Soja fechou em baixa com o mercado focado no relatório de oferta e demanda do USDA

Os principais vencimentos registraram quedas de 17 a 19 centavos – Foto de Steven Brown na Unsplash

Os contratos futuros da soja na CBOT fecharam em baixa. Os principais vencimentos registraram quedas de 17 a 19 centavos, com o novembro cotado a US$ 12,52½ (- 1,49%) e o janeiro/24 a US$ 12,72¼ (- 1,32%) o bushel. Na mínima do dia (US$ 12,51), o novembro registrou a menor cotação desde 15 de junho. Nas últimas cinco sessões o novembro registra uma queda de 1,61% e o janeiro de 1,55%.

Os contratos futuros do farelo de soja na CBOT fecharam em baixa, após duas sessões consecutivas de alta. Os principais vencimentos registraram quedas de US$ 0,40 a US$ 1,20, com dezembro cotado a US$ 377,10 (- 0,11%) e o janeiro/24 a US$ 375,00 (- 0,32%) a tonelada curta. Nas últimas cinco sessões o dezembro registra uma alta de 1,37% e o janeiro/24 de 1,11%.

O óleo de soja fechou em baixa pela terceira sessão consecutiva, com o dezembro registrando uma queda de 0,96%.Nas últimas cinco sessões o dezembro registra uma queda de 5,84%.

A soja fechou em baixa, diante do bom ritmo da colheita nos Estados Unidos e acompanhando o movimento de queda das demais commodities, em especial o petróleo que chegou a cair mais de 3% no início da tarde desta quarta-feira. Assim, caíram também o farelo e o óleo, além do trigo.

Diante do bom andamento da colheita nos EUA, nem mesmo os dados de demanda impediram a queda das cotações.

À espera de novas notícias e, principalmente do novo boletim mensal de oferta e demanda do USDA que será divulgado nesta quinta-feira (12), os participantes do mercado também aproveitaram para corrigir e realinhar as suas posições.

Analistas consultados pelo “The Wall Street Journal” estimam que o USDA deve reduzir a estimativa da safra de soja dos EUA, para 112 milhões de toneladas, em comparação com as 112,84 milhões de toneladas do relatório de setembro. Da safra 2022/23, a produção está estimada em 116.38 milhões de toneladas.

A soja também foi pressionada pela nova queda do óleo.

O mercado ignorou as notícias positivas sobre as novas exportações de soja dos EUA, com o USDA anunciando a vendas para a China e Destinos desconhecidos.

O mercado segue, além disso, monitorando as condições climáticas para o plantio da safra brasileira e para a colheita da safra americana, com perspectivas de que o Brasil traga para o mercado uma nova produção recorde, garantindo sua competitividade maior em relação à soja americana. O ritmo das exportações dos EUA já está mais lento do que o do ano passado e segue como um fator de pressão sobre as cotações em Chicago.

Exportações Brasil

A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC) atualizou a sua estimativa de embarques de soja para a segunda semana de outubro.

Segundo a entidade, no período de 8 a 14 do mês devem ser embarcadas 1.497 milhão de toneladas de soja, aumento de 2,60%, em relação as 1.459 milhão de toneladas exportadas entre 1º e 7 de outubro. Os embarques do farelo podem totalizar 551.429 toneladas, aumento de 58,63%, em relação as 347.617 toneladas exportadas entre 1º e 7 de outubro.

Comercialização – Brasil

A comercialização da safra 2022/23 de soja atingiu 85,30% da produção estimada. A informação é do levantamento realizado pela Datagro Grãos até a última sexta-feira (6).

O percentual está abaixo dos 87,70% registrados no mesmo período do ano passado e dos 98,10% do recorde da safra 2019/20, bem como da média dos últimos cinco anos, que é de 92,10%.

Segundo a consultoria, o avanço mensal foi de 4,60%, inferior aos 6,80% registrados no mês anterior, mas acima dos 3,50% do mesmo período do ano passado e dos 3,30% da média normal.

Paraná

O plantio da safra de soja 2023/24 no Paraná atingiu na segunda-feira (9) 31% da área estimada, segundo levantamento do Departamento de Economia Rural (DERAL), da Secretaria de Agricultura do Estado. Os trabalhos no campo avançaram 11% em relação à semana anterior. Segundo o DERAL, 93% das lavouras estavam em boas condições (contra 94% na semana anterior) e 7% em condições médias (6% na semana passada). Quanto às fases das lavouras, 42% estavam em fase de germinação (contra 52% há sete dias) e 58% em fase de desenvolvimento vegetativo (contra 48% na semana anterior).

