Soja fecha praticamente estável em sessão volátil com movimento de correção das quedas anteriores

Nas últimas cinco sessões o janeiro/24 acumula uma queda de 3,04% e o março de 2,80% – Imagem de jcomp no Freepik

Os contratos futuros da soja na CBOT fecharam em baixa pela quarta sessão consecutiva. Os principais vencimentos registraram quedas de 0,75 centavos, com o janeiro/24 cotado a US$ 13,05½ (- 0,06%) e o março/24 cotado a US$ 13,26½ (Estável) o bushel. O janeiro na mínima do dia (US$ 12,94) registrou a menor cotação desde 13 de outubro. Nas últimas cinco sessões o janeiro/24 acumula uma queda de 3,04% e o março de 2,80%.

Os contratos futuros do farelo de soja na CBOT fecharam em alta, após cinco sessões consecutivas de baixa. Os principais vencimentos registraram ganhos de US$ 4,70 a US$ 9,50, com o janeiro cotado a US$ 417,80 (+ 2,33%) e o março/24 cotado a US$ 404,00 (+ 1,18%) a tonelada curta. O março/24 na mínima do dia (US$ 398,20), registrou a menor cotação desde 23 de outubro. Nas últimas cinco sessões o janeiro/24 acumula uma queda de 2,95% e o março/24 uma queda de 3,58%.

O óleo de soja fechou em baixa pela quinta sessão consecutiva, com o janeiro/24 registrando uma queda de 1,91%. O janeiro na mínima do dia (49,56) registrou a menor cotação desde 13 de novembro.  Nas últimas cinco sessões o janeiro/24 acumula uma queda de 5,06%.

Apesar das variações contidas, a volatilidade continua bastante presente no mercado, em especial porque os traders aguardam pelo novo boletim mensal de oferta e demanda que o USDA vai divulgar nesta sexta-feira, dia 8.

O mercado mantém o clima na América do Sul como seu principal fator direcionador e se divide entre as chuvas que são previstas, as que se confirmam efetivamente e como as lavouras vêm respondendo a elas. Enquanto isso, o plantio segue atrasado e as perdas sendo contabilizadas.

As previsões indicam melhoras para os próximos dias, mas os traders, apesar de monitorarem os principais modelos climáticos, permanecem cautelosos diante da falta de novidades.

“A soja começou a semana com apelo negativo diante da falta de notícias positivas, olhando a safra da América do Sul ganhando ritmo e novas estimativas mostrando que vem recorde de colheita”, disse o consultor Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting.

Assim, a volatilidade não só está presente, como tende a continuar, uma vez que as perdas que vêm sendo registradas são difíceis de serem mensuradas em razão da irregularidade que marca a safra 2023/24. Somente o grupo SLC Agrícola informou que “será necessário realizar a descontinuação de 16.000 hectares de soja, com a transferência dessa área, inicialmente projetada para plantio de soja + algodão 2ª safra, para unicamente o plantio de algodão 1ª safra”.

Assim, acelerando as perdas e com o janeiro rompendo os US$ 13,00, a soja renovou as mínimas em um mês em Chicago. “Clima mais favorável para o Norte do Brasil e a alta dos fretes marítimos são os principais motivos. Fundos estão vendendo soja e comprando milho na CBOT. O programa americano de exportação de milho está ganhando ritmo, enquanto o da soja ainda está abaixo do necessário para atingir as estimativas do USDA”, explica a equipe da Agrinvest Commodities.

Paraná 

O plantio da safra de soja 2023/24 no Paraná avançou 3% na semana, até ontem (4), e atingiu 99% da área estimada segundo o Departamento de Economia Rural (DERAL), da Secretaria de Agricultura do Estado.

As condições das lavouras de soja se mantiveram inalteradas entre as duas semanas: 86% estavam em boas condições; 12% em condições médias e 2% em condições ruins.

Segundo o DERAL, 3% das lavouras está em fase de germinação (mesmo percentual na semana anterior), 51% em fase de desenvolvimento vegetativo (63% na semana anterior), 29% em fase de floração (25% na semana anterior) e 17% em fase de frutificação (9% na semana anterior).

Milho fecha em alta com o mercado focado na demanda, novamente impulsionado pelo trigo 

Os contratos futuros do milho na CBOT fecharam em alta pela quinta sessão consecutiva. Os principais vencimentos registraram ganhos de 5 centavos, com o março/24 cotado a US$ 4,90½ (+ 1,03%) e o maio/24 a US$ 5,02 (+ 1,01%) o bushel. O março na máxima do dia (US$ 4,90¾) registrou a maior cotação desde 22 de novembro. Nas últimas cinco sessões o março/24 acumula uma alta de 3,59% e o maio/24 de 3,29%.

