Soja fecha novamente em baixa em sessão volátil, com o mercado focado nas condições climáticas do Brasil

Nas últimas cinco sessões o dezembro acumula uma alta de 1,54% e o janeiro/24 de 0,41% – Imagem de Oleksandr Ryzhkov no Freepik

Os contratos futuros da soja na CBOT fecharam novamente em baixa. Os principais vencimentos registraram quedas de 8,25 a 8,75 centavos, com o novembro cotado a US$ 12,79½ (- 0,68%) e o janeiro/24 cotado a US$ 13,00¼ (- 0,63%) o bushel.  Os contratos futuros da soja na CBOT fecharam em baixa. Nas últimas cinco sessões o novembro acumula uma queda de 2,74% e o janeiro de 2,37%.

Os contratos futuros do farelo de soja na CBOT fecharam em baixa, exceto o dezembro que fechou em leve alta de US$ 0,30. Os principais vencimentos registraram quedas de US$ 1,40 a US$ 1,90, com o dezembro cotado a US$ 429,50 (+ 0,07%) e o janeiro/24 a US$ 415,90 (- 0,34%) a tonelada curta. Nas últimas cinco sessões o dezembro acumula uma alta de 1,54% e o janeiro/24 de 0,41%.

O óleo de soja fechou em baixa, com o dezembro registrando uma queda de 1,63%. Nas últimas cinco sessões o dezembro acumula uma queda de 2,58%.

A soja voltou a fechar em baixa também devido a uma estabilidade nas condições do clima na América do Sul, já que está chovendo em áreas produtoras da Argentina e do Brasil. A finalização da colheita americana foi outro fator que pressionou os preços.

Segundo Roberto Carlos Rafael, sócio proprietário da Germinar Agronegócios, o que evitou uma queda maior da soja foi o volume das exportações americanas.

Apesar da queda, o mercado permanece muito atento as condições climáticas na América do Sul, principalmente as do Brasil agora, e as irregularidades que ainda estão ocorrendo, mantém essa indefinição da direção dos preços.

Assim, os modelos climáticos são monitorados, com os traders aguardando se as previsões se confirmam ou não. Até que os caminhos fiquem mais claros, os preços oscilam, segundo analistas e consultores.

Ucrânia

A Ucrânia suspendeu a utilização do seu novo corredor de grãos do Mar Negro devido ao que considera uma ameaça dos aviões de guerra russos, informou a consultoria Barva Invest, sediada em Kiev, na quinta-feira.

“Gostaríamos de informá-lo sobre uma suspensão temporária do tráfego de navios de e para (os portos). A proibição atual está em vigor em 26 de outubro, mas é possível que seja estendida”, informou a consultoria no aplicativo de mensagens Telegram.

As autoridades ucranianas não estavam imediatamente disponíveis para comentar.

A consultoria informou que uma suspensão de fato já estava em vigor há dois dias a pedido dos militares, que citaram uma ameaça do aumento da atividade da aviação militar russa na área.

O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse na semana passada que havia ordenado que aviões de guerra russos com mísseis Kinzhal patrulhassem o Mar Negro.

A Ucrânia lançou um “corredor humanitário” para navios com destino aos mercados africanos e asiáticos em agosto, para tentar contornar um bloqueio no Mar Negro, depois que a Rússia abandonou um acordo que havia garantido as exportações marítimas de Kiev durante a guerra.

Autoridades ucranianas e fontes de transporte dizem que mais de 40 navios de carga entraram no corredor até o momento e 1.5 milhão de toneladas de carga deixaram os portos marítimos ucranianos pelo corredor.

Grãos, sementes oleaginosas, óleos vegetais e farelos predominaram nos embarques.

Os produtores agrícolas ucranianos informaram esta semana que a nova rota poderia permitir a exportação de até 2.5 milhões de toneladas de alimentos por mês, quase compensando o impacto da decisão da Rússia de sair do acordo anterior firmado pela ONU.

USDA – Vendas

Exportadores reportaram ao USDA a venda de 110.000 toneladas de soja do ano comercial 2023/24 para a China.

