Soja fecha em baixa pressionada pelas previsões de chuva no Corn Belt  

Os contratos futuros da soja na CBOT fecharam em baixa. Os principais vencimentos registraram quedas de 26 a 29 centavos, com o julho/23 cotado a US$ 14,95 (- 1,71%) e o novembro/23 a US$ 12,94¼ (- 2,17%) o bushel. O novembro na mínima do dia (US$ 12,81½), registrou a menor cotação desde 15 de junho.

Os contratos futuros do farelo de soja na CBOT fecharam em baixa. Os principais vencimentos registraram quedas de US$ 7,30 a US$ 13,50, com o agosto cotado a US$ 400,00 (- 2,32%) e o dezembro a US$ 385,40 (- 3,38%), a tonelada curta. O julho na mínima do dia (US$ 398,50), registrou a menor cotação desde 15 de junho e o dezembro na mínima do dia (US$ 384,50), registrou também a menor cotação desde 15 de junho.

O óleo de soja fechou em alta pela quarta sessão consecutiva, com o dezembro registrando um ganho de 1,67%.

Mesmo com uma nova queda da qualidade das lavouras americanas de soja, os futuros da oleaginosa fecharam em baixa nesta terça-feira (27), devolvendo os ganhos da sessão anterior.

O USDA diminuiu o percentual das lavouras de soja em boas ou excelentes condições de 54% para 51%, o nível mais baixo desde 1988. O percentual veio em linha com a expectativa do mercado, porém, bem abaixo do percentual do mesmo período do ano passado, de 65%. O USDA informou ainda que 35% das lavouras estão em condições regulares e 14% em condições ruins ou muito ruins.

Segundo analistas e consultores, as previsões indicando chuvas para os próximos dias no Corn Belt pressionam as cotações, depois da soja já haver subido quase 20% somente neste mês no mercado futuro norte-americano.

Analistas internacionais ouvidos por agências de notícias afirmam que “mais precipitações são esperadas para a próxima semana e podem trazer uma parcial recuperação das lavouras”.

Os mapas do NOAA, o serviço oficial de clima dos EUA, indicam volumes mais intensos de chuvas, em especial no Leste do país. Assim, caso se confirmem, estas precipitações poderiam atingir regiões importantes de produção e que precisam desta umidade.

“Daqui até o dia 2, não há muitas chuvas, mas as temperaturas estarão mais amenas. A partir dos dias 2 e 3 de julho, sobem as temperaturas, mas acompanhadas de chuvas”, disse o analista Eduardo Vanin, da Agrinvest Commodities.

Estados como Indiana, Illinois, Iowa, Nebraska, deverão receber volumes bem maiores de chuvas, as quais serão muito bem-vindas, caso se confirmem, uma vez que é justamente nesta parte do Corn Belt onde as lavouras têm sofrido mais com as adversidades climáticas.

“O mercado vinha fazendo um paralelo deste ano com 2012 (quando se registrou uma das piores secas dos EUA e uma quebra expressiva da safra americana), porém, descartou essa queda porque a partir da semana que vem, tudo pode mudar e para melhor. Se essas chuvas realmente acontecerem, veríamos uma estabilização da condição das lavouras e até uma recuperação”, disse o analista da Agrinvest.

Com isso, as quedas dos preços não se limitaram apenas aos da soja, mas se ampliaram e ainda foram mais agressivas para os futuros do milho, que fecharam em baixa de mais de 4% nesta terça-feira.

A alta volatilidade das cotações na CBOT é, como sabido, uma característica muito forte do mercado climático norte-americano e, neste ano, com sinais de alerta bastante expressivos, não é diferente. Todavia, há tempo para uma recuperação, nem que seja pelo menos parcial das lavouras de soja e milho do Estados Unidos.

“Em conversa com um produtor de Illinois, na semana passada, este me relatou que a sua plantação de milho parece uma plantação de abacaxi. Inclusive, em algumas regiões, já tem milho pendoando com esse estresse. O último fim de semana trouxe chuvas, mas que não salvam a lavoura. E em função delas, é possível que as lavouras melhorem ou se mantenham estáveis. Esperamos pelo relatório (das condições das lavouras pelo USDA) da semana que vem”, disse o consultor de mercado Aaron Edwards, da Roach Ag Marketing.

Ainda no mercado de grãos, os traders acompanham também os desdobramentos da guerra na Ucrânia e o futuro do acordo do Mar Negro.

Brasil – Safra 2022/23

A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (ABIOVE) atualizou as estimativas para a safra 2022/23 e as estatísticas mensais do complexo soja até o último mês de abril.

Os dados mais recentes da ABIOVE apontam para um crescimento da produção de soja em grão em relação à estimativa do mês passado, de 155 milhões para 156 milhões de toneladas. O aumento é resultado da reavaliação positiva das empresas associadas à entidade quanto à produtividade.

O processamento da soja também aumenta das 53 milhões de toneladas na estimativa do mês passado para 53.2 milhões de toneladas. Segundo dados amostrais dos quatro primeiros meses deste ano, o esmagamento corrigido pelo percentual amostral foi de cerca de 16.6 milhões de toneladas, 3,50% superior ao do mesmo período de 2022 (16.1 milhões de toneladas).

As estimativas para os derivados da soja foram moderadas. A estimativa da produção de farelo foi aumentada em 100.000 toneladas, passando de 40.6 milhões de toneladas da estimativa anterior para 40.7 milhões de toneladas. O óleo de soja segue com uma produção estimada em 10.7 milhões de toneladas.