Os contratos futuros do trigo na CBOT fecharam em alta pela sexta sessão consecutiva. Os principais vencimentos registraram ganhos de 10 a 10,75 centavos, com o março/24 cotado a US$ 6,31¼ (+ 1,73%) e o maio/24 a US$ 6,44 (+ 1,58%) o bushel. O março na máxima do dia (US$ 6,36¼) registrou a maior cotação desde 7 de setembro. Nas últimas cinco sessões o março/24 acumula uma alta de 10,36% e o maio/24 de 9,52%.

USDA – Vendas 

Exportadores reportaram ao USDA a venda de 198.000 toneladas de trigo vermelho de inverno soft do ano comercial 2023/24 para a China.

MT 

O Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (IMEA) reduziu a sua estimativa da safra 2023/24 de milho de inverno em Mato Grosso, para 43.75 milhões de toneladas, queda de 2,50% em relação à estimativa de novembro e de 16,67% em relação à safra 2022/23. Em relatório mensal, a área plantada também diminuiu nas duas bases comparativas. Em relação à estimativa de novembro, houve uma redução de 2,50% e, com relação à safra passada, a redução foi de 6,27%.

Segundo o IMEA, a diminuição da área plantada ocorreu pela “desmotivação dos produtores em relação ao plantio do cereal para a temporada”. O IMEA explica, ainda, que, com o atraso do plantio da soja 2023/24, a janela considerada ideal para o milho safrinha ficou mais apertada. “Além disso, com a queda das cotações, o preço do milho não cobre o Custo Operacional Efetivo (COE), o que preocupa ainda mais os produtores em relação à rentabilidade negativa.”

Em relação produtividade estimada, o IMEA manteve a expectativa de novembro, “uma vez que ainda existem fatores que podem influenciar no rendimento final da cultura”.

As regiões que registraram maior diminuição de área em relação à temporada anterior foram a Nordeste de 8,77%; a Norte de 7,96% e a Oeste de 6,72%. Nessas regiões, os produtores migraram para culturas como algodão, sorgo, gergelim e até cultivos de cobertura.

No mesmo relatório, o IMEA divulgou a estimativa da oferta e demanda do milho em relação às safras 2022/23 e também 2023/24. Em relação ao ciclo passado, o IMEA estimou uma demanda de 50.98 milhões de toneladas, aumento de 0,28% em relação à estimativa de novembro, “impulsionado pelo consumo em Mato Grosso, que aumentou 0,38%, em decorrência da ampliação no consumo das usinas de etanol e pelo aumento de 35,20% na projeção para a temporada de aquisições públicas”.

Diante disso, o estoque final em Mato Grosso para a temporada 2022/23 foi estimado em 1.7 milhão de toneladas, 7,73% a menos em relação à estimativa de novembro. “Vale destacar que apesar do recuo mensal, ainda é o maior estoque da série histórica do IMEA”, indica o relatório.

Em relação à safra 2023/24, a estimativa da demanda caiu 1,98% em relação a novembro, para 45.14 milhões de toneladas. Essa queda foi puxada pela menor estimativa das exportações da próxima safra, ou 3,38% menos em relação à estimativa de novembro. “Esse movimento ocorreu por causa da expectativa da retomada de grandes produtores no mercado mundial, como Estados Unidos, Argentina e Ucrânia”, informou o IMEA.

Assim, com o ajuste na oferta e demanda da safra 2023/24, os estoques finais caíram 52,88% em relação ao relatório de novembro, ficando estimados em 317.430 toneladas.

Paraná  

Segundo o Departamento de Economia Rural (DERAL), da Secretaria de Agricultura do Estado o plantio da safra de verão do milho, ou primeira safra, foi concluído nesta semana contra 99% na semana passada.

Das lavouras de milho, 80% estavam em boas condições, mesmo percentual na semana passada, 17% em condições médias (16% na semana passada) e 3% em condições ruins (4% na semana anterior). Das lavouras, 1% estão em fase de germinação (mesmo percentual da semana passada), 33% em fase de desenvolvimento vegetativo (46% na semana passada), 40% em fase de floração (mesmo percentual na semana passada) e 26% em fase de frutificação (13% na semana passada).

Por Equipe SNA
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