Soja fecha novamente em queda na CBOT com foco na China e na perspectiva de boa safra nos EUA

Os contratos futuros da soja na Bolsa de Chicago (CBOT) voltaram a fechar em baixa. Os principais vencimentos registraram quedas de 8,50 a 8,75 centavos. O julho/18 fechou cotado a US$ 9,27 ¼, o agosto/18 a US$ 9,33 ¼ e o novembro/18 a US$ 9,50 o bushel.

Os contratos futuros do farelo de soja na Bolsa de Chicago (CBOT) voltaram a fechar em baixa. Os principais vencimentos registraram quedas de US$ 4,30 a US$ 4,50. O julho/18 fechou cotado a US$ 343,20 e o agosto/18 a US$ 345,20 a tonelada curta.

Segundo a Reuters, fundos venderam posições compradas em todas as três commodities (soja, milho e trigo).

No caso da soja, o foco do mercado permanece nas tensões comerciais entre China e Estados Unidos. “Os preços permanecem pressionados diante da renovação dos temores e que a China possa atingir a soja norte-americana com tarifas de retaliação se Washington continuar com ameaças de multas em produtos chineses”, informou a Reuters.

Segundo as agências internacionais, o presidente Donald Trump, deve divulgar na sexta-feira (15/6) ou no início da próxima semana uma lista de US$ 50 bilhões em produtos chineses que estarão sujeitos a uma tarifa de 25%. A perspectiva é que o cenário afete as exportações norte-americanas.

Do mesmo modo, a safra americana também permanece em foco.

A última previsão do tempo aumentou as expectativas para a safra de milho e soja dos EUA, já que ambas se aproximam dos principais estágios de desenvolvimento.

“Temos chuva bem à frente desse grande aquecimento”, disse Don Roose, presidente da US Commodities. “Se você está saindo do plantio e a safra está alta e as classificações estão altas, o comprador deve tomar cuidado. Os fundos foram comprados por muito tempo e estão liquidando”, disse Roose.

Segundo Luiz Fernando Gutierrez Roque, analista da Safras & Mercado, há uma falta generalizada de novidades, de forma que o mercado segue olhando para a falta de solução para a guerra comercial dos Estados Unidos com a China e para o bom desenvolvimento da safra norte-americana.

A demora em se chegar a uma solução da guerra comercial leva o mercado a acreditar em uma efetiva taxação. Se até amanhã (15/6) as negociações não avançarem, novas tarifas serão impostas sobre produtos chineses, o que pode gerar uma resposta negativa por parte dos asiáticos.

A soja mais barata pode fazer, contudo, que os fundos voltem a comprar. Porém, um retorno ao movimento de alta dependeria de alguma definição.

No Brasil, o dólar fechou em forte alta de 2,64%, cotado a R$ 3,8112 para compra e a R$ 3,8119 para venda. Contudo, o quadro interno permanece inalterado, já que o mercado está “bagunçado”. As questões envolvendo a greve dos caminhoneiros fizeram com que tanto compradores quanto vendedores não estejam conseguindo precificar esse movimento. Assim, nem se os produtores quisessem eles conseguiriam ter possibilidade de venda neste momento.

Mercado brasileiro

Segundo levantamento do economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, em Panambi (RS), a saca caiu 1,46% para R$ 69,00. Na região de Não-me-toque (RS), a queda foi de 0,73%, com a saca cotada a R$ 68,00.

Em contrapartida, no Porto de Paranaguá, a saca no mercado disponível subiu 1,23%, sendo cotada a R$ 82,00. No mercado futuro, a saca para entrega em março/19, registrou alta de 0,61% e foi cotada a R$ 83,00. O cenário é um reflexo da forte alta do dólar observada hoje.

Já os negócios permanecem travados no mercado brasileiro, uma vez que o impasse sobre o tabelamento do frete ainda não foi resolvido.