A demanda internacional pelos produtos do complexo brasileiro da soja puxou as estimativas das exportações para este ano.

As da soja em grão foram aumentadas de 95.7 milhões para 97 milhões de toneladas. As estimativas das exportações do farelo de soja indicam um pequeno aumento, passando de 21.4 milhões para 21.9 milhões de toneladas.  As estimativas das exportações do óleo de soja também foram aumentadas, passando de 2.1 milhões para 2.3 milhões de toneladas.

Esses volumes trazem uma expectativa de receita com exportações de US$ 65.5 bilhões neste ano. Sendo US$ 52.6 bilhões da soja em grão, US$ 10.3 bilhões do farelo e US$ 2.6 bilhões do óleo de soja.

Exportações Brasil

Os line-ups, a programação de embarques nos portos brasileiros, projetam a exportação de 14.372 milhões de toneladas de soja em grão para junho, segundo levantamento realizado pela Safras & Mercado. O volume já embarcado no mês totaliza 10.032 milhões de toneladas. No mesmo mês do ano passado, exportações totalizaram 9.953 milhões de toneladas.

Em maio, foram embarcadas 14.492 milhões de toneladas. Para julho, são previstas exportações de 6.075 milhões de toneladas.

De janeiro a junho, os line-ups projetam o embarque de 65.719 milhões de toneladas, contra 54.281 milhões de toneladas no mesmo período do ano passado. A Secretaria do Comércio Exterior (Secex) indica o embarque no período de 57.775 milhões de toneladas.

Milho fecha em baixa pressionado pelas previsões de chuva no Corn Belt

Os contratos futuros do milho na CBOT fecharam em baixa de. Os principais vencimentos registraram quedas de 27,50 a 27,75 centavos, com o setembro cotado a US$ 5,56¼ (- 4,75%) e o dezembro/23 a US$ 5,61 (- 4,63%) o bushel. O setembro na mínima do dia (US$ 5,50½), registrou a menor cotação desde 15 de junho e o dezembro na mínima do dia (US$ 5,55), registrou também a menor cotação desde 15 de junho.

Os contratos futuros do trigo na CBOT fecharam em baixa pela terceira sessão consecutiva. Os principais vencimentos registraram quedas de 39,25 a 39,50 centavos, com o setembro cotado a US$ 6,99 (- 5,32%) e o dezembro/23 a US$ 7,16¼ (- 5,23%) o bushel. O setembro na mínima do dia (US$ 6,95½), registrou a menor cotação desde 20 de junho e o dezembro na mínima do dia (US$ 7,12), registrou também a menor cotação desde 20 de junho.

Ucrânia

A produção de grãos na Ucrânia deve totalizar cerca de 46 milhões de toneladas, disse hoje (26) o Primeiro Vice-Ministro de Política Agrária e Alimentos, Taras Vysotskyy.

“A partir de hoje, a estimativa é de média ponderação. Espera-se que cerca de 46 milhões de toneladas de grãos sejam colhidas. Isso, infelizmente, é menos do que no ano passado, a queda é de um percentual entre 5% e 7% “, disse Vysotskyy.

O Ministério da Agricultura do país também divulgou dados das exportações da temporada 2022/23 no dia de hoje. Até o dia 26 de junho, as exportações de grãos da Ucrânia totalizaram 48.4 milhões de toneladas, quatro dias antes do encerramento do ano comercial.

Ao mesmo tempo, ele enfatizou mais uma vez que, mesmo levando em consideração a redução especificada, o volume de grãos colhidos será mais do que suficiente para atender às necessidades internas da Ucrânia, estimadas em aproximadamente 18 milhões de toneladas.

Mesmo colhendo 46 milhões de toneladas, ainda é 2,5 vezes mais do que a demanda doméstica. Portanto, atualmente não há risco de escassez de grãos para fins domésticos, enfatizou o Primeiro Vice-Ministro.

Deve-se notar que, em meados de abril deste ano, o Ministério da Agricultura estimava que a Ucrânia pudesse colher pelo menos 45 milhões de toneladas de grãos em 2023 e até 50 milhões de toneladas em condições climáticas favoráveis.

MT

No estado do Mato Grosso, a colheita do milho atingiu 19,24% da área plantada até a semana passada. Segundo o levantamento realizado pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (IMEA), os trabalhos de campo registraram um avanço 10,89% na semana passada.

No que se refere às regiões, as que estão mais adiantadas são: Médio-Norte, com 27,34%, Norte, com 24,30%, e Noroeste com 15,00%. Apesar desses avanços, a colheita em MT está atrasada em 16,47% em relação ao mesmo período da safra 2021/22.

Com relação a produtividade das lavouras, o rendimento das áreas colhidas nesta última semana (17/06 a 23/06) registrou uma média de 126,22 sacas por hectare. ” Vale destacar que é comum que nos primeiros talhões as produtividades apresentam níveis superiores aos demais. Por fim, os produtores devem estar atentos aos riscos de incêndios acidentais devido às altas temperaturas e a intensificação da colheita no estado nas próximas semanas”, informou o IMEA.

O preço do milho disponível em Mato Grosso registrou uma queda de 1,08% na semana, motivado pela intensificação da colheita do cereal, sendo cotado a R$ 35,02 a saca.

 Por Equipe SNA
Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp