Os contratos futuros da soja na CBOT fecharam novamente em baixa. Os principais vencimentos registraram quedas de 23 a 23,50 centavos, com o novembro/23 cotado a US$ 13,16¾ (- 1,75%) e o janeiro/24 a US$ 13,32¾ (- 1,70%) o bushel. O novembro na mínima do dia (US$ 13,15½) registrou a menor cotação desde 16 de agosto. Nas últimas cinco sessões o novembro registra uma queda de 3,82% e o janeiro de 3,70%.
Os contratos futuros do farelo de soja na CBOT fecharam novamente em baixa. Os principais vencimentos registraram quedas de US$ 3,20 a US$ 4,60, com o dezembro cotado a US$ 387,90 (- 1,07%) e o janeiro/24 a US$ 384,50 (- 1,18%), a tonelada curta. O dezembro na mínima do dia (US$ 387,70) registrou a menor cotação desde 18 de agosto. Nas últimas cinco sessões o dezembro registra uma queda de 4,20% e o janeiro de 4,50%.
O óleo de soja fechou em baixa, após três sessões consecutivas de alta, com o dezembro registrando uma queda de 1,80%.
Segundo as informações da Farm Futures, os dados da Associação Nacional das Processadoras de Oleaginosas dos EUA (NOPA) divulgados na sexta-feira (15) mostraram volumes do esmagamento inferiores ao esperado em agosto de 2023, o que gerou algum nervosismo no mercado de farelo.
O USDA vai divulgar ainda hoje o relatório semanal de acompanhamento de safras. O Diretor-Gerente da Kluis Commodity Advisors, Al Kluis, disse esperar que as classificações das condições das lavouras do milho e da soja sejam 1% a 3% mais baixas, respectivamente. Ele ainda estima que que o percentual da colheita de milho varie entre 5% e 8% e a da soja entre 10% e 12%.
USDA – Vendas
Exportadores reportaram ao USDA a venda de 123.000 toneladas de soja do ano comercial 2023/24 para a China.
USDA – Exportações EUA
O USDA divulgou o relatório dos embarques na semana encerrada em 14 de setembro, com os de soja dentro das expectativas do mercado.
Na última semana, os EUA exportaram 393.004 toneladas de soja, contra as expectativas do mercado que variavam entre 250.000 e 600.000 toneladas.
No ano comercial 2023/24 já foram exportadas 766.623 toneladas, volume 16,22% abaixo das 915.080 toneladas exportadas no mesmo período do ano passado.
Plantio – Brasil
O plantio da safra 2023/24 de soja atingiu na quinta-feira a 0,20% da área estimada para o Brasil, contra 0,10% no mesmo período do ano passado, segundo levantamento da AgRural.
Apesar da antecipação do fim do vazio sanitário para parte dos produtores, o ritmo dos trabalhos ainda é lento em Mato Grosso devido à espera por maiores volumes de chuva. Alguns bons acumulados foram registrados na semana passada em pontos isolados do estado, mas os mapas de previsão mostram poucos volumes até o fim de setembro. Além disso, as temperaturas estão bastante altas.
Com Mato Grosso ainda lento, quem puxa o ritmo do plantio de soja neste momento é o Paraná, onde a umidade do solo é melhor e estimula os produtores do Oeste e do Sudoeste a entrar em campo. A continuidade do bom ritmo, porém, pode ser prejudicada nesta semana pelo clima.
MS
O Estado de Mato Grosso do Sul deverá colher 13.8 milhões de toneladas na safra 2023/24, volume 7,92% menor em comparação com a safra anterior, estima a Associação de Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja-MS) na sua primeira previsão para a temporada. A produtividade do grão deve cair 13,52% na comparação entre as safras 2023/24 e 2022/23, para 54 sacas por hectare. A área de plantio deve ser de 4.2 milhões de hectares.
O plantio da oleaginosa no Estado está autorizado desde a última sexta-feira (15). “A redução na produtividade e produção estimada pelo SIGA/MS (Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio, ferramenta da Aprosoja/MS) para a safra 23/24, é justificada pela média histórica do Estado, que considera a frustração de safra, causada pela severa estiagem que tivemos em 2021/22. Apesar disso, a alta probabilidade da ocorrência do fenômeno El Niño indica um aumento no volume das chuvas.
Caso isso ocorra entre os meses de janeiro e fevereiro, período de maior demanda hídrica da cultura, o produtor sul-mato-grossense pode esperar uma safra de grandes resultados”, disse o Presidente da Aprosoja/MS, André Dobashi.
