Soja fechou em leve alta em movimento de correção

A soja fechou em alta com o mercado atento às condições das lavouras no Brasil – Foto de Kelly Sikkema na Unsplash

Os contratos futuros da soja na CBOT fecharam em alta, após duas sessões consecutivas de baixa. Os principais vencimentos registraram ganhos de 5,75 a 6,50 centavos, com o janeiro/24 cotado a US$ 13,14 (+ 0,50%) e o março/24 cotado a US$ 13,32 (+ 0,43%) o bushel.  Nas últimas cinco sessões o janeiro/24 acumula uma alta de 0,17% e o março de 0,13%.

Os contratos futuros do farelo de soja na CBOT fecharam em alta, após duas sessões consecutivas de baixa. Os principais vencimentos registraram ganhos de US$ 1,50 a US$ 2,20, com o janeiro cotado a US$ 403,70 (+ 0,37%) e o março/24 cotado a US$ 395,80 (+ 0,56%) a tonelada curta. Nas últimas cinco sessões o janeiro/24 acumula uma queda de 0,76% e o março/24 de 0,45%.

O óleo de soja fechou em baixa pela terceira sessão consecutiva, com o janeiro/24 registrando uma queda de 0,64%. Nas últimas cinco sessões o janeiro/24 acumula uma queda de 3,17%.

A soja fechou em alta com o mercado atento às condições das lavouras no Brasil.

“O clima no Brasil ainda é o foco do mercado, e não há como fugir disso. A próxima semana será crucial para a definição de produtividade da safra 2023/24, e o Centro-Oeste, Norte e Nordeste precisam receber chuvas boas para concretizar o potencial produtivo das plantas”, disse João Pedro Lopes, analista de inteligência de mercado da StoneX.

Mas as previsões do tempo não são boas, segundo ele. “Após um bom volume de precipitações ocorrido na última semana de novembro, os últimos sete dias tiveram uma restrição de chuvas, e para a próxima semana a previsão é de tempo firme ainda”, indicou o analista.

Os preços da soja só não subiram mais pelo fraco desempenho das vendas líquidas dos EUA. O volume totalizou 1.084.000 toneladas na semana encerrada em 7 de dezembro, abaixo das 1.5 milhão de toneladas da semana imediatamente anterior, segundo o USDA.

“O relatório de vendas líquidas pode ser um pouco mais animador na próxima quinta-feira [21], já que somente nesta semana o USDA já reportou vendas de 855.000 toneladas. Isso pode ser um fator de alta para a soja em Chicago”, disse Lopes.

O USDA divulgou hoje o quarto anúncio de vendas de soja na semana e com ele, os volumes da safra 2023/24 totalizam 730.000 toneladas, além de uma venda de 125.000 toneladas da safra 2024/25.

“Na semana passada, traders reportaram vendas de pelo menos, 12 cargos para a Sinograin para embarque de janeiro a março. Essa semana a Sinograin continua comprando. A grande questão é quanto ainda a estatal teria que comprar nos EUA. Traders nos Estados Unidos dizem que se não fosse a Sinograin, a demanda estaria muito lenta”, explica a equipe da Agrinvest Commodities.

USDA – Vendas   

Exportadores reportaram ao USDA a venda de 400.000 toneladas de soja do ano comercial 2023/24 para Destinos desconhecidos.

USDA – Relatório Semanal de Vendas   

Soja

Exportadores dos Estados Unidos relataram vendas de cerca de 1.084.000 toneladas de soja da safra 2023/24, já descontados os cancelamentos, na semana encerrada em 7 de dezembro.

O volume representa uma queda de 23% em relação ao da semana anterior e de 46% em relação à média das quatro semanas anteriores.

Os principais compradores na semana foram a China (718.300 toneladas), Alemanha (113.200 toneladas), Países Baixos (85.000 toneladas), Tailândia (66.500 toneladas) e Turquia (60.000 toneladas), que compensaram os cancelamentos feitos por Destinos desconhecidos (114.300 toneladas), Paquistão (66.000 toneladas) e Japão (24.100 toneladas).

O volume das vendas ficou dentro das estimativas dos analistas, que variavam entre 900.000 e 1.8 milhão de toneladas.

Os embarques semanais do período totalizaram 1,159.700 toneladas, queda de 5% em relação aos da semana anterior e de 25% em relação à média das quatro semanas anteriores.

