Os contratos futuros da soja na CBOT fecharam novamente em baixa. Os principais vencimentos registraram quedas 1,75 a 2 centavos, com o novembro cotado a US$ 12,64¼ (- 0,14%) e o janeiro/24 a US$ 12,82½ (- 0,16%) o bushel. Nas últimas cinco sessões o novembro registra uma queda de 0,71% e o janeiro de 0,77%.
Os contratos futuros do farelo de soja na CBOT fecharam em alta. Os principais vencimentos registraram ganhos de US$ 2,50 a US$ 2,60, com dezembro cotado a US$ 374,60 (+ 0,67%) e o janeiro/24 a US$ 373,50 (+ 0,70%) a tonelada curta. Nas últimas cinco sessões o dezembro registra uma queda de 2,39% e o janeiro/24 de 2,24%.
O óleo de soja fechou em baixa, com o dezembro registrando uma queda de 2,57%. Na mínima do dia (53,76), o dezembro registrou a menor cotação desde 26 de junho. Nas últimas cinco sessões o dezembro registra uma queda de 0,86%.
A soja fechou novamente em baixa, já que permanece o indicativo de aumento da produção no curto prazo.
A principal razão para esse movimento de queda é o avanço da colheita nos Estados Unidos, que pode ter atingido 35% da área. Entre outros fatores baixistas, temos o avanço do plantio no Brasil. Não fosse o atraso no plantio no País, os preços em Chicago poderiam cair ainda mais.
Com o quadro de demanda e oferta relativamente estável, apenas uma piora nas condições climáticas para as lavouras da América do Sul pode provocar uma reação altista do mercado em Chicago.
As condições do clima nas áreas produtoras em novembro e dezembro é a chave para definir o rumo do mercado. Com as condições do tempo favoráveis, podemos ter uma aceleração do movimento de vendas e o oposto pode ocorrer com o clima desfavorável em outras regiões além do Matopiba, que está sob influência do El Niño.
Exportações Farelo – Brasil
O Brasil deve se consolidar como líder mundial de exportações de farelo de soja em 2022/23 ao totalizar 21.5 milhões de toneladas embarcadas, segundo estimativas da Bolsa de Comércio de Rosário (BCR). O volume superaria a Argentina em 400.000 toneladas, com o país vizinho exportando 21.1 milhões de toneladas na temporada, cerca de 21% a menos do que no ciclo anterior. Desde 1997/1998, os argentinos lideraram as exportações do farelo, que é também o principal produto de exportação do país, mas foram superados em virtude das condições de seca que prejudicaram a produção.
Em agosto, a BCR já havia informado que o Brasil voltava a ser o principal exportador de farelo de soja depois de 26 anos, considerando os volumes de janeiro a julho, que totalizaram 13.3 milhões de toneladas embarcadas em relação as 10.9 milhões de toneladas exportadas pelos argentinos afetados pela seca. “Embora a produção local tenha totalizado 30.3 milhões de toneladas na campanha 2021/22, esse volume diminuiu 22%, para apenas 23.6 milhões de toneladas no ciclo atual, sendo o menor volume produzido desde 2004/05”, indicou a BCR, destacando uma estimativa de recuperação na produção da oleaginosa para a próxima safra, com aumento em torno de 14%.
A Argentina é o quarto principal produtor mundial de farelo de soja, mas é um dos líderes nas exportações. Isso ocorre porque, ao contrário da China, dos Estados Unidos e do Brasil, que produzem mais, o consumo interno argentino é menor em relação à produção total, o que permite ao país exportar mais do produto, segundo a BCR.
Plantio Brasil
O plantio da safra de soja 2023/24 atingiu 10,10% da área estimada para o Brasil, na quinta-feira (5), igualando-se ao percentual da mesma semana da safra 2021/22, mas ficando abaixo dos 10,70% da safra 2016/17, segundo levantamento da AgRural. O plantio avançou bem em relação aos 5,20% de uma semana antes e supera ligeiramente os 9,60% do mesmo período do ano passado.
Segundo a consultoria, “mesmo com chuvas intensas durante a semana, o Paraná continuou na dianteira, seguido por Mato Grosso, onde os volumes e a distribuição das precipitações mantiveram-se irregulares”.
MT
O plantio da soja em Mato Grosso avançou 10,06% na última semana e atingiu 14,25% dos 12.2 milhões de hectares estimados para a safra 2023/24. As regiões Oeste e Médio-Norte são as mais adiantadas com os trabalhos em campo.
Segundo levantamento do IMEA, apesar do aumento da extensão plantada na semana, o plantio da safra 2023/24 está 4,37% atrasado em relação ao mesmo período da safra 2022/23.
Segundo o IMEA, o resultado é reflexo dos menores volumes de chuvas neste início de temporada e das altas temperaturas registradas nos últimos dias. Outro ponto para a cautela dos produtores de soja no estado diz respeito ao atual preço da oleaginosa que não cobre o custo total, em reais por saca da cultura.
Mercado Interno
Com a entrada da safra 2023/24 nos Estados Unidos e a consequente desvalorização externa, os preços da soja se enfraqueceram no mercado brasileiro na última semana. Pesquisadores do CEPEA indicam, contudo, que a firme demanda internacional pela oleaginosa brasileira impediu que os valores domésticos caíssem de forma mais intensa. Ressalte-se que as vendas externas do grão na parcial deste ano já são recordes. Segundo dados da Secex compilados pelo CEPEA, saíram dos portos brasileiros 87.25 milhões de toneladas de soja na parcial deste ano (de janeiro a setembro), quantidade que já supera em 10,80% a exportada em todo 2022 (de janeiro a dezembro) e um recorde para os nove primeiros meses. Especificamente em setembro, os embarques totalizaram 6.4 milhões de toneladas, recorde para o mês e 60% superior ao volume exportado há um ano.
