Soja ganhou espaço nas exportações agrícolas globais no ano passado

Em meio às disputas comerciais entre Estados Unidos e China, a participação da soja nas exportações globais de produtos agropecuários aumentou de 2,60%, em 2017, para 3,30% em 2018 e o Brasil se consolidou como o principal fornecedor mundial do grão. É o que aponta a Organização Mundial do Comércio (OMC) em relatório anual sobre exportações e importações, publicado ontem.

Segundo o documento, as exportações de soja totalizaram US$ 60 bilhões no ano passado, contra US$ 35 bilhões em 2008. Na média, os embarques aumentaram 5.50% ao ano nesse período, atingindo o pico em 2018. Apesar de um declínio de 24% dos preços na última década, a receita das exportações de soja aumentou mais do que a das vendas dos produtos agropecuários em geral, que cresceu 3,10% ao ano.

Mais uma vez, e embalado pela tarifa de 25% imposta por Pequim à soja americana, o maior exportador do grão no ano passado foi o Brasil, com avanço de 29% em relação a 2017 e participação de 56% na receita total. Os Estados Unidos continuaram em segundo lugar nesse ranking, com queda de 20% na comparação com o ano anterior e fatia de 29% do total.

Com a quebra de safra, a Argentina perdeu a terceira posição, que ficou com Paraguai e Canadá, cada um com fatia de 4% do total mundial. Os embarques paraguaios aumentaram 3% em 2018 e os canadenses, 14%.

No geral, segundo o relatório da OMC, os dez maiores exportadores de produtos agropecuários representaram 72% dos embarques do setor em 2018.

Os três maiores continuaram a ser União Europeia, Estados Unidos e Brasil (ver infográfico). A Índia, turbinada por subsídios, subiu para a oitava posição e a Austrália caiu para a nona. O México ficou em décimo lugar e tirou a Argentina da lista dos “dez mais”.

Nesse rol, a China foi o país que registrou o maior incremento das exportações agropecuárias (9%), seguido por Brasil e México, cada um com 6%. Já a Austrália sofreu uma contração de 10% e Indonésia, de 7%. O declínio australiano foi puxado por retrações nos embarques de produtos como trigo e cevada.

Em boa medida graças à força que tem no setor agropecuário, o Brasil se manteve como o 27º maior exportador mundial de mercadorias em geral em 2018, com US$ 240 bilhões e participação de 1,20% no total. Na lista dos importadores, o país ficou na 28ª colocação, com US$ 189 bilhões, ou 0,90% do total calculado.

Valor Econômico

 

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