Os principais destinos foram China (588.700 toneladas), Alemanha (113.200 toneladas), México (94.900 toneladas), Países Baixos (85.000 toneladas) e Egito (68.200 toneladas).

Farelo

Exportadores dos Estados Unidos reportaram vendas de 325.800 toneladas de farelo de soja da safra 2023/24, já descontados os cancelamentos, na semana encerrada em 7 de dezembro.

O volume representa um aumento considerável em relação ao da semana anterior e da média das quatro semanas anteriores.

Os principais compradores foram Filipinas (189.900 toneladas), México (48.000 toneladas), Canadá (46.600 toneladas), Reino Unido (33.200 toneladas) e Polônia (27.700 toneladas), que compensaram os cancelamentos feitos por Destinos desconhecidos (89.800 toneladas), El Salvador (19.600 toneladas), Irlanda (19.300 toneladas), Honduras (1.200 toneladas) e Bélgica (700 toneladas).

Da safra 2024/25 foram vendidas 500 toneladas para o Canadá.

O volume das vendas ficou dentro das estimativas de analistas, que variavam entre 100.000 e 600.000 toneladas.

Os embarques semanais totalizaram 321.400 toneladas, que representaram uma queda de 14% em relação aos da semana anterior, mas um aumento de 9% em relação à média das quatro semanas anteriores.

Os principais destinos foram Filipinas (49.600 toneladas), México (33.900 toneladas), Reino Unido (33.200 toneladas), Polônia (27.700 toneladas) e Irlanda (24.500 toneladas).

Safra 2023/24 – Brasil 

Os produtores de soja do Centro-Oeste sofreram com a falta de chuva e o intenso calor. Assim, algumas áreas, sobretudo no Norte e Oeste de Mato Grosso, registraram atraso no plantio e, em alguns casos, replantio.

A análise é da plataforma de monitoramento de plantações Rural.Uno, da startup A de Agro. Segundo os dados da ferramenta, ainda é cedo para estimar uma queda de produtividade, ainda mais em uma região tão importante e, até então, sem grandes variações negativas.

Contudo, caso o clima permaneça instável e sem mudanças positivas, se estima uma quebra de safra atípica para a região devido a fatores hídricos.

Os dados da Rural.Uno mostram que as regiões com maior propensão à quebra até o momento são a Oeste e Norte de Mato Grosso devido ao baixo volume de chuvas e à elevação dos termômetros.

Apesar do cenário atípico e potencialmente danoso, algumas áreas no Sul de Mato Grosso e Goiás já conseguiram reverter a possibilidade de quebra pela regularização do regime pluviométrico.

As análises da plataforma apontam para atrasos no plantio em mais de 10% das áreas para os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás.

Na região Sul do Brasil, impactada severamente pelo clima nas últimas safras, existem poucas chances de quebra de safra por seca. O índice pluviométrico para a região foi muito acima da média para a região.

Este cenário fez com que o plantio da soja avançasse progressivamente e com regularidade, principalmente nos estados do Rio Grande do Sul e Paraná.

Entretanto, em certas áreas, a umidade excessiva também pode impactar a safra, podendo levar a necessidade de replantio e consequente atraso.

Na região Nordeste do País houve um avanço da seca devido à temperatura acima da média e anomalias negativas de precipitação. Além disso, no Norte, também é possível observar um agravamento das secas.

Quanto ao plantio de soja nessas regiões, há um atraso de 17%, 11% e 27% para os estados Maranhão, Piauí e Bahia, respectivamente, nas áreas mais próximas do Centro-Oeste.

Segundo as análises da plataforma, mais de 60% da soja brasileira já se encontra em estágio de crescimento vegetativo.

Milho fecha em leve baixa com o mercado focado na demanda 

Os contratos futuros do milho na CBOT fecharam novamente em baixa. Os principais vencimentos registraram quedas de 0,25 a 0,50 centavos, com o março/24 cotado a US$ 4,79¼ (- 0,05%) e o maio/24 a US$ 4,92 (- 0,10%) o bushel. Nas últimas cinco sessões o março/24 acumula uma queda de 1,79% e o maio/24 de 1,50%.

Os contratos futuros do trigo na CBOT fecharam em alta. Os principais vencimentos registraram ganhos de 9,25 a 10,50 centavos, com o março/24 cotado a US$ 6,15¾ (+ 1,73%) e o maio/24 a US$ 6,25¾ (+ 1,50%) o bushel. O março na mínima do dia (US$ 6,02½) registrou a menor cotação desde 4 de dezembro. Nas últimas cinco sessões o março/24 acumula uma queda de 4,13% e o maio/24 de 3,66%.

