteve a alta do dia anterior a R$ 82,00 nos Campos Gerais, mas com poucas ofertas. O vendedor continua pedindo R$ 83,00 ou mais. Sem indicação nas indústrias dos Campos Gerais. O milho futuro recuou R$ 2,00 para R$ 80,00 em Paranaguá para fevereiro/março. Indicação de comprador manteve a alta do dia anterior a R$ 76,00 para março/abril, posto indústria.

No Mato Grosso do Sul não há ofertas, porque os produtores não vendem. O alto nível de comprometimento de vendas dos agricultores, mais as incertezas quanto à produção da próxima safrinha no estado, estão mantendo os agricultores na defensiva e o mercado travado. Por outro lado, a ausência de compradores do Sul do País também pressiona o mercado, mantendo os preços inalterados, embora elevados.

 

Fontes: Agrolink/Notícias Agrícolas/SNA

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