Os contratos futuros da soja na CBOT fecharam em alta pela quarta sessão consecutiva. Os principais vencimentos registraram ganhos de 1 a 1,25 centavos, com o agosto/23 cotado a US$ 14,68¾ (+ 0,07%) e o novembro/23 a US$ 13,55 (+ 0,09%) o bushel.
Os contratos futuros do farelo de soja na CBOT fecharam novamente em baixa. Os principais vencimentos registraram quedas de US$ 1,60 a US$ 2,80, com o agosto cotado a US$ 410,10 (- 0,39%) e o dezembro a US$ 393,20 (- 0,71%), a tonelada curta.
O óleo de soja fechou em alta pela terceira sessão consecutiva, com o dezembro registrando um ganho de 2,01%. O dezembro na máxima do dia (62,41), registrou a maior cotação desde 3 de janeiro. Nas últimas cinco sessões, o óleo registrou uma alta de 7,48%.
A soja fechou em leve alta nesta quarta-feira (05), na volta do feriado, em sessão extremamente volátil, na medida em que os traders tentam equilibrar as últimas condições climáticas com um conjunto inesperado de dados divulgados pelo USDA, mostrando uma melhora nas lavouras de milho e uma piora nas de soja. O farelo fechou em baixa e o óleo fechou em alta impulsionado pelo petróleo, que estendeu a sua recente recuperação, ajudados pelos cortes de produção anunciados na segunda-feira pela Argélia e Rússia, com a Arábia Saudita estendendo um corte de produção até agosto.
Alguns fatores geopolíticos também afetaram o mercado, enquanto a Rússia avalia se deve prorrogar o importante acordo de transporte marítimo do Mar Negro que deve expirar em menos de duas semanas.
Exportações EUA
As exportações norte-americanas de soja totalizaram 250.055 toneladas na semana encerrada no dia 29 de junho, segundo relatório semanal divulgado pelo USDA. O mercado estimava exportações de 275.000 toneladas.
Na semana anterior, as exportações de soja totalizaram 146.006 toneladas. No mesmo período do ano passado, o volume exportado foi de 448.014 toneladas.
No acumulado do ano comercial, iniciado em 1º de setembro, as exportações totalizam 49.417.917 toneladas, contra 51.884.119 toneladas no acumulado do ano comercial anterior.
Exportações Brasil
Segundo a Associação Nacional de Exportadores de Cereais (ANEC), que atualiza as suas estimativas semanalmente com base na programação dos portos, as exportações brasileiras de soja totalizaram 13.91 milhões de toneladas no mês passado.
O volume é 0,40% maior que o estimado na semana anterior e supera em quase 40% o total embarcado em junho de 2022.
Na primeira estimativa para julho, a ANEC indica exportações de 9.44 milhões de toneladas, um aumento anual de mais de 34%.
Para o farelo de soja, a ANEC reduziu em 4,30%, para 2.2 milhões de toneladas, a estimativa das exportações em junho. Ainda assim, os embarques aumentaram 1,85% em relação ao mesmo mês do ano passado.
Em julho, as exportações de farelo de soja podem chegar a 2.25 milhões de toneladas, segundo a ANEC, ou 8,70% a mais no comparativo anual.
MT: Soja
A saca de 60 quilos da soja disponível em Mato Grosso encerrou junho cotada a R$ 104,96 em média. O preço indica uma desvalorização no comparativo anual de 36,24% em relação ao fechamento de R$ 142,99 em média do mesmo mês em 2022.
“A combinação do recorde na produção de Mato Grosso, dos prêmios negativos, queda do dólar e pressão da CBOT, foi o fator que motivou o “derretimento” no preço da oleaginosa no período”, indicou o IMEA.
Ao se analisar a variação entre a última e penúltima semana de junho, o preço da oleaginosa fechou na média estadual em queda de 0,80%, pautado, principalmente, pela grande oferta do grão.
Vale destacar que ao final de maio, Mato Grosso contava ainda com cerca de 30% da produção de soja para comercializar, segundo dados do IMEA.