“O milho vinha registrando um movimento de alta ao longo das últimas semanas, principalmente devido aos problemas da janela de plantio da safrinha no Brasil”, disse João Pedro Lopes, analista de inteligência de mercado da StoneX.

Já os dados de demanda do milho americano atuaram como um contraponto à queda dos preços. As vendas líquidas do cereal totalizaram 1.418.600 toneladas no período de 7 dias encerrado em 7 de dezembro, volume acima das 1.288 milhão de toneladas negociado na semana anterior.

O trigo, por sua vez, fechou em alta com movimentações técnicas e fundamentos de demanda direcionando os preços.

O trigo impulsionado por um movimento de correção, uma vez que os principais vencimentos caíram mais de 3% na véspera.

Outro fator que ajudou o movimento de alta hoje foram as vendas de trigo pelos americanos. O USDA informou que 1.490.500 toneladas foram negociadas na semana até o dia 7 de dezembro, volume quase cinco vezes superior ao da semana anterior.

USDA – Relatório Semanal de Vendas    

Milho

Exportadores dos Estados Unidos relataram vendas de 1.418.600 toneladas de milho da safra 2023/24, já descontados os cancelamentos, na semana encerrada em 7 de dezembro.

O volume representou um aumento de 10% em relação ao da semana anterior, mas uma queda de 12% em relação à média das quatro semanas anteriores.

Os principais compradores foram México (669.800 toneladas), Destinos desconhecidos (386.400 toneladas), China (143.300 toneladas), Coreia do Sul (65.400 toneladas) e Arábia Saudita (50.000 toneladas) que compensaram os cancelamentos feitos por El Salvador (19.100 toneladas) e Honduras (500 toneladas).

O volume das vendas ficou dentro das estimativas dos analistas, que variavam entre 800.000 e 1.6 milhão de toneladas.

Os embarques semanais totalizaram 851.000 toneladas, que representaram uma queda de 22% em relação aos da semana anterior e de 18% em relação à média das quatro semanas anteriores.

Os principais destinos na semana foram México (374.600 toneladas), Colômbia (159.600 toneladas), China (141.300 toneladas), Honduras (48.800 toneladas) e Canadá (35.400 toneladas).

Trigo

Exportadores dos Estados Unidos reportaram vendas de 1.490.500 toneladas de trigo da safra 2023/24, já descontados os cancelamentos, na semana encerrada em 30 de novembro.

O volume, o maior do ano comercial, representa um aumento considerável em relação ao da semana anterior e da média das quatro semanas anteriores.

Os principais compradores foram China (1.120.000 toneladas), Filipinas (124.100 toneladas), México (87.300 toneladas), Japão (62.500 toneladas) e Chile (32.000 toneladas), que compensaram os cancelamentos feitos por Destinos desconhecidos (37.400 toneladas), Malásia (30.000 toneladas) e Panama (600 toneladas).

Da safra 2024/25 foram vendidas 18.000 toneladas para a Colômbia.

O volume das vendas ficou dentro das estimativas dos analistas, que variavam entre 1 milhão e 2 milhões de toneladas.

Os embarques semanais totalizaram 289.600 toneladas, aumento de 46% em relação aos da semana anterior e de 1% em relação à média das quatro semanas anteriores.

Os principais destinos do período foram Japão (79.800 toneladas), México (50.100 toneladas), Filipinas (46.600 toneladas), Tailândia (27.700 toneladas) e Itália (23.400 toneladas).

Etanol EUA 

A produção média de etanol nos Estados Unidos foi de 1.074 milhão de barris/dia na semana encerrada na sexta-feira, 8 de dezembro. O volume ficou 0,20% abaixo do da semana anterior de 1.076 milhão de barris/dia. Os estoques do biocombustível aumentaram 3,30% para 22.1 milhões de barris, enquanto as exportações totalizaram 124.000 barris/dia. Os números foram divulgados, ontem (13), pela Administração de Informação de Energia do país (EIA).

Os números de produção de etanol nos EUA são um indicador da demanda interna por milho. No país, o biocombustível é fabricado principalmente com o grão e a indústria local consome mais de um terço da safra doméstica do cereal.

Por Equipe SNA
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