Milho fechou em baixa, apesar da alta do petróleo
Os contratos futuros do milho na CBOT fecharam novamente em baixa. Os principais vencimentos registraram quedas de 3,50 a 3,75 centavos, com o dezembro cotado a US$ 4,88¼ (- 0,76%) e o março/24 a US$ 5,03¾ (- 0,69%) o bushel. Nas últimas cinco sessões o dezembro registra uma alta de 3,20% e o março de 3,15%.
Os contratos futuros do trigo na CBOT fecharam em alta. Os principais vencimentos registraram ganhos de 4,50 a 5,50 centavos, com o dezembro cotado a US$ 5,72¾ (+ 0,79%) e o março/24 a US$ 6,03½ (+ 0,92%) o bushel. Nas últimas cinco sessões o dezembro registra uma alta de 4,94% e o março registra uma alta de 4,27%.
Neste momento, o milho segue pressionado, já que existe uma boa perspectiva para a safra dos Estados Unidos, com a colheita seguindo sem grandes problemas.
Além disso, na próxima quinta-feira (12), o USDA vai divulgar o seu relatório de oferta e demanda mundial de grãos, com dados que podem movimentar as cotações.
Algumas empresas têm estimado que o USDA pode ajustar para cima a produtividade da safra americana. Geralmente esse relatório não causa grande volatilidade para o mercado, mas a produtividade será um ponto de atenção.
Por outro lado, os desdobramentos do conflito entre Israel e o grupo armado Hamas ainda não trouxeram impactos para as commodities agrícolas, ainda que o petróleo tenha registrado uma alta de mais de 4% nesta segunda-feira em função da guerra.
O trigo subiu após o novo ataque da Rússia ao porto marítimo de Odesa no fim de semana, de onde a Ucrânia tem tentado reiniciar os embarques de grãos e ajudar a reativa as suas exportações.
As exportações de cereais da Ucrânia caíram 47% em termos anuais em setembro, refletindo o colapso em julho do acordo de exportação do Mar Negro mediado pela ONU.
Além disso, a consultora Granar indicou em relatório que a guerra entre Israel e o grupo armado Hamas de alguma maneira influenciou o mercado, em face dos possíveis efeitos para uma região que é altamente demandante de trigo.
Ainda segundo a empresa, as más condições climáticas para as lavouras de trigo da Austrália e da Argentina, são outro fator de alta para as cotações, já que os dois países são os principais fornecedores de trigo do Hemisfério Sul.
China
A produção chinesa de milho na safra 2023/24 deve totalizar 280 milhões de toneladas, segundo o Adido do USDA em Pequim. O volume representa um aumento de 1% em relação à estimativa para a safra 2022/23, de 277.2 milhões de toneladas.
As importações chinesas de milho em 2023/24 devem aumentar 8,10%, para 20 milhões de toneladas, segundo o USDA. Do total, cerca de 5 milhões de toneladas serão importadas do Brasil, disseram fontes do setor ouvidas pelo USDA.
No ano comercial 2022/23 até agora, a China importou 17 milhões de toneladas de milho, queda de 15% na comparação anual. Desse volume, 6 milhões de toneladas são dos EUA, 2.5 milhões de toneladas do Brasil e 5.2 milhões de toneladas da Ucrânia, informou o Adido.
Exportações Brasil
Nos primeiros 5 dias úteis do mês de outubro, o Brasil exportou 2.347.943 toneladas de milho não moído (exceto milho doce) para exportação, segundo o mais recente relatório da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Isso já representa 34,60% do total exportado em outubro de 2022 (6.785.069 toneladas).
Com isso, a média diária de embarques nestes 5 primeiros dias úteis foi de 469.588,7 toneladas, o que na comparação ao mesmo período do ano passado, representa um aumento de 31,5% em relação as 357.108 toneladas dia de outubro de 2022.
Roberto Carlos Rafael, da Germinar Corretora, destaca que o grande volume das exportações está ajudando a sustentar os preços do milho no mercado brasileiro, após bons volumes embarcados em agosto e setembro.
A expectativa de Rafael é que já haja um line-up de mais de 10 milhões de toneladas comprometidas para o mês de outubro, e que o País feche o ciclo, em janeiro de 2024, com cerca de 60 milhões de toneladas exportadas.
Plantio Brasil
O levantamento da AgRural mostra, ainda, que o plantio da safra do milho verão 2023/24 atingiu 37% no Centro-Sul, até quinta-feira passada, apesar das chuvas e da praga da cigarrinha, contra 32% na semana anterior e 39% um ano atrás.
Além do excesso de chuva, a maior pressão da cigarrinha também preocupa os produtores nos três Estados do Sul, onde o plantio caminha para a reta final. Em São Paulo, Minas Gerais e Goiás, que têm calendário mais tardio, o plantio começou nas primeiras áreas que já têm umidade suficiente.
Mercado Interno
As cotações do milho continuam subindo na maior parte das regiões acompanhadas pela CEPEA, sustentadas pelas altas do cereal nos portos e pelo bom ritmo das exportações brasileiras da safra atual. Segundo pesquisadores do CEPEA, muitos vendedores recuaram das negociações no mercado spot nacional, uma vez que não há necessidade de fazer caixa, e as preocupações relacionadas à armazenagem estão se reduzindo. Assim, esses agentes têm pedido preços maiores nas novas vendas. Compradores, por sua vez, relatam dificuldades nas aquisições, e os que buscam repor estoques e/ou comprar novos lotes precisam pagar preços maiores.