Segundo o IMEA, o preço praticado atualmente da soja não cobre o custo total da safra 2022/23 e nem do ciclo futuro, cujo plantio começa no dia 16 de setembro.
“O que é uma preocupação para alguns produtores que ainda tem parte das despesas em aberto para a temporada. Por fim, o desdobramento da safra dos EUA continuará influenciando as cotações da soja em Chicago, e o produtor de Mato Grosso deve ficar atento a volatilidade para conseguir os melhores preços”, indicou o IMEA.
Milho fecha em baixa em sessão volátil na volta do feriado
Os contratos futuros do milho na CBOT fecharam em baixa pela nova sessão consecutiva. Os principais vencimentos registraram quedas de 2,75 centavos, com o setembro cotado a US$ 4,85¼ (- 0,56%) e o dezembro/23 a US$ 4,93½ (Estável) o bushel. O setembro na mínima do dia (US$ 4,79), registrou nova mínima contratual e o dezembro na mínima do dia (US$ 4,85½), registrou também nova mínima contratual. O setembro nas últimas cinco sessões registra uma queda de 12,81% e o dezembro de 12,03%.
Os contratos futuros do trigo na CBOT fecharam em alta, após sete sessões consecutivas de baixa. Os principais vencimentos registraram ganhos de 29,50 a 32,50 centavos, com o setembro cotado a US$ 6,74½ (+ 5,06%) e o dezembro/23 a US$ 6,90¼ (+ 4,46%) o bushel.
O trigo fechou em forte alta impulsionado pelas preocupações de uma escalada na guerra da Ucrânia, depois que o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, alertou que a Rússia pode estar se preparando para explodir parte da usina nuclear de Zaporizhzhia.
“Os militares russos colocaram objetos parecidos com explosivos no telhado de várias unidades de energia da usina nuclear de Zaporizhzhia”, disse o presidente Zelenskyy, citando informações de agências de inteligência ucranianas.
O movimento da Rússia foi “talvez para simular um ataque à fábrica”, ou “talvez eles tenham algum outro cenário”.
Os comentários lançaram mais dúvidas de que o acordo de exportação de grãos do Mar Negro seja renovado este mês, ofuscando as exportações da Ucrânia, que podem em 2023/24 ter uma participação maior do que a esperada na oferta mundial de trigo exportável.
No entanto, uma previsão de tempo mais seco nas para os principais estados do Meio-Oeste, Illinois e Iowa, em fase de desenvolvimento das lavouras, ofereceu algum suporte para os preços do milho que estavam próximos das mínimas de mais de um ano.
Produção Brasil 2023/24
O Brasil deverá produzir 131 milhões de toneladas de milho na safra 2023/24, segundo o boletim GAIN Report, de Adidos do USDA. O volume deve superar as 129 milhões de toneladas estimadas para a temporada 2022/23.
A área a ser colhida deve ser de 22.8 milhões de hectares, acima dos 22.5 milhões de hectares da temporada 2022/23.
O consumo estimado pelos adidos é de 77.5 milhões de toneladas de milho na safra 2023/24. O volume fica acima das 73.5 milhões de toneladas demandadas na safra 2022/23.
As exportações de milho do Brasil foram estimadas em 57 milhões de toneladas na temporada 2023/24, volume acima das 54 milhões de toneladas da safra 2022/23.
Brasil: Exportações
Segundo a Associação Nacional de Exportadores de Cereais (ANEC), as exportações de milho em junho totalizaram 1.23 milhão de toneladas, 6% acima da estimativa da semana anterior, mas 18% abaixo do volume exportado em junho de 2022.
A ANEC estima exportações de 6.3 milhões de toneladas de milho em julho, um aumento anual de 12,50%.
A entidade manteve em 58.000 toneladas a sua estimativa das exportações de trigo em junho. No mesmo mês do ano passado, o País não registrou exportações do cereal.
Em julho, as exportações de trigo devem totalizar 38.000 toneladas, também sem comparativo anual.