A Aprosoja/MS estimou que a safra 2023/24 terá um custo de produção 10% inferior ao da safra 2022/23, caindo de R$ 6.860,08 para R$ 6.170,61 por hectare na atual temporada. Em contrapartida, o custo da saca por hectare aumentou 20%, subindo de R$ 42,88 por saca para R$ 51,42, refletindo o recuo do preço médio da oleaginosa que caiu de R$ 180,00 para R$ 120,00 por saca.
Mercado Interno
Os preços da soja recuaram no mercado brasileiro nos últimos dias, influenciados pela desvalorização do dólar e pelo enfraquecimento da demanda externa, segundo dados do CEPEA.
Sojicultores brasileiros estão otimistas quanto à safra 2023/24, o que deve resultar em um aumento de área. Apesar do clima favorável neste início do plantio, agentes consultados pelo CEPEA estão atentos ao impacto do El Niño. Segundo o relatório de oferta e demanda do USDA, divulgado no dia 12, a área brasileira está estimada em 45.6 milhões de hectares, 4% superior à da safra 2022/23 e um recorde, caso se confirme.
Milho fecha em baixa com o mercado focado na colheita dos EUA
Os contratos futuros do milho na CBOT fecharam em baixa pela terceira sessão consecutiva. Os principais vencimentos registraram quedas de 4,75 centavos, com o dezembro cotado a US$ 4,71½ (- 1%) e o março/24 a US$ 4,85¾ (- 0,97%) o bushel. O dezembro na mínima do dia (US$ 4,69) registrou nova mínima contratual. Nas últimas cinco sessões o dezembro registra uma queda de 2,93% e o março de 2,90%.
Os contratos futuros do trigo na CBOT fecharam em baixa. Os principais vencimentos registraram quedas de 12,75 a 13 centavos, com o dezembro cotado a US$ 5,91¼ (- 2,15%) e o março/24 a US$ 6,16¾ (- 2,03%) o bushel. Nas últimas cinco sessões o dezembro registra um ganho de 1,15% e o março de 0,98%.
Com uma estimativa de uma super oferta no curto prazo, os preços do trigo não encontram condições para uma reação na bolsa de Chicago e se mantêm em uma trajetória de queda.
Grandes regiões produtoras de trigo no Hemisfério Norte ainda estão finalizando os trabalhos de colheita. Com isso, o sentimento de oferta maior cresce entre os agentes de mercado.
“A colheita nos Estados Unidos, e principalmente na Rússia é um fator de pressão neste momento para o trigo. Enquanto o USDA estima uma safra de 88 milhões de toneladas na Rússia, agentes privados estimam um volume que pode ser de até 91 milhões de toneladas em 2023/24”, disse Luiz Pacheco, analista da TF Consultoria Agroeconômica.
Ainda segundo ele, a despeito da guerra contra a Ucrânia, e das proibições às importações de alguns produtos agrícolas do país, os ucranianos têm conseguido negociar os seus produtos agrícolas, entre eles, o trigo.
“Alguns navios estão conseguindo transitar pelo Mar Negro, mesmo com o fim do acordo com a Rússia. A Ucrânia não é ‘carta fora do baralho’ no fornecimento mundial de trigo, e está exportando até mais do que no ano passado”, disse Pacheco.
Mesmo com o quadro favorável para a manutenção de queda nos preços, o analista da TF indica que o cenário pode se reverter ainda nesta temporada.
“A disponibilidade está mais limitada nesta safra. Nós temos mais demanda do que oferta, mas esse é um quadro que só deve ser precificado pelo mercado no final do ciclo 2023/24”, estima.
Em seu relatório de oferta e demanda mundial de grãos, divulgado no início deste ano, o USDA estimou que a produção global de trigo na temporada 2023/24 deverá totalizar 787.340 milhões de toneladas. O volume representa uma queda de 0,76% em relação às projeções do mês anterior.
Além disso, as estimativas para os estoques finais mundiais são agora de 258.61 milhões de toneladas, queda de 2,64%, se comparado com agosto.
USDA – Exportações EUA
O USDA divulgou o relatório dos embarques na semana encerrada em 14 de setembro, com os de milho e trigo dentro das expectativas do mercado.
No milho, os embarques semanais totalizaram 624.095 toneladas, enquanto as expectativas do mercado variavam entre 450.000 e 775.000 toneladas.
No ano comercial 2023/24 já foram exportadas 1.267.000 toneladas, volume 10,46% superior às 1.147.000 toneladas exportadas no mesmo período do ano passado.
