Soja fecha em forte alta em Chicago com boas novas da demanda após feriado

Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam em forte alta, com os principais vencimentos registrando ganhos de 19 centavos, com o novembro/17, principal referência do mercado, cotado a US$ 9,68 ½ o bushel, com máxima de US$ 9,73 ½.

“As commodities estão em alta por questões técnicas e fundamentais”, disse o diretor da Labhoro Corretora, Ginaldo de Sousa.

O mercado, segundo analistas e consultores internacionais, segue se ajustando a esse período de transição e conclusão da nova safra americana, além de estar atento ainda às condições climáticas para essa fase.

A chegada de um novo furacão nos EUA, o Irma, “continua sendo a grande história de clima da semana” ressaltou o relatório diário da consultoria Allendale. “A rota das tempestades continua a ser acompanhada, porém, sua força é o que mais impressiona”.

“A expectativa é que o furacão chegue sábado ao sul da Flórida, no entanto, sem projeção ainda da categoria de impacto à costa. Alguns meteorologistas comentam que o furacão pode se deslocar para o Oeste, em direção à Louisiana e Texas e não para o norte como estava previsto anteriormente”, informa o boletim diário da Labhoro.

Ainda nesta terça-feira, será divulgado o relatório semanal de acompanhamento de safras do USDA, que pode mostrar, segundo expectativas do mercado, estabilidade ou uma redução de 1% no percentual de lavouras de soja em boas ou excelentes condições.

Ademais, segue a batalha entre oferta e demanda neste momento, ajudando a direcionar os futuros da commodity em Chicago. “As estimativas privadas para a produtividade da soja têm se mostrado um pouco melhores do que o esperado, ficando até mesmo acima dos números do USDA em alguns casos. Porém, os sinais da demanda também são muito promissores”, disse o analista Terry Reilly, da Futures International.

O Centro Nacional de Grãos e Óleos da China (CNGOIC) informou em nota, que foram contratados, na última semana, 20 carregamentos de soja dos Estados Unidos para cobrir as necessidades de consumo de setembro e outubro. “A China está cerca de 50% coberta para outubro”. E ainda segundo Reilly, em suas análises, “as margens de esmagamento da China estão aumentando, se tornando positivas em cerca de US$ 0,96 por bushel”, disse.

Nesta terça-feira, o USDA divulgou uma nova venda de soja de 136.000 toneladas para a China e também favoreceu o avanço das cotações nessa retomada dos negócios.

Miguel Biegai, analista da OTCEx Group, em Genebra (Suíça), destaca que a força do mercado futuro da soja na abertura do pregão de hoje foi decorrente de alguns fatores altistas, como a desvalorização do dólar; do calor e das poucas chuvas previstas para algumas regiões ao norte dos Estados Unidos; das compras da China e o início de um novo furacão no Golfo do México, que pode causar preocupação para a fase de colheita do sul norte-americano.

Este calor no norte do cinturão colabora para esse tom altista do mercado, porque o período de desenvolvimento vegetativo das lavouras ainda precisa de um pouco mais de chuvas, enquanto as principais regiões estão em boas condições.

O mercado também reage à queda de preços, uma vez que este movimento leva a uma demanda mais expressiva. Já a formação de um novo furacão gera apenas especulações para o mercado neste momento, já que não é possível quantificar os estragos que podem ocorrer durante o trabalho de colheita nas regiões a serem atingidas.

Biegai acredita que o mercado está ganhando força para se manter em alta ao longo da semana.

Ele acredita que quando o mercado está em alta, é bom que os produtores aproveitem o momento para vender um pouco de sua produção.

Mercado brasileiro tem preços em alta e bons negócios para exportação

Os preços da soja no Brasil subiram de forma generalizada com o avanço significativo dos preços na Bolsa de Chicago.

Assim, no interior do Brasil, saca subiu 0,12% em Ponta Grossa/PR, cotada a R$ 66,08. Em Castro/PR a saca subiu 13,33%, cotada a R$ 68,00.

Nos portos, altas de mais de 1%, levando a saca da soja disponível para R$ 71,00 e a da safra nova para R$ 70,00. Nos portos de Santos e de Santa Catarina, as cotações também voltaram a esse patamar.

No terminal de Paranaguá, as principais posições de entrega tem prêmios de US$ 0,60 a US$ 0,85 sobre as cotações na CBOT e, nos melhores momentos, esses valores passam de US$ 1,00 o bushel.

Milho fecha em alta em Chicago de olho na safra americana

Os contratos futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam em alta, com os principais vencimentos registrando ganhos de 3,25 centavos. O contrato dezembro/17 fechou cotado a US$ 3,58 ½ e o março/18 a US$ 3,71 o bushel.

“Os preços voltaram a subir depois de um final de semana prolongado. Pouca chuva foi registrada no final de semana em grande parte do Meio-Oeste, atingindo apenas Wisconsin e partes de Minnesota”, informou o portal Agriculture.com.

Ainda hoje, o USDA divulga o seu relatório de acompanhamento de safras. Até a semana anterior, 62% das lavouras estavam em boas ou excelentes condições, 26% em condições regulares e 12% em condições ruins ou muito ruins.

Do lado da demanda, o USDA divulgou a venda de 143.650 toneladas de milho da safra 2017/18 para o México.

“Os agricultores brasileiros estão olhando para um ambiente de preços mais baixos e custos elevados de produção para plantar o milho primeira safra. Cenário que leva muitos a acreditar em uma forte redução na área semeada”, disse Benson Quinn Commodities, ao Agrimoney.com.

Mercado brasileiro

No mercado doméstico, a terça-feira foi de valorização expressiva em algumas praças. Segundo o levantamento da equipe do Notícias Agrícolas, em São Gabriel do Oeste (MS), a saca subiu 47,06%, para R$ 25,00. Em Itiquira (MT), a alta foi de 12,26%, com a saca cotada a R$ 17,40.

Em Campinas (SP), a alta foi 7,42%, com a saca cotada a R$ 27,50. No Oeste da Bahia, a alta foi de 4,17%, com a saca cotada a R$ 25,00.

No Porto de Paranaguá, o dia foi de estabilidade, com a saca futura cotada a R$ 28,00.

Em contrapartida, o preço caiu 2,70% em Cascavel (PR), com a saca cotada a R$ 18,00. Ainda no estado paranaense, em Castro, a queda foi de 1,19%, com a saca cotada a R$ 25,00.

Segundo os especialistas, as exportações aquecidas têm dado sustentação aos preços do milho. Em agosto, os embarques do cereal totalizaram 5.25 milhões de toneladas. No mês anterior, o volume foi de 2.32 milhões de toneladas.

No acumulado nos oito primeiros meses do ano, as exportações somam 10.78 milhões de toneladas, volume 32% abaixo do registrado no mesmo período do ano anterior, de 15.9 milhões de toneladas.

“A expectativa é de cotação firme neste semestre e começo de 2018, em função da exportação, que deverá continuar aquecida nos próximos meses. De qualquer maneira, as cotações deverão ficar abaixo do patamar verificado no mesmo período do ano passado”, indicou a Scot Consultoria.

Ainda nesta quarta-feira, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) realizará mais duas operações de apoio à comercialização do milho, com oferta de 540.000 toneladas. O prêmio mais alto será para o norte de Mato Grosso, com o valor de R$ 4,17 e oferta de 20.000 toneladas.

Dólar

A moeda norte-americana encerrou a sessão desta terça-feira em queda de 0,57%, cotada a R$ 3,1192 para a venda.

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