Mato Grosso
A produção de milho para a safra 2022/23 em Mato Grosso foi reajustada e está estimada em 50.15 milhões de toneladas. O volume, se confirmado, é superior a capacidade estática de armazenagem de grãos para a safra 2022/23 no Estado de 44.78 milhões de toneladas, segundo dados da Conab, divulgados em abril pelo IMEA.
A revisão do volume de cereal estimado para a safra 2022/23 consta do Relatório de Oferta & Demanda do IMEA, divulgado na segunda-feira (3), e representa um aumento de 1.16 milhão de toneladas em relação a estimativa do mês passado e 6.30 milhões de toneladas a mais quando comparado com o ciclo 2021/22.
Apesar de uma marca histórica para a produção mato-grossense e brasileira, em especial por superar a colheita da soja pelo segundo ano consecutivo, produtores no estado estão preocupados, uma vez que os preços estão a cada dia caindo mais.
Até o mês de maio, segundo o IMEA, Mato Grosso havia comercializado apenas 44,16% da produção estimada de milho desta safra. Além disso, possuía cerca de 30% da produção de soja ainda para comercializar.
Na segunda-feira (3), segundo os indicadores do IMEA, a saca de 60 quilos de milho no estado estava na média de R$ 34,24. Montante, segundo os produtores, preço que de longe não cobre o custo de produção, uma vez que a safra foi plantada com a saca na casa dos R$ 70,00.
Os dados levantados pelo IMEA em junho indicam que a área destinada para o milho se manteve em 7.42 milhões de hectares, aumento de 3,78% em relação a da safra 2021/22.
“Essa estimativa de aumento em relação à safra passada é reflexo da demanda mais aquecida no início do plantio para a temporada”.
Quanto a produtividade, em decorrência as boas condições das lavouras, a expectativa de rendimento da safra 2022/23 é de 112,68 sacas por hectare, o que representa um aumento de 2,63 sacas por hectare quando comparado com o último relatório e 10,45 sacas por hectare em relação a temporada 2021/22.
O IMEA ressalta que o rendimento da temporada ainda pode ser reajustado, podendo o volume total de produção sofrer alterações, uma vez que até o dia 30 de junho o estado havia colhido 33,06% da área plantada nesta safra 2022/23.
No dia 29 de junho o governo federal anunciou a retomada da aquisição de produtos para formação de estoques públicos. A medida atende a um pedido dos produtores de milho, principalmente de Mato Grosso, diante do recorde de produção e preços do cereal em baixa.
Na ocasião, a Conab informou que inicialmente serão compradas 500.000 toneladas de milho dos produtores rurais por meio do mecanismo de Aquisições do Governo Federal (AGF), previsto na Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM), o que equivale a aproximadamente 8.3 milhões de sacas de 60 quilos do cereal.
Além de Mato Grosso, estão autorizados a comercializar milho para a estatal produtores de Goiás, Bahia, Mato Grosso do Sul, Paraná e Tocantins.
Cada unidade da Federação, informa o Manual de Operação da Companhia, terá um limite de venda por produtor.
Em Mato Grosso, destaca a Conab, cada agricultor poderá vender até 30.000 sacas para a estatal. Já em Mato Grosso do Sul e Goiás, o limite é de 10.000 sacas, enquanto que nos demais estados da federação a aquisição está limitada a cerca de 3.300 sacas.
Brasil: Trigo
O Brasil deverá importar 5.6 milhões de toneladas em 2023/24. Segundo o USDA, em 2022/23, foram importadas 5.1 milhões de toneladas. Os estoques ao início de 2023/24 estão estimados em 1.983 milhão de toneladas.
A produção na temporada é estimada em 11 milhões de toneladas. Assim, a oferta é estimada em 18.583 milhões de toneladas.
As exportações devem aumentar de 2.8 milhões de toneladas em 2022/23 para 3.4 milhões de toneladas em 23/24. O consumo do País está estimado em 12.75 milhões de toneladas e os estoques finais em 2.433 milhões de toneladas.