Os EUA exportaram ainda 367.371 toneladas de trigo, enquanto as expectativas do mercado variavam entre 250.000 e 500.000 toneladas.
No acumulado do ano comercial iniciado, no caso do cereal, em 1º de junho, os embarques já totalizam 5.121.000 toneladas, volume 29,40% inferior às 7.259.000 toneladas exportadas no mesmo período do ano passado.
Exportações – Brasil
Nas duas primeiras semanas de setembro o Brasil exportou 4.220.161 toneladas de milho não moído (exceto milho doce) segundo o relatório da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Isso já representa 65,70% do total exportado em setembro de 2022 (6.421.876 toneladas).
Com isso, a média diária de embarques nestes 10 primeiros dias úteis foi de 422.016 toneladas, o que na comparação ao mesmo período do ano passado, representa um aumento de 38% em relação as 305.803 toneladas/dia do nono mês de 2022.
Roberto Carlos Rafael, da Germinar Corretora, indica que entre exportações já realizadas e line-ups até o final de setembro, já são 31 milhões de toneladas do milho brasileiro que saem com destino à mercados internacionais.
Nas estimativas de Rafael, nos próximos quatro meses do ano agrícola (outubro, novembro, dezembro e janeiro) podem ser exportadas cerca de 7 milhões de toneladas cada, totalizando 60 milhões de toneladas, um recorde absoluto que consolida o Brasil como o maior exportador de milho do mundo em 2023.
Plantio e Colheita – Brasil
O plantio da primeira safra de milho da temporada 2023/24, o milho verão, atingiu na quinta-feira (14) a 21% da área estimada para o Centro-Sul do Brasil, contra 17% na semana anterior e 22% um ano atrás, segundo dados da AgRural. Com excesso de umidade, o plantio gaúcho teve mais uma semana de lentidão, abrindo espaço para que o Paraná e Santa Catarina tomassem a dianteira dos trabalhos.
A colheita da safrinha de milho 2023, por sua vez, atingiu 97% da área plantada no Centro-Sul do Brasil. Nesta reta final, os trabalhos estão praticamente restritos ao Paraná e a Mato Grosso do Sul.
Mercado Interno
Produtores brasileiros seguem focados no campo, uma vez que a colheita do milho começou nos Estados Unidos e está sendo finalizada no Brasil, onde restam poucas áreas da segunda safra para serem colhidas. Nesse cenário, os preços do cereal registram apenas leves variações no mercado doméstico na semana passada, segundo dados levantados pelo CEPEA.
Quanto às negociações, consumidores têm realizado suas aquisições de forma pontual, visto que parte deles ainda conta com o produto estocado. Já do lado vendedor, agentes consultados pelo CEPEA têm dado preferência às comercializações nos portos devido à demanda internacional estar aquecida, o que tem elevado os preços praticados nessas regiões.
Trigo – Brasil
As exportações de trigo do Brasil em 2023/24 (agosto/julho) foram estimadas em 2 milhões de toneladas, cerca de 500.000 toneladas abaixo da estimativa anterior, segundo informativo da consultoria StoneX divulgado nesta segunda-feira.
A queda ocorreu em meio as dificuldades logísticas para exportar trigo pelo Porto de Rio Grande (RS), diante do elevado volume de soja, que tem concorrido por espaço com o cereal.
“O escoamento de volume elevado de soja pelo Porto gera especulações de uma janela de exportação do trigo mais curta até março, de forma atípica em relação aos últimos anos, quando usualmente se estendeu até maio”, indicou o consultor em gerenciamento de riscos da StoneX, Jonathan Pinheiro, em nota.
A consultoria também citou demanda de moinhos brasileiros pelo produto nacional.
“Indústrias da Região Sudeste começaram a fazer cálculos para aquisição de trigo da Região Sul, mesmo que por via terrestre, dado o interesse de compra nos patamares de preços indicados para safra nova”, indicou o especialista.
Isso também impacta as importações que foram estimadas agora em 4.7 milhões de toneladas, versus 5.77 milhões de toneladas na previsão anterior.
A StoneX ainda manteve a estimativa da safra de trigo do Brasil 23/24 em um recorde de 11.2 milhões de toneladas, levemente acima do recorde registrado na safra passada (11.13 milhões de toneladas).
As exportações totalizaram 2.66 milhões de toneladas em 2022/23, enquanto as importações totalizaram 4.5 milhões de toneladas no mesmo período.