Soja Argentina

Segundo o Panorama Agrícola Semanal (PAS) da Bolsa de Cereais de Buenos Aires (BCBA), a colheita de soja chegou a 95,6% da área, com um volume de 35.1 milhões de toneladas.

O rendimento médio é de 2.190 kg (36,5 sacas) por hectare. No núcleo norte, a colheita de soja, que já se encerrou, teve uma média de rendimento de 2.790 kg (46,5 sacas) por hectare, a menor produtividade dos últimos 14 anos.

A estimativa de produção da BCBA continua em 36 milhões de toneladas.

Exportação Brasil

Sérgio Castanho Teixeira Mendes, diretor geral da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), conversou com o Notícias Agrícolas nesta quinta-feira (14/6) para destacar o impasse que se faz presente nas exportações brasileiras neste momento.

Segundo ele, há um fluxo muito pequeno de cargas que correspondem apenas a empresas que compram FOB e o que chega por meio das ferrovias. São 10 milhões de toneladas de soja aguardando no interior neste momento.

No line-up dos portos, há 50 navios esperando e mais 60 navios chegando, criando um cenário bastante delicado. Esses navios possuem um custo de US$ 17.000,00 por dia para os exportadores.

O período de exportação brasileira, assim, deve ser prolongado. O Supremo Tribunal Federal (STF) deu 48 horas para que o Governo se manifeste em relação à questão dos fretes. Mendes avalia que, se uma solução favorável ocorrer, isso deve “colocar a casa em ordem”.

Hoje, o Governo divulgou que irá defender na Justiça a existência da tabela de frete para transporte rodoviário como parte do acordo com os caminhoneiros.

Por sua vez, a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) informou nesta quinta-feira que obteve na Justiça Federal de São Paulo uma liminar em ação movida contra a União e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), pela qual os seus associados ficam desobrigados de observar a tabela de frete mínimo.

“Dessa forma, segundo a entidade, fica garantida a manutenção da livre iniciativa, princípio ferido pelo tabelamento”, informou a Abag em nota.

A decisão é importante porque deve permitir que o agronegócio volte a contratar frete para transportar os produtos, sem ficar sujeito a punições estabelecidas por Medida Provisória.

A não observância da tabela, de acordo com a MP, sujeitaria o infrator a indenizar o transportador em valor equivalente ao dobro do que seria devido, descontado o valor já pago.

O impasse relacionado à tabela tem travado negociações de grãos no Brasil.

Influenciado pelas quedas do trigo e da soja, milho fecha em forte baixa

Os contratos futuros do milho na Bolsa de Chicago (CBOT) voltaram a fechar em forte baixa, atingindo as cotações mais baixa desde 12 de janeiro. Os principais vencimentos registraram quedas de 12,50 a 13 centavos. O julho/18 fechou cotado a US$ 3,63 e o setembro/18 a US$ 3,72 ¾ o bushel.

Os contratos futuros do trigo na Bolsa de Chicago (CBOT) voltaram a fechar em forte baixa de mais de 2,5%. Os principais vencimentos registraram quedas de 15 a 16 centavos. O julho/18 fechou cotado a US$ 5,01 ½ e o setembro/18 a US$ 5,17 ¼ o bushel.

Milho Argentina

Segundo o Panorama Agrícola Semanal (PAS) da Bolsa de Cereais de Buenos Aires (BCBA), com um tempo mais favorável, a colheita do milho comercial pode ganhar impulso na Argentina. Já foram colhidos 45% dos 5.4 milhões de hectares plantados.

Contudo, os rendimentos seguem despontando e são os mais baixos das últimas safras, com uma média de 6.680 kg (111 sacas) por hectare.

A BCBA estima uma produção de 32 milhões de toneladas.

Mercado interno

Segundo o Notícias Agrícolas, o mercado segue travado, com poucos negócios. Em Cascavel, a saca caiu 3,23% e foi cotada a R$ 30,00, a mesma cotação registrada em Londrina, com queda na saca de 1,64%. Em Pato Branco, a saca recuou 4,52%, cotada a R$ 31,70.

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