Os contratos futuros da soja voltaram a fechar em baixa na CBOT. Os principais vencimentos registraram quedas de 4,50 a 4,75 centavos. O julho/18 fechou cotado a US$ 9,95, confirmando o rompimento do suporte de US$ 10,00 ocorrido ontem. O agosto/18 fechou também abaixo dos US$ 10,00, cotado a US$ 9,98 ¾ o bushel. Este foi o fechamento mais baixo do julho/18 desde 5 de fevereiro (US$ 9,91 ¼).
Os contratos futuros do farelo de soja voltaram a fechar em baixa na CBOT. Os principais vencimentos registraram quedas de US$ 1,50 a US$ 1,80. O julho/18 fechou cotado a US$ 375,10 e o agosto/18 a US$ 373,50 a tonelada curta.
Luiz Fernando Gutierrez, analista da Safras & Mercado, avalia que o mercado continuará pressionado por questões fundamentais que pesam mais para o lado negativo do que para o lado positivo, sendo a maior delas a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, que traz preocupação e incerteza ao cenário.
Por sua vez, o plantio norte-americano vem em um bom ritmo e a demanda pela soja do país não ocorre por parte do país asiático, por mais que a taxação ainda não se faça presente. Há 40 dias, os Estados Unidos não vendem soja para a China.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, comentou hoje que a China se tornou muito mimada em relação ao comércio e reafirmou que Pequim tem explorado os EUA comercialmente durante anos.
No dia em que o principal representante de comércio da China, Liu He, visita a Casa Branca para reuniões com os membros da equipe econômica dos EUA, a declaração de Trump sinaliza que há dificuldades nas negociações que buscam evitar uma guerra comercial aberta entre os dois países.
Mais cedo, o presidente do Conselho Econômico Nacional, Larry Kudlow, já havia apontado que vê as conversações comerciais entre EUA e China como “difíceis”.
O mercado precisa de fatos novos para voltar a subir, e, como parou de focar na oferta sul-americana, uma nova queda na safra argentina não será suficiente para tal.
No Brasil, os preços estão altos no mercado interno devido à alta do dólar, principalmente em meio a uma entrada de safra.
Milho fecha em baixa na CBOT apesar da previsão de chuvas nos EUA
Os contratos futuros do milho voltaram a fechar em baixa na CBOT. Os principais vencimentos registraram quedas de 4 centavos. O julho/18 fechou cotado a US$ 3,95 ¼ e o setembro/18 a US$ 4,03 ½ o bushel.
Os contratos futuros do trigo fecharam em alta na CBOT. Os principais vencimentos registraram ganhos de 3 a 3,25 centavos. O julho/18 fechou cotado a US$ 4,97 ½ e o setembro a US$ 5,13 ½ o bushel.
Safrinha
A estimativa de produção de milho segunda safra do Brasil, a principal colheita do cereal do País, poderá ser revisada para baixo novamente, pela falta de chuvas na primeira quinzena de maio em importantes Estados produtores, como Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo, indicou nesta quinta-feira a consultoria INTL FCStone.
A consultoria ainda alertou para risco de geada no Paraná, segundo produtor nacional do cereal após o Mato Grosso, na semana que vem. O frio também deverá ser intenso no Mato Grosso do Sul e em São Paulo, segundo a empresa.
A advertência foi feita após a FCStone ter reduzido em 4% a estimativa de segunda safra 2017/18 do Brasil, para 60.5 milhões de toneladas na safra, em levantamento divulgado em 2 de maio.
“No início de maio, as estimativas da INTL FCStone apontavam para quebra de 21% na safrinha de SP, 16% no MS e 15% no Paraná. Contudo, face ao clima desta primeira quinzena (de maio) é quase certo que os números de produção destes estados venham a ser reduzidos novamente”, disse o Analista de Mercado da consultoria INTL FCStone, João Macedo, em nota.