USDA – Relatório Semanal de Vendas

Soja – Exportadores dos Estados Unidos reportaram vendas de 1.378.200 toneladas de soja da safra 2023/24, já descontados os cancelamentos, na semana encerrada em 19 de outubro.

O volume, o maior do ano comercial, representa um aumento de 1% em relação ao da semana anterior e de 43% em relação à média das 4 semanas anteriores.

Os principais compradores na semana China (1.167.000 toneladas), México (215.900 toneladas), Bangladesh (172.800 toneladas), Taiwan (85.200 toneladas) e Itália (50.000 toneladas), que compensaram os cancelamentos feitos por Destinos desconhecidos (425.200 toneladas).

O volume das vendas ficou dentro das estimativas do mercado, que variavam entre 750.000 e 1.500.000 toneladas.

Em todo ano comercial, os EUA já venderam 22.260.000 toneladas, contra as mais de 31.470 milhões de toneladas no mesmo período do ano passado. A estimativa do USDA para as exportações de soja no ano comercial é de 47.76 milhões de toneladas.

Os embarques semanais do período totalizaram 2.384.700 toneladas, o maior volume do ano comercial, 20% superior ao da semana anterior e consideravelmente maior do que o da média das 4 semanas anteriores. Os principais destinos na semana foram China (1.999.100 toneladas), México (117.500 toneladas), Bangladesh (112.700 toneladas), Taiwan (69.600 toneladas) e Países Baixos (23.400 toneladas).

Farelo – Exportadores dos Estados Unidos reportaram vendas de 507.500 toneladas de farelo de soja da safra 2023/24, já descontados os cancelamentos, na semana encerrada em 19 de outubro.

Os principais compradores foram Filipinas (208.700 toneladas), Guatemala (63.700 toneladas), Colômbia (51.200 toneladas) e México (40.300 toneladas), que compensaram os cancelamentos feitos pela Bélgica (1.600 toneladas), Guatemala (11.550 toneladas), Indonésia (800 toneladas) e República Dominicana (500 toneladas).

Da safra 2024/25 foram vendidas 100 toneladas para o Canadá.

O volume das vendas ficou acima das estimativas do mercado, que variavam entre 250.000 e 500.000 toneladas.

Os embarques semanais totalizaram 238.200 toneladas. Os principais destinos foram Filipinas (47.600 toneladas), México (46.500 toneladas), Irlanda (31.000 toneladas), Equador (29.800 toneladas) e Jamaica (16.200 toneladas).

Milho fecha novamente em baixa, com o mercado focado na demanda nos EUA

Os contratos futuros do milho na CBOT fecharam em baixa pela quinta sessão consecutiva. Os principais vencimentos registraram quedas de 0,75 a 1,25 centavos, com o dezembro cotado a US$ 4,79¼ (- 0,16%) e o março/24 a US$ 4,93¼ (- 0,25%) o bushel. Nas últimas cinco sessões o dezembro acumula uma queda de 5,10% e o março de 4,59%.

Os contratos futuros do trigo na CBOT fecharam em alta, após duas sessões consecutiva de baixa. Os principais vencimentos registraram ganhos de 9,75 a 11 centavos, com o dezembro cotado a US$ 5,79½ (+ 1,93%) e o março/24 a US$ 6,06 (+ 1,64%) o bushel. O dezembro na mínima do dia (US$ 5,63¼), registrou a menor cotação desde 12 de outubro. Nas últimas cinco sessões o dezembro acumula uma queda de 2,44% e o março de 2,22%.

O milho fechou em leve baixa. Ainda pressionam o mercado fatores, como o aumento da oferta no curto prazo; melhora das condições climáticas em regiões produtoras da América do Sul e o avanço da colheita nos Estados Unidos.

USDA – Relatório Semanal de Vendas

Milho – Exportadores dos Estados Unidos reportaram vendas de 1.351.100 toneladas de milho da safra 2023/24, já descontados os cancelamentos, na semana encerrada em 19 de outubro.

O volume representa um aumento de 53% em relação ao da semana anterior e de 22% em relação à média das 4 semanas anteriores.