USDA – Vendas 

Exportadores reportaram ao USDA a venda de 333.000 toneladas de soja do ano comercial 2023/24, sendo 121.000 toneladas para a China e 213.000 toneladas para Destinos desconhecidos.

Milho fechou em alta em movimento de correção 

Os contratos futuros do milho na CBOT fecharam em alta, após três sessões consecutivas de baixa. Os principais vencimentos registraram ganhos de 2,50 centavos, com o dezembro cotado a US$ 4,88 (+ 0,51%) e o março/24 a US$ 5,03¾ (+ 0,50%) o bushel. Nas últimas cinco sessões o dezembro registra uma alta de 0,41% e o março de 0,55%.

Os contratos futuros do trigo na CBOT fecharam novamente em baixa. Os principais vencimentos registraram quedas de 2,50 a 2,75 centavos, com o dezembro cotado a US$ 5,56 (- 0,45%) e o março/24 a US$ 5,87¼ (- 0,47%) o bushel. Nas últimas cinco sessões o dezembro registra uma queda de 0,71% e o março de 0,30%.

O milho fechou em alta em movimento de correção técnica.

A alta técnica pautou o fechamento do mercado nesta quarta-feira, uma vez que os fundamentos indicavam para uma queda dos contratos futuros.

A colheita de milho nos Estados Unidos atingiu 34% da área estimada para a safra 2023/24 até o último, à frente dos 29% colhidos no mesmo período do ano passado, e superior aos 31% da média para os últimos cinco anos.

Mas a oscilação de preços ficou limitada, já que o mercado aguarda as estimativas da nova safra de milho americana, que serão divulgadas pelo USDA.

Analistas de mercado estimam uma produção de 383.56 milhões de toneladas na safra 2023/24, volume que fica abaixo das 384.42 milhões de toneladas estimadas pelo USDA em setembro. Para a safra 2022/23, o USDA estima uma produção de 348.75 milhões de toneladas.

Com relação à produtividade, analistas estimam 181,4 sacas por hectare, em linha com as 181,7 sacas por hectare de setembro e também com as 181,2 sacas por hectare da safra.

O trigo também fechou em baixa

Os preços do trigo mantiveram a tendência de queda, principalmente pelas saídas contínuas de trigo pelo Mar Negro feitas pela Ucrânia, que neste momento usa um corredor temporário para escoar as suas exportações. As vendas de trigo russo também são outro fator negativo, tendo o Egito anunciado a compra de 500.000 toneladas do cereal da Rússia.

Segundo a Consultora Granar, as condições climáticas das áreas produtoras dos Estados Unidos também pesaram sobre as cotações.

“Contribuíram para a queda do trigo algumas chuvas que caíram sobre as regiões produtoras do trigo de inverno no Noroeste dos EUA e para o progresso acelerado do plantio das lavouras”, indicou a consultoria, em relatório.

Nesse sentido, o USDA informou que o plantio da safra de inverno atingiu 57% da área estimada, acima dos 40% da semana passada; e também acima dos 53% do ano anterior, e em linha com a média dos últimos cinco anos (57%). O mercado esperava um percentual de 55%.

Exportações Brasil

A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC) atualizou a estimativa de embarques para a segunda semana de outubro.

Segundo a entidade, no período de 8 a 14 do mês devem ser embarcadas 2.739 milhões de toneladas de milho, aumento de 53,53% em relação as 1.784 milhão de toneladas exportadas na semana de 1º a 7 de outubro.

A entidade não prevê embarques para o trigo no período.

Paraná

Até ontem (10) o plantio da safra de verão do milho 2023/24 havia atingido a 85% da área estimada em comparação com 82% há sete dias. As lavouras apresentavam as seguintes condições: 95% boas e 5% médias (mesmos percentuais de sete dias atrás). As fases das lavouras eram as seguintes: 11% de germinação (17% na semana passada) e 88% de desenvolvimento vegetativo (83% há sete dias).

A colheita do trigo, atingiu 73% da área plantada em comparação com 69% na semana passada. O DERAL estima que 75% das lavouras estão em boas condições (contra 78% na semana anterior), 20% em condições médias (17% na semana passada), e 5% em condições ruins (mesmo percentual da semana passada). As lavouras estão nas seguintes fases: 1% em floração (7% há sete dias), 45% em frutificação (41% na semana passada) e 54% em maturação (52% há sete dias).

Por Equipe SNA
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