Os principais compradores foram México (762.400 toneladas), Colômbia (241.900 toneladas), Japão (149.400 toneladas), Destinos desconhecidos (97.100 toneladas) e Costa Rica (64.300 toneladas) que compensaram os cancelamentos feitos pela Guatemala (6.200 toneladas) e Canadá (2.700 toneladas).

Da safra 2024/25 foram vendidas 16.000 toneladas para o México.

O volume das vendas ficou acima das estimativas do mercado, que variavam entre 600.000 e 1.200.000 toneladas.

Com esse volume, o total já vendido no ano comercial 2023/24 chega a 17.530.000 toneladas, acima do volume do mesmo período do ano comercial anterior, quando as vendas totalizavam 14.090.000 toneladas.

O USDA estima que as exportações norte-americanas de milho no ano comercial totalizem 51.44 milhões de toneladas.

Os embarques semanais do período totalizaram 483.700 toneladas, os menores do ano comercial, representaram uma queda de 6% em relação aos da semana anterior e de 28% em relação à média das 4 semanas anteriores. Os principais destinos na semana foram México (349.800 toneladas), Colômbia (61.500 toneladas), Japão (25.400 toneladas), Jamaica (21.000 toneladas) e Taiwan (8.900 toneladas).

Trigo – Exportadores dos Estados Unidos reportaram vendas de 363.700 toneladas de trigo da safra 2023/24, já descontados os cancelamentos, na semana encerrada em 19 de outubro.

O volume representa uma queda de 43% em relação ao da semana anterior e de 31% em relação à média das quatro semanas anteriores.

Os principais compradores foram México (130.000 toneladas), Japão (69.500 toneladas), China (65.000 toneladas), Yemen (50.000 toneladas) e Filipinas (30.000 toneladas) que compensaram os cancelamentos feitos pela Destinos desconhecidos (50.000 toneladas), Canadá (8.000 toneladas), Coreia do Sul (1.000 toneladas) e Arabia Saudita (300 toneladas).

Da safra 2024/25 foram vendidas 17.200 toneladas para o Panamá.

O volume das vendas ficou dentro das estimativas do mercado, que variavam entre 350.000 e 800.000 toneladas.

Com esse volume, o total já vendido no ano comercial 2023/24 chega a 10.720.000 toneladas, abaixo do volume do mesmo período do ano comercial anterior, quando as vendas totalizavam um pouco mais de 11.290 milhões de toneladas.

O USDA estima que as exportações norte-americanas de milho no ano comercial totalizem 19.05 milhões de toneladas.

Os embarques semanais totalizaram 131.600 toneladas, os menores do ano comercial, representando uma queda de 66% em relação aos da semana anterior e de 69% em relação à média das quatro semanas anteriores. Os principais destinos do período foram Taiwan (54.700 toneladas), México (30.700 toneladas), República Dominicana (26.700 toneladas), Honduras (14.500 toneladas) e Vietnã (2.100 toneladas).

Ucrânia

O recente relatório do adido do USDA na Ucrânia destacou que 2023/24 deverá ser um ano de melhoria na produção de grãos na Ucrânia, com volumes de produção superiores aos do ano anterior, especialmente do milho que está sendo colhido atualmente e estimado em 30.7 milhões de toneladas, um aumento de 17% em relação ao ano passado.

A Ucrânia tem atualmente estoques iniciais de milho e trigo acima do normal. Os volumes das exportações que serão possíveis no próximo ano terão impacto no que resta como estoques finais para 2023/24.

No entanto, a logística continua a ser um desafio, com as exportações de cereais a descerem 30% nesta época em relação ao ano passado. Após a retirada unilateral da Rússia da Iniciativa Cereal do Mar Negro em julho de 2023, é mais difícil para os cereais da Ucrânia chegarem aos mercados globais, e é ainda mais limitado pelo atual encerramento temporário de rotas alternativas de exportação devido ao receio de minas e aviões de guerra.

As exportações de grãos da Ucrânia caíram para 8.56 milhões de toneladas até agora em 2023/24, mostraram dados do Ministério da Agricultura divulgados ontem. O Ministério não forneceu dados comparativos diretos, mas informou que até 28 de outubro de 2022, a Ucrânia havia exportado 12.34 milhões de toneladas de grãos.

Por Equipe SNA
Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp